A montaria em touros é uma das competições mais intensas e emocionantes dos rodeios, onde o peão enfrenta um animal de força impressionante, muitas vezes superando dez vezes o seu peso
No centro da arena, o cowboy tem que mostrar sua habilidade e resistência para se manter no lombo do touro durante um confronto que, embora rápido, exige grande coragem. Este esporte, especialmente no cenário internacional, é amplamente dominado por atletas brasileiros, como é o caso da Professional Bull Riders (PBR), a principal liga de montaria.
Na prática, a disputa é cronometrada. O objetivo do peão é permanecer sobre o touro por no mínimo oito segundos, enquanto segura a “corda americana”, que está amarrada ao animal. Esse cordão, que pode ser feito de náilon ou fibra vegetal, exige controle e força. Durante a montaria, o braço não utilizado para segurar a corda, conhecido como “braço de equilíbrio”, não pode tocar no touro ou em qualquer outro objeto na arena. A contagem do tempo começa assim que o touro sai do brete, com a abertura da porteira, e, se o peão cair antes de completar os oito segundos, a montaria é invalidada.
O julgamento da performance envolve uma avaliação minuciosa. Dependendo do evento, o número de juízes varia de dois a quatro, e a nota final é uma combinação entre a performance do peão e do animal, com 50% para cada. A pontuação pode variar de zero a cem, sendo que, em competições de grande porte, como na PBR, os atletas podem alcançar recordes impressionantes. Em 2023, José Vitor Leme, campeão mundial em diversas edições, fez história ao conquistar a maior pontuação já registrada em uma montaria oficial, alcançando 98,75 pontos nas finais de Las Vegas.
O campeonato de rodeio em touros é disputado em etapas, realizadas ao longo de vários dias. Cada dia conta com uma rodada classificatória, e, no último dia, são realizadas as finais, onde os melhores competidores lutam pelo título. O vencedor é aquele que acumula a maior soma de pontos ao longo do evento, um reflexo da habilidade, resistência e precisão necessárias para dominar essa competição desafiadora.
Nas competições de rodeio, as batalhas entre peões e touros podem ser organizadas de duas maneiras: algumas rodadas são definidas por sorteio, enquanto outras permitem que os competidores escolham os animais com os quais irão competir. Uma regra importante do esporte é que um peão não pode montar o mesmo touro mais de uma vez durante o evento. Caso os juízes identifiquem que o touro não apresentou um bom desempenho ou que o peão foi prejudicado por problemas no equipamento, o competidor tem a opção de anular a montaria e tentar novamente.
As recompensas para os vencedores variam conforme o evento. Um exemplo marcante aconteceu na Festa do Peão de Barretos de 2019, quando o vencedor foi premiado com uma caminhonete no valor de R$ 265 mil. Já o campeão mundial da PBR em 2023 recebeu um prêmio de US$ 1 milhão, pago em dez parcelas mensais, refletindo o alto nível da competição.

Equipamento do Peão: Proteção e tradição
O traje do peão é projetado para garantir tanto a proteção quanto o conforto durante a montaria. Ele usa calças de couro com botões, uma camisa de manga longa com punhos ajustáveis, botas equipadas com esporas sem pontas, que são usadas para evitar ferir o touro, e uma luva de couro para segurar a corda. Além disso, o peão conta com acessórios de segurança como o colete e o capacete. Para os competidores nascidos a partir de outubro de 1994, o uso do capacete é obrigatório pela PBR, enquanto aqueles que nasceram antes dessa data podem optar por usar o capacete ou o tradicional chapéu de rodeio.
O Touro: Cuidados, criação e polêmicas
Os touros que competem nas arenas pesam entre 600 kg e 1 tonelada, o que os torna até dez vezes mais pesados que o peão. Para auxiliar no controle do animal, o peão usa uma corda americana, enquanto o touro recebe uma cinta de lã, chamada sedém, na virilha, além de uma corda ajustável. O uso do sedém é um tema polêmico, sendo frequentemente criticado por defensores dos direitos dos animais, que alegam que a peça provoca dor ao touro, forçando-o a se comportar de maneira mais agressiva. No entanto, um estudo da Faculdade de Veterinária da USP refutou essas alegações, concluindo que não há relação entre o sedém e danos aos testículos dos touros.
A Criação dos Touros: Melhoramento genético no Brasil e nos EUA
Nos Estados Unidos, a maioria dos touros é resultado de um rigoroso programa de melhoramento genético para garantir um desempenho superior nas competições. No Brasil, embora muitos touros sejam selecionados com base em sua aptidão natural, já existem iniciativas de melhoramento genético para otimizar ainda mais o desempenho nas arenas.
Escrito por Compre Rural
VEJA MAIS:
- Maior fazenda leiteira da América Latina produz mais de 565.000 litros de leite por dia; Vídeo
- Fazendas na Flórida são opção para agricultores brasileiros; veja preços
ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias
Não é permitida a cópia integral do conteúdo acima. A reprodução parcial é autorizada apenas na forma de citação e com link para o conteúdo na íntegra. Plágio é crime de acordo com a Lei 9610/98.