
O estudo, realizado em 22 municípios da Campanha e Fronteira Oeste, apontou um crescimento de 90% na área agrícola nestas regiões na última década
O palco da Arena do Governo, no Pavilhão Internacional da Expointer, na quarta-feira (3/9), foi lugar para a apresentação do projeto Desenvolve CAFO (Campanha e Fronteira Oeste): Diagnóstico e Plano Estratégico, uma iniciativa do Sebrae, organizado pela Aliança SIPA (Sistemas Integrados de Produção Agropecuária), em parceria com o NESPro/Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Os objetivos principais do projeto foram fazer um diagnóstico amplo da situação atual da pecuária a partir de levantamento de dados, entrevistas, mapeamento de iniciativas na pecuária, avaliação dos sistemas de produção e ações para fortalecimento da governança.
O estudo, realizado em 22 municípios da Campanha e Fronteira Oeste, apontou um crescimento de 90% na área agrícola nestas regiões na última década. De acordo com o professor Júlio Barcellos, da UFRGS, quatro estratégias são apontadas para fortalecer a pecuária. “É preciso agregar valor, reduzir custos e perdas e aumentar a produtividade”, destaca.
Uma outra parte do diagnóstico mostrou o “Plano de Desenvolvimento Territorial”, que tem várias estratégias para estimular a atividade. Entre elas, desenvolver programas de gestão e capacitação, fomentar a interconexão entre iniciativas existentes, fortalecendo a cooperação entre os produtores e fomentar a integração lavoura-pecuária como estratégia de sustentabilidade e redução dos riscos climáticos.
O professor do curso de zootecnia da UFRGS, Paulo Carvalho, destacou a importância de garantir um modelo sustentável, integrando sistemas agropecuários, o desenvolvimento de práticas ambientalmente sustentáveis que reduzam a pegada de carbono e estimular a permanência de frigoríficos na região.
Outras ações inovadoras apontadas pelo Plano de Desenvolvimento Territorial são o desenvolvimento de um modelo de negócio digital, de um repositório de informação científica, uma plataforma digital e implementar um observatório regional.
De acordo com Rubia Dominscheck, diretora da Aliança Sipa, os desafios das duas regiões passam por diretrizes para destacar a pecuária com desenvolvimento sustentável, com diversificação e integração de atividades produtivas lavoura-pecuária. “Também é preciso uma coordenação estratégica de comunicação entre instituições governamentais, setores produtivos e produtores rurais”, pontuou.
O analista do Sebrae, André Bordignon, lembrou que o campo nativo do Rio Grande do Sul tem crescimento de 25Kg/dia de matéria seca que serve de alimento para o gado, sendo que outras regiões no mundo desenvolvem a mesma quantidade no período de um ano. Bordigon afirmou que é de fundamental importância uma conexão lavoura-pecuária. “Mas isso só se constrói com a união de entidades, do setor produtivo, e dos órgãos públicos que desenvolvem o setor”.
O coordenador do Plano ABC+ RS, da Seapi, Jackson Brilhante, afirmou que o painel mostrou que é preciso um trabalho conjunto entre instituições públicas e privadas para o desenvolvimento destas regiões. “O plano ABC, que tem entre seus objetivos a integração dos sistemas lavoura-pecuária pode contribuir muito neste sentido”, destacou.
O que é a Aliança SIPA
A Aliança SIPA é uma iniciativa que promove a cooperação entre os setores público e privado para a pesquisa e a difusão de Sistemas Integrados de Produção Agropecuária sob pilares da intensificação sustentável. A Aliança é formada por professores e alunos de universidade federais do Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso, além de entidades parceiras, buscando pesquisar a região Sul e o Cerrado do Brasil.
Texto: Fabrizio Fernández/Ascom Expointer
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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