
Para o médico-veterinário Dr. Leonardo Garbois, especialista em terapias integrativas para cavalos, a resposta está no equilíbrio entre respeito à tradição e responsabilidade com o bem-estar animal
A recente comoção causada pelo cavalo mutilado durante uma cavalgada no Vale do Paraíba (SP), que levou celebridades como Ana Castela, Luisa Mell e Paolla Oliveira a cobrarem justiça, reacendeu um debate urgente: como manter viva a tradição cultural das cavalgadas sem colocar em risco a saúde e a dignidade dos animais?
Para o médico-veterinário Dr. Leonardo Garbois, especialista em terapias integrativas para cavalos, a resposta está no equilíbrio entre respeito à tradição e responsabilidade com o bem-estar animal.
“As cavalgadas fazem parte da nossa história e da identidade cultural brasileira, mas precisam ser realizadas com consciência. Um cavalo que não é preparado, hidratado ou que tem sua resistência desrespeitada pode sofrer sérias consequências, como infelizmente vimos nesse episódio trágico”, alerta o especialista.
Cuidados que não podem ser ignorados
Segundo o Dr. Leonardo, algumas medidas básicas são essenciais para que os eventos sejam seguros para todos:
- Hidratação e alimentação adequadas: disponibilizar água fresca em paradas estratégicas e respeitar intervalos de descanso.
- Ferrageamento e casqueamento corretos: fundamentais para evitar lesões nos cascos.
- Exame veterinário preventivo: avaliar saúde geral, vacinas e condição física antes do evento.
- Uso de equipamentos apropriados: selas, freios e mantas em bom estado previnem feridas e dores.
- Respeito ao limite do animal: cada cavalo tem sua resistência; ultrapassá-la é risco de vida.
“É fundamental lembrar que o cavalo não é uma máquina. Ele é o protagonista da cavalgada, e seu bem-estar precisa estar em primeiro lugar. Sem isso, a tradição perde seu sentido e se transforma em crueldade”, reforça Dr. Leonardo.
Risco sanitário também preocupa
Além dos cuidados individuais, eventos com aglomeração de animais podem favorecer a disseminação de doenças como influenza equina, anemia infecciosa e mormo, trazendo riscos tanto para os cavalos quanto para seus proprietários. Por isso, o especialista recomenda a exigência da Guia de Trânsito Animal (GTA), fiscalização veterinária nos eventos e a educação constante dos proprietários sobre boas práticas.
Tradição e responsabilidade podem caminhar juntas
Para o veterinário, a tragédia no Vale do Paraíba deve servir de alerta e também de oportunidade de mudança:
“Não precisamos escolher entre cultura e respeito. Podemos ter cavalgadas que valorizem nossa história, ao mesmo tempo em que garantimos a saúde e a dignidade dos animais. Essa é a única forma de preservar a tradição para as próximas gerações.”
Sobre o Dr. Leonardo Garbois
Com 13 anos de experiência, Dr. Leonardo conta que desde muito novo era influenciado pelo pai para ser médico veterinário. E foi na medicina veterinária que se encontrou e entende que a profissão lhe dá possibilidades constantes de evolução e novos aprendizados. Por dizer as diversas especializações que já tem, como: Quiropraxia, homeopatia, laserterapia, acupuntura, odontologia equina, reprodução equina, inseminação artificial e Reiki. Dr Leonardo Garbois é clínico e médico cirurgião, de grandes e pequenos animais. Ele sempre teve desafios constantes, mas pra ele o maior é conscientizar tutores sobre a importância dos cuidados preventivos com os animais. Atualmente, além de realizar atendimentos em haras e sítios particulares, Dr. Leonardo atende na Pet by Vet Clínica
Veterinária, na Associação de Comerciantes de carne, na LG7 Medicina Veterinária, e ministra cursos profissionalizantes na área Veterinária no Agro Cursos (todos em Além Paraíba). Sem falar que é amante de provas Equestres. Sua premissa é sempre fazer um trabalho de excelência para vida e saúde dos animais, com técnica e ética, e entende que buscar o equilíbrio entre homem e vida animal é o papel do médico veterinário e da medicina veterinária. Dr. Leonardo acredita que a medicina veterinária integrativa é o futuro.
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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