Sorocaba e Chef Juliana alertam: carne bem passada derrete dinheiro e sabor; vídeo

Em vídeo didático que viralizou, cantor sertanejo e a especialista em churrasco Juliana Lima usam balança para provar que um bife de 200g pode encolher para 80g, um prejuízo de 60% no peso e na qualidade

Um vídeo simples, gravado no haras do cantor sertanejo Sorocaba, em Jaguariúna (SP), tornou-se uma verdadeira aula de utilidade pública para os amantes de churrasco. Ao lado da renomada Chef Juliana Lima, especialista em carnes, o artista, que também comanda o festival “Churrasco On Fire”, decidiu provar cientificamente por que a carne bem passada é um mau negócio, tanto para o paladar quanto para o bolso.

A demonstração do churrasco, que já acumula milhões de visualizações, começa com uma afirmação de Sorocaba, segurando um pedaço de carne visivelmente ressecado: “Carne nesse ponto não presta. E a gente vai te explicar o porquê. E com provas, viu?”.

O Prejuízo na Ponta da Faca (e na Balança)

O cerne da questão é a perda de líquidos. A carne é composta majoritariamente por água, gordura e proteína (mioglobina). Quando exposta ao calor excessivo por tempo prolongado, as fibras musculares se contraem violentamente, expulsando esses líquidos essenciais. O resultado é um produto seco, duro e significativamente menor.

Para provar o ponto, a dupla pesou três cortes idênticos de picanha, cada um com 200g:

  1. Carne Crua: Manteve os 200g.
  2. Carne “No Ponto”: Após ser grelhada corretamente, pesou 150g. Uma perda natural de 25% (50g) em líquidos.
  3. Carne “Bem Passada”: Levada ao extremo, a peça encolheu drasticamente, registrando apenas 80g na balança.

A perda de 120 gramas na carne bem passada representa um prejuízo financeiro direto de 60%. “Sem contar que cê ainda acaba pagando o [mesmo] preço por ela!”, ressalta a Chef Juliana.

Para o consumidor que paga o preço “cheio” pelo quilo da carne nobre, essa escolha de preparo significa que mais da metade do seu investimento está, literalmente, evaporando na grelha.

Respeito ao produtor e ao produto

O debate levantado por Sorocaba e Juliana vai além do paladar. Ele toca em um ponto sensível para o agronegócio: o valor do produto. A pecuária de corte moderna investe milhões em genética, nutrição e manejo para entregar um produto com alto grau de maciez e marmoreio (gordura entremeada).

Ao cozinhar a carne excessivamente, o consumidor anula todo esse esforço produtivo. A gordura que deveria derreter e irrigar as fibras, trazendo sabor, é completamente expelida, e a maciez, obtida com tanto investimento, transforma-se em rigidez.

A frase de impacto da Chef Juliana Lima ao ver a peça esturricada resume a visão do campo: “Vixe Maria, o boi morreu à toa!”.

A lição que fica do experimento é que o ponto da carne não é mera preferência, mas uma decisão de consumo inteligente. Respeitar o ponto ideal (mal passado ou ao ponto) é a única forma de garantir que o consumidor receba exatamente aquilo pelo que pagou: qualidade, sabor e o peso justo.

VEJA O VÍDEO COMPLETO:

Escrito por Compre Rural

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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