A estratégia, segundo ele, poderia preservar até R$ 15 bilhões em receita anual ao evitar uma queda generalizada de preços no mercado nacional.
São Paulo, 3 – O CEO da SCA Brasil, Martinho Seiiti Ono, apresentou um plano que propõe direcionar até 8 bilhões de litros de etanol a Estados onde o combustível ainda é pouco competitivo, sem reduzir a rentabilidade das principais regiões produtoras. A estratégia, segundo ele, poderia preservar até R$ 15 bilhões em receita anual ao evitar uma queda generalizada de preços no mercado nacional.
Durante a 17ª edição do programa Conexão SCA Brasil, Ono explicou que o plano busca abrir espaço para o novo ciclo de crescimento impulsionado pelas usinas de etanol de milho. “Se trabalharmos 8 bilhões de litros com uma política de preço direcionada para ganhar mercado, preservamos 30 bilhões de litros com melhor remuneração – o que deixaria R$ 15 bilhões de receita incremental para o setor”, afirmou.
A conta, segundo ele, parte da premissa de que, sem uma estratégia regionalizada, o setor precisaria reduzir o preço médio em cerca de R$ 0,50 por litro sobre todo o volume nacional de 30 bilhões de litros para escoar a produção crescente. Ao concentrar a política de preços apenas nos Estados menos competitivos, o setor ampliaria o consumo em novos mercados e, ao mesmo tempo, evitaria erosão de margens nas regiões consolidadas.
Um levantamento da SCA Brasil mostra que seis Estados concentram 81% de todas as vendas de etanol hidratado do País, enquanto os demais 21 Estados, que reúnem 41% da frota flex, respondem por apenas 19% do consumo. “Se dobrarmos as vendas nesses 21 Estados, o consumo nacional subiria em 4 bilhões de litros e a participação do etanol no ciclo Otto passaria de 23% para 30%”, detalhou Ono.
Para o executivo, a chave está na integração entre política tributária e logística regional. “A democratização do etanol exige ações coordenadas que tornem o produto competitivo nas bombas, como já ocorreu em Mato Grosso e São Paulo”, disse.
Ono concluiu destacando o papel do milho na nova geografia do biocombustível. “A pujança do etanol de milho é uma realidade que está aí. O milho vai democratizar a expansão do etanol no Brasil”, afirmou.