RS prepara selo verde para cadeias de proteína animal

O Rio Grande do Sul caminha para instituir um selo verde para as cadeias de produção de proteína animal.

A confirmação para a certificação aconteceu n/a manhã desta quarta-feira (30/08), ao final da primeira edição do Seminário RS Carbon Free.

O compromisso com o equilíbrio ambiental deve ser iniciado pelo levantamento dos indicadores e das metas. “Em diversas fases, muitas ações para o equilíbrio nas emissões já vêm sendo aprovadas. O objetivo do selo é colocar tudo isso na metodologia da Embrapa. Faremos isso em parceria com o Governo do Estado e as entidades representativas da pecuária de corte, grãos e leite”, destacou Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindicato das Indústrias de Laticínios do RS (Sindilat/RS).

A iniciativa é uma linha de trabalho desenvolvida pela Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura do RS (SEMA), que já realiza uma tabulação de dados que permitirá determinar métricas para ações de descarbonização. Conforme a secretária da pasta, Marjorie Kauffmann, o Estado busca “definir essas métricas até o final deste ano, e que elas sejam exequíveis, para que se consiga quantificar o quanto uma produção está emitindo”. Kauffmann também afirmou que o governo gaúcho investirá R$ 15 milhões em pesquisas sobre mitigação de carbono da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande (Fapergs).

boi nelore em confinamento
Foto: Marcio Peruchi / CompreRural

Definir as configurações é o primeiro passo para avançar no mercado de créditos de carbono. Mesmo cuidando de uma legislação específica no Brasil, o comércio da chamada “moeda verde” é mais reconhecido pelos benefícios ao meio ambiente do que como forma de gerar divisões ao produtor. “O que remunera não são os créditos, é a terra preservada, o solo produtivo e as tecnologias de preservação chegando no campo, onde o produtor pode se manter com dignidade e oferecer para o mercado produto 2/2 alinhados à sustentabilidade”, assinalou Caio Vianna, diretor-presidente da CCGL e
diretor-secretário Sindilat/RS, ao coordenar a mesa-redonda da manhã que contou com a participação de Jorge Lemainski, chefe-geral da Embrapa Trigo.

Em termos de comparação, o volume de emissão da agropecuária corresponde a 12% do total do que é produzido no mundo, enquanto o setor de energia, por exemplo, é responsável por 73%. Os dados atualizados foram apresentados pela SEMA. “Nenhum produtor ganha rico com o carbono, o objetivo também não é este. A pauta de carbono é uma grande estratégia para se tratar da preservação, melhorar a produção e a eficiência, gerando economia de recursos, o que sim, do ponto de vista econômico, é lucro”, reforça Domingos Velho Lopes, vice-presidente da Farsul.

Entre os palestrantes da última manhã do Seminário RS Carbon Free, também participaram Alexandre Berndt, da Embrapa Pecuária sudeste; Jackson Freitas Brilhante de São José, da Seapi; Cimélio Bayer, da UFRGS, e Walkyria Bueno Scivittaro, da Embrapa Clima Temperado.
O seminário foi iniciado no dia 29 de agosto, na Casa da Indústria de Laticínios, espaço do Sindilat/RS, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio (RS), e reuniu produtores, pesquisadores, professores, estudantes e representantes de entidades públicas e particulares para a troca de informações, estudos e experiências relacionadas à mitigação e ao balanço do carbono.

Ao todo, o evento conta com 12 palestras e duas mesas-redondas. A atividade é promovida pelo Sindicato das Indústrias de Laticínios do RS (Sindilat/RS) e Sebrae/RS, com o apoio das Embrapas Pecuária sul, Gado de Leite, Pecuária sudeste, trigo, Meio Ambiente e Clima Temperado, além da Secretaria de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do RS (Seapi) e Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura do RS (SEMA).


Fonte: Sindilat

ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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