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Startups do agro captaram US$ 200 mi em 2022 e tem cenário promissor para 2023

O mercado de venture capital atraiu os investidores, apesar das dúvidas quanto ao cenário econômico, à alta de juros e aos bons rendimentos.

O volume de investimentos em agtechs – empresas de base tecnológica em agronegócio – no Brasil chegou a US$ 200 milhões em 2022. O valor representa 100% a mais do que o aporte total registrado em 2021, quando foram repassados US$ 109 milhões para o mercado de alto risco.

“2022 foi o ano do investimento recorde no setor, assim como o agro, que vem em constante crescimento no país”, avalia Gustavo Araujo, cofundador e CRO do Distrito, um ecossistema independente de startups do país. “2022 foi o ano do investimento recorde no setor, assim como o agro, que vem em constante crescimento no país”, avalia Gustavo Araujo, cofundador e CRO do Distrito, um ecossistema independente de startups do país.

Os dados informados por Araújo à revista Globo Rural mostram que o mercado de venture capital atraiu os investidores, apesar das dúvidas quanto ao cenário econômico, à alta de juros e aos bons rendimentos das opções de renda fixa. “Nunca houve tanto investimento em agtechs, diferentemente do que foi registrado em startups de outros segmentos”, comenta.

Gustavo Araujo, cofundador e CRO do Distrito

O crescimento do setor, na opinião do executivo, tem relação com o fortalecimento do agronegócio brasileiro. “Esse movimento demonstra que o Brasil tem um fundamento forte para o agro”, ressalta. Mas Araújo observa que essas startups são jovens e o setor ainda tem muito a crescer, tendo em vista o papel fundamental da tecnologia para garantir cada vez mais produtividade no campo. “O setor está percebendo isso e tem investido cada vez mais”, diz. Para ele, um bom indicativo de evolução para os próximos anos é o surgimento de players maiores, principalmente aqueles que resultam da fusão do agronegócio com o setor financeiro as fintechs do agro.

Dados apresentados no Radar agtech 2022, levantamento promovido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), SP Ventures e Homo Ludens, mostram que os maiores volumes de investimentos em 2022 foram as agfoodtechs – startups que atuam com alimentos inovadores e novas tendências de alimentação. A categoria teve um aumento de 85% nos investimentos em comparação com 2020.

O setor das agfoodtechs ganhou mais expressão depois da pandemia de Covid-19, quando ocorreram mudanças significativas no estilo de vida e nos hábitos dos consumidores, com destaque para a alimentação.

“Há um grande número de startups apostando em alimentos inovadores e em novas tendências alimentares, bem como em soluções para o agronegócio e o setor alimentício”, comenta Cleidson Nogueira Dias, analista da Embrapa e integrante da equipe técnica de elaboração do Radar Agtech.

Cleidson Nogueira Dias, analista da Embrapa

Além de concentrar o maior volume de investimentos, as agfoodtechs representam 44% do total de startups catalogadas pelo relatório, divididas em três categorias: antes, dentro e depois da fazenda. Para Dias, tecnologias 4.0, que contribuem para um escopo de fazenda inteligente, estão entre as áreas que devem crescer a partir de 2023, abrangendo inteligência artificial (IA), tecnologia da informação e internet das coisas, realidade aumentada e imagens em 3D, assim como tendências globais como biológicos, tecnologia genética e nanotecnologias. “São áreas que ajudam a maximizar o retorno econômico e a garantir a preservação de recursos”, considera o analista.

Francisco Jardim, sócio-diretor da SP Ventures, por meio da qual liderou investimentos da ordem de R$ 300 milhões em 2022, dos quais 70% foram para agtechs brasileiras, também visualiza um caminho nessa linha.

“Vejo cada vez mais a convergência entre duas grandes tendências, as agtechs e as climatechs, visando ao aumento da produtividade, com soluções resilientes às mudanças climáticas e unindo mais tecnologia, mais alimento, mais investimentos e mais atividade empreendedora nesse sentido”, detalha.

Francisco Jardim, sócio-diretor da SP Ventures

Assim como Araújo, Jardim também destaca as agfintechs como um setor promissor, tendo em vista a evolução tecnológica dos serviços financeiros, facilitando o acesso a financiamento e a crédito rural para os produtores. “Estamos otimistas com essa evolução tão acelerada das agtechs”, acrescenta.

Foi justamente na esteira de facilitar o dia a dia do produtor rural que a advogada Mariana Bonora criou a Bart Digital, em 2016. Pioneira na digitalização de títulos e garantias agrícolas, a agfintech hoje oferece um leque de soluções digitais para agilizar o financiamento agrícola. Mariana, CEO da startup, está entre as 30 mulheres mais inspiradoras no Radar agtech 2022. “Já estávamos bem posicionados no mercado e, com um time bem experiente, aproveitamos para ampliar as operações”, conta. Segundo ela, os serviços da Bart contribuem para uma economia de 70% no tempo tradicional para a formalização no sistema de financiamento.

Mariana Bonora, CEO e fundadora da Bart Digital

Em dezembro de 2022, a empresa atingiu a participação em operação de financiamentos agrícolas que chegaram a R$ 18 bilhões (no biênio 2020-2022). Segundo a CEO, o volume mostra a vitalidade do agronegócio brasileiro e também a capacidade da Bart em oferecer soluções para um setor em crescente busca por inovação.

Em um primeiro momento, ela comenta que era predominante a presença de agtechs que ofertavam soluções para a etapa dentro da fazenda, como agricultura de precisão, monitoramento por satélite e gestão de propriedade. O aumento da presença de mulheres no índice de empresas que receberam investimentos do mercado de venture capital é um dos destaques do relatório Radar Agtech 2022.

Do total de startups catalogadas no Brasil, 28,7%, ou seja, 520 agtechs, possuem ao menos uma mulher em sua estrutura societária. Com um time majoritariamente feminino na Bart Digital, Mariana conta que participa de reuniões em que é a única mulher presente, mas observa uma mudança gradativa no mercado: “Ainda há poucas mulheres à frente de agtechs, mas, no geral, as mulheres têm formado a frente de fazendas e empresas do agronegócio”.

Fonte: Globo Rural

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