Área de trigo cai 20% em 2025, mas produção cresce. Preços recuam no segundo semestre pressionados por safra mundial recorde e trigo importado.
A área semeada com trigo no Brasil voltou a diminuir em 2025. Segundo pesquisadores do Cepea, a retração esteve diretamente relacionada à frustração da safra de 2024, quando o clima adverso comprometeu a produtividade e a rentabilidade da cultura, o que desestimulou produtores a realizarem novos investimentos.
A Conab indicou que a área cultivada em 2025 ficou cerca de 20% abaixo da registrada em 2024 e foi a menor desde 2020.
Apesar da expressiva redução da área, a produção nacional e a produtividade devem encerrar 2025 acima dos patamares do ano anterior, favorecidas pelo clima e por ganhos de rendimento.
Quanto aos preços domésticos, levantamento do Cepea mostra que apresentaram dois momentos em 2025. No primeiro semestre, se mantiveram firmes, sustentados pela oferta doméstica abaixo da demanda. A partir de maio, contudo, o avanço da semeadura nacional, os elevados estoques de passagem e, sobretudo, a crescente pressão da ampla oferta mundial e do trigo importado inverteram a tendência de preços.
No segundo semestre, com a intensificação da colheita brasileira, as cotações caíram de forma mais acentuada. Pesquisadores do Cepea relatam que esse movimento foi reforçado por um cenário externo fortemente baixista, marcado por uma safra mundial recorde e por expectativas elevadas para a colheita na Argentina.
As constantes quedas de preços nesse período suscitaram preocupações quanto à rentabilidade do produtor. Adicionalmente, a apreciação do Real frente ao dólar ao longo do ano aumentou a competitividade do trigo importado, sobretudo o argentino. A redução das “retenciones” na Argentina contribuiu para tornar o cereal externo ainda mais atrativo aos compradores brasileiros.
Diante desse cenário, agentes vendedores no mercado interno foram pressionados a reduzir seus valores de negociação, acompanhando a queda das referências internacionais.
Fonte: Cepea (www.cepea.esalq.usp.br)
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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