
A previsão é de poucas chuvas na parte central do País
A previsão climática do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) indica predomínio de chuvas próximas à média em grande parte do país (tom em cinza no mapa da Figura 1a). Na maior parte da Região Sul e no noroeste do Amazonas, as estimativas apontam chuvas acima da média (tom em azul no mapa da Figura 1a). Entretanto, em diversos setores da Região Norte, estão previstos valores abaixo da média (tom em amarelo no mapa da Figura 1a).
Em relação à Região Norte, estão previstos volumes de chuva de até 50 mm abaixo da média histórica em grande parte de Roraima, centro-sul do Pará, porções centrais do Acre e Rondônia e em áreas isoladas do Amazonas (tom em amarelo no mapa da Figura 1a). Volumes de chuva acima de 160 mm são previstos para o norte do Amazonas, bem como acumulados acima de 100 mm para o extremo nordeste do Pará. Nas demais áreas da região, o prognóstico indica valores próximos às normais climatológicas.
Para a Região Nordeste, majoritariamente, os valores previstos ficarão em torno da média histórica em praticamente todos os estados, exceto no nordeste da região costeira da Bahia, onde são previstos volumes de chuva de até 50 mm abaixo da média histórica.
Similarmente, para as regiões Centro-Oeste e Sudeste são previstos, volumes de chuva próximos à climatologia. Exceções ocorrem nos setores sudeste e sudoeste de São Paulo, extremo sul de Minas Gerais e sudeste do Mato Grosso do Sul, com estimativas de volumes até 50 mm acima da média. Por outro lado, prevê-se chuva abaixo da média histórica para o setor oeste do Mato Grosso do Sul.
Para a Região Sul, são previstos acumulados de chuva acima da média histórica em praticamente todos os estados. Áreas isoladas do norte e sudoeste do Paraná podem ocorrer chuvas próximas à média histórica de setembro. Destaque para a porção central de divisa entre as mesorregiões do Noroeste e Nordeste Rio-Grandense, em que são previstos volumes de chuva acima de 200 mm para o próximo mês (tom em azul escuro na Figura 1)
Temperatura
A previsão indica que as temperaturas devem ficar acima da média em grande parte do país (tons laranja e vermelho no mapa da Figura 1b), especialmente nas regiões do Pará, Mato Grosso, leste de Goiás, Distrito Federal e Minas Gerais. Destaque para o sudoeste do Pará e a divisa de Goiás com Minas Gerais, onde as temperaturas podem alcançar até 1,5 °C acima da média, variando entre 27 °C e 30 °C.
Na região central e leste do Nordeste, a previsão é de temperaturas acima da média para todos os estados, com áreas na costa norte próximas à climatologia. As temperaturas devem variar entre 22 °C e 27,5 °C no Nordeste, com áreas pontuais na região central de Pernambuco e sudeste da Bahia apresentando valores entre 17 °C e 20 °C.
Para a Região Sudeste, são previstas as temperaturas médias acima de 15 °C em áreas do centro-sul de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo e centro-leste de São Paulo. Temperaturas mais elevadas são esperadas nas partes central e oeste de Minas Gerais.
A Região Sul deve apresentar temperaturas dentro da média (tonalidade em cinza no mapa da Figura 1b), exceto no Paraná, onde as temperaturas podem ficar até 0,6 °C acima da média. Nessa região, devem predominar temperaturas entre 12 °C e 17 °C, com temperaturas mais baixas no Rio Grande do Sul e na divisa com Santa Catarina, onde as médias podem ficar abaixo de 12,5 °C.
No Centro-Oeste, as temperaturas médias devem ficar acima de 22,5 °C em todos os estados, com exceção do sul do Mato Grosso do Sul, onde as médias podem ficar acima dos 20 °C.

(a) (b)
Figura 1: Previsão de anomalias de (a) precipitação e (b) temperatura média do ar do modelo climático do INMET, para o mês de setembro de 2025.
Possíveis Impactos nas culturas agrícolas
Na Região Norte, o prognóstico climático do INMET para setembro de 2025 indica elevação das temperaturas do ar em grande parte da região, com totais de chuva próximos à normalidade. Sob estas condições, os maiores impactos recaem sobre as culturas permanentes como cacau, açaí e a fruticultura tropical, além das pastagens. Ressalta-se maior vulnerabilidade no sudoeste do Pará, Roraima e Acre, onde a reposição hídrica tende a ser limitada. Essas condições propiciam o estresse hídrico que pode resultar em perda de produtividade e redução da disponibilidade de alimento ao rebanho.
Na Região Nordeste, a previsão de chuvas próximas a média na maior parte do território, pode beneficiar as safras de feijão e milho, favorecendo o suprimento hídrico necessário e garantindo o enchimento dos grãos. Entretanto, na porção norte do litoral da Bahia e do Rio Grande do Norte as chuvas abaixo da média, associadas a temperaturas mais elevadas, eleva o risco de déficit hídrico, especialmente para lavouras de sequeiro e para a formação de pastagens nessas regiões.
Na maior parte da Região Centro-Oeste, a previsão indica anomalias de precipitação próximas à normalidade, mas com temperaturas de 0,6 °C a 1,5 °C acima da média. Essa condição pode favorecer as atividades de colheita do milho segunda safra e do algodão, reduzindo riscos de perdas por excesso de chuvas. Entretanto, para áreas de soja em implantação e para o feijão de terceira safra, a combinação de temperaturas mais altas e baixa umidade relativa pode comprometer a germinação e o enchimento de grãos, necessitando de adoção de práticas conservacionistas no solo e um manejo racional da irrigação.
Já na Região Sudeste, as chuvas previstas próximas da média devem beneficiar a colheita do café e da cana-de-açúcar, reduzindo riscos de perdas por excesso de umidade no solo. Entretanto, as elevadas temperaturas podem acelerar os processos fisiológicos das plantas e intensificar a evapotranspiração, necessitando de um adequado manejo hídrico do solo, especialmente nas áreas de implantação da soja precoce e milho, que necessitam da regularidade das chuvas para uma boa germinação e emergência.
Na Região Sul, a previsão é de chuvas levemente acima da média em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, bem como elevação da temperatura, especialmente no norte do Paraná. Essa condição é favorável ao desenvolvimento da cana-de-açúcar no estado. Contudo, o excesso de umidade no solo pode dificultar a semeadura e emergência das culturas de inverno, como trigo, aveia, cevada, centeio e canola, sobretudo em solos com baixa drenagem. Apesar disso, o cenário tende a ser positivo para as lavouras que já estão em fase de desenvolvimento.
O INMET é um órgão do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e representa o Brasil junto à Organização Meteorológica Mundial (OMM) desde 1950.
Fonte: https://portal.inmet.gov.br/
VEJA MAIS:
- A lenda do Orlov Trotter: o cavalo russo que une força, velocidade e elegância
- Crise no Agro: produtores afundam em dívidas e Banco do Brasil corta crédito e aciona a Justiça
ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias
Não é permitida a cópia integral do conteúdo acima. A reprodução parcial é autorizada apenas na forma de citação e com link para o conteúdo na íntegra. Plágio é crime de acordo com a Lei 9610/98.