
Com uma combinação de clima, tecnologia e manejo preciso, Bahia colhe safra de soja histórica com 68 sacas por hectare e destaca-se como exceção positiva em meio às dificuldades enfrentadas por outras regiões do país.
Em um cenário nacional marcado por perdas climáticas, altos custos de produção e incertezas generalizadas, a Bahia brilhou na safra 2024/2025 com um desempenho que surpreendeu até os produtores mais experientes. O estado atingiu produtividade de soja média de 68 sacas por hectare, o maior índice registrado em 30 anos, consolidando uma temporada que já é tratada como histórica.
De acordo com dados do Conselho Técnico da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), foram 8,7 milhões de toneladas de soja colhidas em uma área de 2,1 milhões de hectares. O número reflete não apenas a boa distribuição de chuvas, mas principalmente o alto nível de tecnologia empregada no campo, o manejo apurado do solo e um planejamento estratégico afinado com as condições climáticas da região.
Três pilares para o sucesso: clima, manejo e tecnologia
Segundo o presidente da Aprosoja Bahia, Darci Américo, a safra foi uma das melhores da sua carreira de mais de duas décadas no estado. Ele destaca que o comportamento climático — especialmente em cenários de neutralidade ou La Niña, que favorecem a Bahia com chuvas regulares — foi crucial. “Essa foi a segunda melhor safra de soja da minha vida aqui”, afirmou Américo.
No entanto, ele faz questão de ressaltar que o clima sozinho não faz milagres. “Investimos pesado em tecnologia e fizemos um manejo muito eficiente. Temos uma equipe técnica forte, meu filho e meu sobrinho são agrônomos, e buscamos sempre as melhores soluções no campo”, explicou.
Entre os recursos utilizados, destacam-se o uso de nutrição foliar, correções com macro e micronutrientes, e a aplicação de coberturas como braquiária e milheto, que não apenas melhoram a saúde do solo, mas preparam o terreno para uma safrinha igualmente promissora.
Solo bem manejado é chave para alta produtividade de soja
Outro fator determinante apontado por Américo foi o preparo adequado do solo. “Sem uma boa palhada e manejo correto, a produtividade despenca. Nós seguimos práticas que realmente funcionam aqui para manter o solo vivo e fértil”, afirmou.
Mesmo nos momentos de seca mais severa, o cuidado com o solo ajudou a prolongar a sanidade da lavoura e minimizar perdas. O dirigente não esquece o fator imprevisível: “Agradeço a Deus pelas chuvas. Por mais que se faça tudo certo, sem água não há colheita”.
Bahia na contramão do Brasil
Enquanto diversos estados amargaram reduções de produtividade e perdas significativas, a Bahia foi na contramão e se firmou como referência em eficiência agrícola no Cerrado nordestino. A performance da safra 2024/2025 deve inspirar outras regiões a repensarem seus investimentos em manejo, solo e tecnologias, especialmente diante da crescente instabilidade climática.
O desempenho recorde serve de estímulo para a próxima safra, cuja expectativa já é otimista entre os produtores do estado. Caso as condições permaneçam favoráveis, a Bahia pode continuar sendo um dos motores da produção nacional de soja nos próximos anos.
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