Ultrassonografia é usada para conhecer características do tambaqui

Um grupo de pesquisadores está usando a ultrassonografia veterinária para identificar características positivas que sirvam para o melhoramento genético do tambaqui (Colossoma macropomum). A ideia é, futuramente, selecionar peixes com qualidades importantes para o mercado, como um tamanho superior de lombo ou um espaçamento maior entre as costelas, por exemplo, o que poderia resultar em mais carne por unidade.

A técnica permite que os especialistas obtenham todas as informações necessárias para o estudo sem ser preciso sacrificar o peixe. “Com o ultrassom é possível medir perfeitamente a área desejada. Assim, podemos medir várias matrizes e ver se existe variabilidade na população de tambaquis. Se existir variabilidade nós podemos melhorar o peixe. É claro que existem diferenças geradas pelo ambiente, pela nutrição, condições do tanque, mas a parte genética também tem uma parcela de contribuição nessas diferenças e é isso que estamos descobrindo”, destacou Caio Augusto Perazza, doutorando pela Universidade de Mogi das Cruzes.

Conforme Perazza, a ultrassonografia em peixes é ainda pouco usada. “Existe algum uso com salmão, com carpa, mas para a parte reprodutiva. Para esse tipo de uso é totalmente recente. O fim de todas essas pesquisas é melhorar o peixe e toda a cadeia produtiva do tambaqui”, explicou.

Segundo a pesquisadora Alzira Miranda de Oliveira, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, instituição que coordena o projeto, o conhecimento do tambaqui pela ultrassonografia é parte do projeto intitulado Pró-Amazônia – Subsídios para melhoramento genético do tambaqui. “Esse projeto prevê duas ações: a genética populacional e os subsídios para melhoramento genético. Nós estamos tentando conhecer melhor toda a genética do animal e também verificar quais as características morfológicas do tambaqui em diferentes regiões do Brasil, dentre outros aspectos” explicou.

“O projeto é importante para o avanço do conhecimento básico sobre o peixe, mas principalmente para a produção animal, vislumbrando o aumento da área do lombo, a distância entre costelas, o que significa maior rendimento de carne”, concluiu Alzira.

Por Felipe Rosa da Embrapa

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