Santa Catarina colhe 1,25 milhão de toneladas de arroz na safra 2021/22

A produtividade média das lavouras ficou em 8,48 toneladas por hectare. Assim, o Estado se firma como líder nacional em produtividade

Glaucia de Almeida Padrão, analista de socioeconomia da Epagri/Cepa,
explica que a boa sanidade das lavouras, sem problemas severos de pragas
ou doenças, e as condições climáticas adequadas, foram alguns dos
fatores que colaboraram para o bom resultado. Ela também destaca o
investimento dos rizicultores catarinenses em tecnologia, “resultado
da capitalização obtida pelos produtores em razão dos altos preços
observados nas duas últimas safras”. Com dinheiro no bolso, os
produtores investiram em adubação e em sementes de alto potencial
produtivo, o que se traduziu no bom resultado da safra.

Levantamento da Epagri/Cepa realizado entre os produtores de arroz de
Santa Catarina apontou que as sementes mais plantadas na última safra
foram dos cultivares SCS116 Satoru, SCS121 CL e SCS122 Miura, todos
desenvolvidos pela Estação Experimental da Epagri em Itajaí,
referência nacional em melhoramento genético do grão. O SCS116 Satoru
e o SCS121 CL foram semeados em mais de 50% da área plantada no Estado.
Na safra 2021/22 o Estado contabilizou em torno de 148 mil hectares de
lavouras de arroz.

Araranguá aparece como a principal região produtora de arroz em Santa
Catarina na safra 2021/22, com um total de 503.134 toneladas. Também é
a região com maior área de plantio (58.848 hectares). No quesito
produtividade, a liderança ficou para a região do Alto Vale do
Itajaí, que produziu 9.541Kg do grão por hectare.

Mercado

A colheita do arroz em Santa Catarina iniciou em janeiro e já está
encerrada, o que resultou em aumento da oferta interna do grão. Glaucia
relata que, apesar disso, os preços pagos aos produtores do cereal
reagiram no mercado catarinense em junho e julho. “Na comparação com
maio, o preço médio de junho foi 0,82% maior, fechando em R$67,80 a
saca de 50 kg. Na primeira quinzena de julho, a tendência de aumento se
apresentou mais significativa, com preços médios, até o momento,
fechando em R$69,62 a saca”, descreve a analista.

Na avaliação dela, “o comportamento observado nos últimos meses em
Santa Catarina se deve ao aumento da demanda interna por parte das
indústrias, que visam atender aos pedidos de atacadistas, bem como a
uma influência dos preços gaúchos, que aumentaram em razão do
aquecimento da demanda interna e das exportações”. Ela lembra ainda
que as perdas na safra do maior produtor do país, o Rio Grande do Sul,
ocasionada pela estiagem, diminuíram a oferta do grão, o que,
consequentemente, elevou os preços.

“Pelas reações do mercado nos últimos meses, é possível que o
segundo semestre seja marcado por comportamento típico, com preços em
elevação, diferentemente do que se observou em 2021”, analisa
Glaucia. Ela lembra que, tradicionalmente, os preços do arroz no
mercado nacional se reduzem entre fevereiro e julho, época de colheita,
e voltam a subir no período de entressafra, que vai de agosto a
janeiro. No ano passado, essa esperada elevação não aconteceu. Assim,
a analista ressalta que, no ciclo 2021/22, os produtores que não têm
necessidade de fazer caixa logo após a colheita podem aproveitar o
período de entressafra para alcançar melhores preços.

Diagnóstico

Durante a safra 2021/22 a Epagri/Cepa aplicou questionário entre os
rizicultores catarinenses para fazer um diagnóstico das propriedades no
Estado. Além dos cultivares mais utilizados, o levantamento identificou
que 53,17% dos cultivos se dão em área própria, enquanto que 46,83%
ficam em áreas arrendadas ou usadas em parceria ou meia.

O estudo apontou ainda que as maiores lavouras de arroz estão no Sul do
Estado, com área média de 46,4 hectares. Em seguida aparece o Litoral
Norte, com média de 31,06 hectares por lavoura, e o Alto Vale do
Itajaí, onde as lavouras têm em média 22,64 hectares.

Os principais problemas que afligiram os produtores na safra 2021/22
foram o excesso de calor, especialmente no sul do estado, as plantas
daninhas e a falta de água. O sistema pré-germinado é utilizado em
87,61% das propriedades arrozeiras catarinenses, enquanto que 12,39%
produzem em solo seco.

Fonte: Epagri/Cepa

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