Tudo o que você precisa saber sobre neonatos bovinos; confira

Reduzir a mortalidade, aumentar a porcentagem de neonatos bovinos desmamados, mediante boas práticas, emerge como indicador notáveis ganhos

O surgimento de um neonatos bovinos representa uma transição veloz do ambiente intrauterino para o extrauterino, exigindo que a adaptação ocorra nas primeiras 24 horas após o nascimento. Durante esse período crítico, o controle das funções vitais, tais como alimentação, regulação da temperatura corporal e evacuação, é transferido para o recém-chegado.

No contexto brasileiro, reconhecido como berço de alguns dos maiores rebanhos do mundo, enfrentamos um mercado altamente competitivo e globalizado. Os cuidados neonatais desempenham um papel crucial ao moldar toda a trajetória de vida do animal. Assim, a implementação de boas práticas nesse estágio inicial não apenas visa diminuir as taxas de mortalidade, mas também almeja aumentar a proporção de bezerros que atingem a fase de desmame.

Manejo do bezerro nas primeiras 24 horas

Após a conclusão do parto, é crucial agir com rapidez, iniciando pela remoção das membranas e do muco presentes no nariz e boca do bovino, o que equivale à limpeza da placenta e das narinas. Em seguida, realiza-se uma massagem torácica para auxiliar nos movimentos respiratórios. É importante destacar que, enquanto feto, os pulmões do bezerro permanecem em um estado atelectásico, sem respiração pulmonar. Com o rompimento do cordão umbilical, o bezerro depende dos próprios pulmões para respirar e iniciar o processo de oxigenação.

Tudo o que você precisa saber sobre neonatos bovinos
Foto: Fazenda Elge

Outro procedimento de extrema importância diz respeito ao cuidado com a temperatura corporal do bovino recém-nascido. Antes proporcionada pela mãe, essa temperatura diminui rapidamente após o parto, devido a fatores como a evaporação do líquido amniótico e as baixas reservas calóricas do bezerro. Para evitar o risco de hipotermia, é recomendado o uso de panos para secagem e aquecimento por meio de fricção vigorosa. Posteriormente, o bezerro deve ser colocado em um ambiente termicamente isolado, com temperatura entre 20 e 25ºC, seja de barriga para baixo ou mediante o uso de lâmpadas de luz infravermelha, uma alternativa eficaz.

A ingestão de colostro desempenha um papel crucial no fortalecimento da imunidade do recém-nascido. Esse alimento, produzido pela vaca nas primeiras horas do parto, é composto por imunoglobulinas, macro e micronutrientes, leucócitos, enzimas, fatores de crescimento e hormônios. Ao garantir a ingestão de pelo menos 6 litros de colostro nas primeiras 12 horas, o bezerro recebe uma transferência passiva de imunidade, protegendo-o contra microrganismos patogênicos do ambiente. Recomenda-se manter o bezerro com a mãe por um período de 12 a 24 horas, aproveitando as primeiras horas para otimizar a absorção desses componentes, uma vez que a eficiência diminui com o passar do tempo após a ingestão.

Assepsia do umbigo

As complicações decorrentes de infecções no umbigo representam uma séria ameaça à sobrevivência dos bezerros, resultando em taxas elevadas de mortalidade. A ausência de procedimentos adequados nesse contexto cria uma abertura para a entrada de agentes infecciosos, impactando adversamente o desempenho produtivo dos bezerros que conseguem sobreviver, com uma perda estimada de 25%.

É imperativo realizar a desinfecção do umbigo logo após o parto para manter o animal protegido, uma vez que esse local se torna propício para a entrada de bactérias. No entanto, é crucial destacar que o cuidado exclusivo com a assepsia do umbigo não é suficiente para prevenir onfalites e onfaloflebites, bem como suas complicações. Todos os procedimentos mencionados são essenciais, e a manutenção higiênica dos ambientes maternos durante o período em que os bezerros recém-nascidos permanecem é igualmente fundamental.

Recomenda-se que os criadores solicitem a avaliação do veterinário de confiança para os processos relacionados aos bovinos recém-nascidos e utilizem medicamentos apenas se forem indicados pelo profissional. Afinal, cuidar está intrinsecamente ligado à nossa natureza.

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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