
O país pretende atingir um recorde de 42 milhões de toneladas de exportações de fertilizantes em 2025, superando os 40 milhões previstos para 2024. América Latina é responsável por 20% do volume exportado pela Rússia.
A Rússia, já consolidada como uma das principais exportadoras globais de fertilizantes, traça metas ambiciosas para os próximos anos. Segundo a Associação Russa de Produtores de Fertilizantes (RAPU), o país pretende atingir um recorde de 42 milhões de toneladas de exportações em 2025, superando os 40 milhões previstos para 2024. Esses números reforçam o papel estratégico do país no abastecimento mundial de insumos agrícolas.
África e América Latina entre os principais destinos
De acordo com Andrei Guriev, presidente da RAPU, 18% das exportações de fertilizantes russos em 2024 foram destinadas à África, refletindo um crescimento de 18% em relação ao ano anterior. Na mesma direção, as exportações para a América Latina aumentaram 20%, enquanto a Ásia registrou um salto de 60%.
Três quartos do total foram enviados para países classificados como “amigos” pela Rússia, mostrando uma consolidação de laços comerciais estratégicos em meio às sanções e tensões geopolíticas internacionais.
Esses resultados destacam o impacto da Rússia em regiões que enfrentam desafios de acesso a fertilizantes, especialmente em meio às crises alimentares globais e à crescente demanda por insumos agrícolas.
Brasil: grande consumidor, mas altamente dependente de importações
Apesar de ser um dos maiores exportadores agrícolas do mundo, o Brasil enfrenta grande dependência externa de fertilizantes, com cerca de 90% do insumo importado. Segundo o Plano Nacional de Fertilizantes (PNF), o país consome principalmente fertilizantes para soja, milho e cana-de-açúcar, que juntos concentram 70% da demanda nacional.
A meta do PNF é reduzir a dependência, alcançando entre 45% e 50% de autossuficiência até 2050, mas o cenário atual ainda aponta desafios significativos. Oscilações internacionais, como a guerra na Ucrânia, mostram a vulnerabilidade brasileira diante da volatilidade do mercado global.
Produção nacional de fertilizantes: uma questão de soberania
Cibele Vieira, da Federação Única dos Petroleiros (FUP), reforça que a produção interna de fertilizantes é crucial para garantir a soberania alimentar brasileira. Ela destaca que maior controle nacional sobre o setor poderia beneficiar tanto o agronegócio quanto os pequenos agricultores. “Grande parte dos alimentos na mesa dos brasileiros vem do pequeno agricultor, e a disponibilidade de insumos é essencial para manter essa produção”, explica.
Por outro lado, especialistas como Marco Antônio Rocha, da Unicamp, alertam para a necessidade de estratégias que considerem o cenário internacional de incertezas. “O estrangulamento do comércio de insumos pode causar danos maiores do que os custos de fomentar a produção interna”, analisa o economista.
Avanços e investimentos estrangeiros no setor brasileiro
A inauguração do complexo mineroindustrial da EuroChem, em Serra do Salitre (MG), é um marco recente no setor. Com investimento de US$ 1 bilhão, o projeto reforça a presença de capital estrangeiro na produção local de fertilizantes. A EuroChem é uma das líderes globais no segmento e sua expansão no Brasil destaca o interesse internacional no mercado brasileiro.
Sillas de Souza Cezar, professor da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), vê com otimismo o potencial de parcerias com países como Rússia e Arábia Saudita. Essas colaborações poderiam trazer tecnologias avançadas e impulsionar a exploração das reservas naturais do Brasil, como o gás natural e rochas fosfáticas.
Entretanto, ele ressalta que entraves ambientais e a instabilidade política podem dificultar a ampliação da produção interna. “Temos reservas significativas, mas enfrentamos desafios regulatórios e tecnológicos que precisam ser superados”, avalia.
Desafios e oportunidades para o futuro
Com a Rússia ampliando sua presença no mercado global de fertilizantes e o Brasil buscando diminuir sua dependência externa, o cenário para os próximos anos será marcado pela necessidade de equilíbrio entre produção interna e comércio internacional. Investimentos estratégicos e políticas públicas robustas serão essenciais para garantir que o país possa suprir suas demandas e, ao mesmo tempo, aproveitar oportunidades no mercado global.
A expansão do setor, tanto nacional quanto internacionalmente, será decisiva para a segurança alimentar e o fortalecimento das cadeias produtivas em todo o mundo.
Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias.
Vaca mais valorizada da raça GIr Leiteiro é, também, Grande Campeã da MegaLeite 2025
A matriz Grande Campeã da MegaLeite 2025, Magda Jirasol Gensis Khan N.T, sela seu lugar na história da raça Gir Leiteiro ao vencer a principal exposição do setor leiteiro da América Latina.
TXC hasteia bandeira em arranha-céu no coração do agro brasileiro
Marca goiana celebra 10 anos com desfile e bandeira no ponto mais alto de Goiânia, reforçando sua identidade com o agro e o Brasil
Continue Reading TXC hasteia bandeira em arranha-céu no coração do agro brasileiro
O Agro reage: movimento alerta para aumento de impostos e ameaça ao prato do brasileiro
Campanha do SOS AGRO RS denuncia impactos da MP 1.303/2025 e de decretos federais que podem elevar o custo da produção, afetar a cesta básica e penalizar os pequenos produtores
Ministro Carlos Fávaro entrega máquinas e equipamentos para assentamentos e municípios de Mato Grosso
Segundo Fávaro, a ação integra uma estratégia maior de desenvolvimento sustentável para o campo em Mato Grosso.
Embrapa Clima Temperado destaca tecnologias para morango, batata, batata-doce e cebola na Hortitec 2025
Informações e materiais sobre essas culturas estarão expostas no estande institucional da Embrapa no Parque da Expoflora, em Holambra (SP), de 25 a 27 de junho.
Abiarroz: Brasil exportou em maio 82% mais volume; receita cresceu 20% em um ano
Os principais destinos do arroz, em termos de volume, foram Gâmbia, Serra Leoa e Senegal, disse a entidade em nota.
Continue Reading Abiarroz: Brasil exportou em maio 82% mais volume; receita cresceu 20% em um ano