Sistemas de patrimônio agrícola tradicionais são tema de conferência mundial

Os agricultores locais desenvolveram um sistema que combina coleta de flores, jardinagem agroflorestal, pastoreio de gado e cultivos

O programa Sistemas Importantes do Patrimônio Agrícola Mundial (SIPAM), iniciativa da  Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), está completando 20 anos. A certificação reconhece patrimônios agrícolas desenvolvidos por povos e comunidades tradicionais em diversas partes do mundo. 

Para marcar a data, está sendo realizada a Conferência Mundial sobre Sistemas Importantes do Patrimônio Agrícola Mundial, na Província de Zhejiang, na China. Em todo o mundo, a FAO reconhece 67 sistemas agrícolas em 22 países

Em discurso transmitido durante o evento, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) do Brasil, Marcos Montes, destacou a importância da identificação destes sistemas. “A identificação desses sistemas, de suas paisagens associadas, de sua biodiversidade agrícola e de seus sistemas de conhecimento permite sua preservação e sua evolução. É um processo essencial para que possam continuar fornecendo bens e serviços para as gerações presentes e futuras”, disse Montes. 

No Brasil, o primeiro Sistema de Patrimônio Agrícola Globalmente Importante foi reconhecido pelaFAO em 2019. Conhecido como “Apanhadores de Flores Sempre-vivas”, o sistema da Serra do Espinhaço (MG) tem arranjo produtivo único, em harmonia com o meio ambiente. As comunidades chegam a manejar mais de 400 espécies de plantas já catalogadas, incluindo as alimentares e as medicinais, cujos conhecimentos e práticas únicas são desenvolvidas ao longo de gerações para manter os recursos genéticos e melhorar a agrobiodiversidade. Os agricultores locais desenvolveram um sistema que combina coleta de flores, jardinagem agroflorestal, pastoreio de gado e cultivos.

Além desse sistema, uma missão da FAO avalia a possibilidade do reconhecimento internacional ao modo tradicional, agroecológico e familiar de produzir erva-mate no Paraná. 

Fonte: MAPA

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