Redução nos custos de ração alivia margens apesar dos preços baixos do frango

Com a acomodação dos preços dos insumos da ração, principalmente o milho, o spread da avicultura está voltando ao campo positivo.

O principal assunto da avicultura nas últimas semanas foi a confirmação dos casos de gripe aviária, até aqui treze, todos em aves silvestres, sendo nove no ES, três no RJ e um no RS. Como estes eventos não foram em granjas comerciais, não foi alterado o status do país de livre da doença, nem tampouco gerou bloqueio das exportações. Todavia, a preocupação aumentou, dado o risco de introdução nas granjas comerciais.

Com a acomodação dos preços dos insumos da ração, principalmente o milho, o spread da avicultura está voltando ao campo positivo. A melhora só não foi mais sólida porque
os preços da ave viva seguem contidos. No PR, por exemplo, a queda do milho em maio contra o mês anterior foi de 20,6% enquanto o farelo de soja cedeu 6,6%. Com isso, estimamos
que os custos da avicultura em maio tenham recuado 9,5% na média ponderada do PR e RS, para próximo de R$ 4,65/kg.

No atacado, o frango inteiro congelado foi negociado na faixa de R$ 6,56/kg na média de maio no estado de SP, desvalorização de 3% em relação a abril, enquanto no comparativo commai/22 a queda é de 15%. Do lado das exportações da proteína, o fluxo segue firme, com o acumulado do ano até maio expandindo 9,3% sobre jan-mai/22, considerando a carne in natura. Em maio, os embarques in natura foram de 402 mil t, queda de 1,3%, porém, acompanhados de alta de 1,8% no preço médio em relação ao mês anterior, pelo segundo mês consecutivo, após oito meses em queda contínua. Com isso, o spread de exportação saiu de 57% em abril para 76% em maio, apoiado na correção do preço de embarque e na queda dos custos de produção.

Mesmo com as margens apertadas no primeiro trimestre, o IBGE indicou expansão dos abates de frangos no período. O  aumento nas cabeças abatidas foi de 4,8% sobre igual período de 2022, enquanto a produção de carne expandiu 6,4%, com as aves  mais pesadas.

Perspectiva segue positiva, mas sob atenção com a gripe aviária

O cenário para a avicultura deverá continuar favorável, na medida em que os custos de produção cedem com o aumento da oferta de grãos aliviando as margens. Certamente, isso valerá desde que a gripe aviária não chegue no sistema comercial. Caso ocorra fechamento das exportações, a oferta de carne no mercado interno tenderá a aumentar, potencialmente pressionando os preços para baixo.

Na atualização dos números de oferta e demanda por carne de frango, o USDA reduziu a estimativa de crescimento da produção brasileira em 2023, mas elevou as exportações, moderando o crescimento previsto para o consumo doméstico. Estima-se que a produção brasileira em 2023 crescerá 2,8%, totalizando 14,87 milhões de toneladas, ante 3,5% estimados  anteriormente. Ainda assim, serão 410 mil toneladas a mais no ano. Para os EUA, maior produtor mundial, o ajuste foi levemente para cima, de 1,3% para 1,5%, de modo que o crescimento americano deverá ser de 305 mil toneladas.

Apesar do ajuste para menor na previsão de produção brasileira, o Brasil continuará sendo o único entre os grandes exportadores a apresentar bom crescimento dos embarques. O departamento americano prevê aumento de 6,8% nas exportações brasileiras, com o país embarcando 4,75 milhões de toneladas, crescimento de 303 mil t, enquanto a exportação americana deverá crescer em apenas 31 mil toneladas.

Além disso, entre os importadores, chama atenção o ajuste nos números para a China. A perspectiva de importações pelo país asiático, antes prevista para cair 3,9%, agora é estimada sendo 18,5% maior que a de 2022, devendo alcançar 750 mil t.

Fonte: Consultoria Agro do Itaú BBA

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