Tratores e cavalos foram usados em protesto contra Lula

Bagé, cidade na fronteira com o Uruguai é a primeira parada do ex-presidente na sua caravana pelo Rio Grande do Sul

Por Paula Sperb, VEJA

Ruralistas e empresários da cidade de Bagé, na fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai, protestam na manhã desta segunda-feira contra a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no município. O protesto conta com de tratores, um boneco de Lula, o pixuleco, em tamanho real atrás das grades, um homem fantasiado de preso e até cavalos com a garupa pintada com os dizeres “Lula ladrão”. A caravana de Lula pelo estado inicia em Bagé com uma atividade na Universidade Federal do Pampa (Unipampa), criada durante sua gestão.

A chegada de Lula na Unipampa, por volta das 11h, após deixar o Aeroporto Internacional Comandante Kraemer, gerou confusão entre apoiadores e manifestantes. Não há informação sobre feridos.

Segundo o organizador do protesto contra o ex-presidente , Rodrigo Moglia, presidente Associação e Sindicato Rural de Bagé, dezenas de tratores, caminhões e carretas estão próximos à Unipampa para chamar atenção. “É época de colheita, mas estamos aqui em demonstração de força e união da classe produtora contrários à visita do ex-presidente. É um protesto pacífico para marcar nossa posição. Estamos vigilantes e apoiamos o Supremo Tribunal Federal (STF)”, disse Moglia a VEJA. Segundo ele, cerca de 2.000 pessoas participam do protesto.

Ruralistas e empresários levaram tratores para protesto contra Lula, em Bagé (Romário Almeida, Aciba/VEJA.com)

Acompanhado da ex-presidente Dilma Rousseff e da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, Lula falou sobre a importância da Unipampa e o investimento em educação. “Investir em educação não é gasto, investir em educação é uma necessidade. Porque o Brasil não quer ser eternamente exportador de soja, o Brasil quer ser exportador de inteligência. É por isso que fiz questão de vir aqui”, disse aos apoiadores.

O ex-presidente também criticou o atual momento do país. “Vocês estão percebendo que está crescendo outra vez o número de pobre na rua, o número de indigente, o número de criança pedindo esmola. Isso tinha desaparecido no Brasil”, falou.

Ruralistas e empresários levaram tratores para protesto contra Lula, em Bagé (Romário Almeida, Aciba/VEJA.com)

“A gente achou uma afronta à ‘Rainha da Fronteira’ [como Bagé é conhecida] que Lula comece sua campanha política por aqui, um condenado em primeira e segunda instância. Ainda mais usando um órgão público, como é a Unipampa. Também achamos uma afronta ao poder Judiciário, porque o lugar de uma pessoa condenada é atrás das grades, mas ele está aí, solto e fazendo sua propaganda”, disse à reportagem Romário Almeida, da diretoria da Associação Comercial e Industrial de Bagé (Aciba), que apoia o protesto.

Via VEJA

Siga o Compre Rural no Google News e acompanhe nossos destaques.
LEIA TAMBÉM