Suplementação energética no inverno para gado de corte 

Em primeiro lugar, durante o inverno, os pecuaristas enfrentam um desafio recorrente: a queda na qualidade e na disponibilidade das pastagens

Com isso, o desempenho animal pode ser comprometido, especialmente em sistemas de cria, recria e engorda a pasto.

Dessa forma, a suplementação energética no inverno surge como uma solução eficaz para manter o ganho de peso, preservar a saúde do rebanho e garantir retorno econômico mesmo na estação seca.

Suplementação energética no inverno para gado de corte

Por que a suplementação energética é essencial no inverno?

Foto: apecuariadeprecisao.com.br

Rebanho bovino em pasto seco durante o inverno com baixa disponibilidade forrageira

No período seco, as pastagens apresentam:

  • Baixo teor de proteína e energia
  • Maior proporção de fibra indigestível
  • Menor disponibilidade de massa verde

Ou seja, esses fatores dificultam o consumo adequado de nutrientes pelos bovinos, seja pela menor oferta de forragem de qualidade, seja pela limitação no acesso ao alimento, o que compromete diretamente o desempenho animal.

A suplementação energética fornece energia de forma estratégica, ajudando a potencializar a digestão da fibra, melhorar o aproveitamento do pasto seco e manter a produtividade da fazenda.

Quando usar a suplementação energética no gado de corte?

A adoção da suplementação deve considerar:

  • Nível de oferta e qualidade do pasto disponível
  • Categoria animal (bezerros, novilhos, vacas, bois em terminação)
  • Objetivo produtivo (manutenção ou acabamento)
  • Condições climáticas e previsão de chuvas
  • Custo-benefício da suplementação

De forma geral, animais em fase de crescimento ou acabamento se beneficiam muito da suplementação energética, pois precisam de aporte calórico constante para converter alimento em carne.

Principais fontes de suplementação energética

Existem diversas opções para compor o suplemento energético. Por isso, a escolha depende da disponibilidade na região, custo por unidade energética e facilidade de manejo. Entre as mais comuns, estão:

  • Milho moído: alto valor energético e boa aceitação
  • Polpa cítrica: fonte de energia fermentável com boa digestibilidade
  • Farelo de trigo: bom equilíbrio entre energia e proteína
  • Melaço de cana: excelente palatabilidade, usado como veículo
  • Casquinha de soja: fibra digestível e fonte de energia de qualidade
  • Farelo de arroz: alternativa em regiões com produção local

A combinação desses ingredientes pode ser ajustada com o auxílio de um nutricionista animal, para atingir as exigências específicas do rebanho.

Como aplicar a suplementação de forma estratégica

Para obter bons resultados, é fundamental seguir uma estratégia bem planejada:

  • Diagnóstico da pastagem: avalie a oferta de forragem e o teor de matéria seca disponível.
  • Definição do nível de suplementação: determine se será usado como suplemento leve (0,3% do peso vivo), médio (0,5%) ou alto (acima de 0,8%).
  • Adaptação do rebanho: introduza o suplemento gradualmente por pelo menos 7 dias para evitar distúrbios digestivos.
  • Oferecimento em cochos cobertos ou móveis: evite perdas por chuva e facilite o acesso dos animais.
  • Monitoramento do consumo e do desempenho: acompanhe o ganho médio diário (GMD) para ajustes pontuais.

Benefícios diretos da suplementação energética no inverno

Adotar a suplementação energética no período seco traz uma série de vantagens:

  • Melhor conversão alimentar
  • Ganho de peso uniforme e previsível
  • Redução do ciclo de engorda
  • Maior taxa de lotação da fazenda
  • Valorização dos animais na venda
  • Menor impacto da sazonalidade na produção

Quem trabalha com venda programada ou confinamento estratégico pode usar a suplementação de forma a preparar os animais para a terminação final ou atingir o peso ideal de abate mais cedo.

Conclusão

Em conclusão, a suplementação energética no inverno é uma ferramenta poderosa para manter o desempenho do gado de corte mesmo em períodos de escassez de pasto. Com uma abordagem bem planejada, é possível garantir produtividade, reduzir prejuízos e manter a sustentabilidade do sistema de produção.

Por fim, não basta apenas alimentar o rebanho — é preciso fornecer os nutrientes certos, na quantidade adequada e na hora certa. A seca passa, mas os bons resultados permanecem.

Fonte:apecuariadeprecisao.com.br

ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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