Vaca louca: conheça a doença e saiba como preveni-la

O surto do mal da “vaca louca” chegou a provocar a proibição de consumo de carne bovina na Grã-Bretanha na década de 1990. E já afetou as negociações do Brasil com a China.

A Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), conhecida popularmente como o “mal da vaca louca”, ficou famosa mundialmente após um surto na Grã-Bretanha durante os anos 1990, que provocou a suspensão do consumo de carne bovina no país.

A doença acomete o cérebro de bovinos, bubalinos, ovinos e caprinos. A enfermidade pode ser transmitida por meio da ingestão de carne contaminada e pode, inclusive, levar seres humanos à morte. Por isso, existe um controle sanitário muito rígido para prevenir e controlar os casos relacionados à patologia.

O Brasil é considerado território de risco insignificante para a ocorrência da EEB, de acordo com classificação da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Nas últimas décadas, o País registrou apenas alguns casos isolados da doença, que foram devidamente controlados e eliminados.

Histórico do mal da “vaca louca”

Doença degenerativa atinge o cérebro de animais ruminantes. (Fonte: Shutterstock/Agia/Reprodução)

Em 1930, o “scrapie”, um mal semelhante à “vaca louca”, foi registrado pela primeira vez entre ovelhas britânicas. Duas décadas depois, os cientistas descobriram que uma proteína infecciosa chamada príon, presente naturalmente no cérebro de vários mamíferos, podia se tornar um agente patógeno, se multiplicando de forma descontrolada.

Na década de 1970, as fábricas britânicas utilizavam gordura de ovelha como ingrediente da ração bovina. Alguns anos depois, os cientistas começaram a observar que os animais que eram alimentados com essas rações estavam ficando doentes.

Epidemia da doença

Os primeiros casos da EEB foram relatados em 1986 e rapidamente uma epidemia foi registrada. Em 1993, mais de mil casos eram identificados por semana. O governo britânico ignorou o perigo e demorou para alertar a população e sacrificar o gado. Mais de 130 pessoas morreram em decorrência da doença.

Um novo surto aconteceu em 1996 na Europa, afetando outros países. Em 2000, a epidemia foi novamente registrada, dessa vez na Grã-Bretanha e no Japão. Apesar de nunca ter sido relevante no Brasil, a enfermidade chegou a ser motivo de uma briga comercial com o Canadá, que vetou a entrada de carne bovina brasileira.

Causas e sintomas

Irritabilidade pode ser um sinal do mal da “vaca louca”. (Fonte: Shutterstock/Joao Kermadec/Reprodução)

Além do consumo de carne contaminada, considerado “casos típicos”, o mal pode ser gerado espontaneamente em animais velhos, chamados “casos atípicos”. No segundo caso, a doença gera menos preocupação, pois geralmente a ocorrência é isolada e independente.

A EEB tem uma evolução longa, com apresentação de sintomas neurológicos nos animais como nervosismo, apreensão, medo e ranger dos dentes. O gado com a doença também costuma dar sinais de hipersensibilidade ao som, toque e luz, dificuldade para andar e menor tempo de ruminação.

Os sintomas podem ser confundidos com outras patologias que atingem o sistema nervoso central dos animais, como raiva, intoxicações, polioencefalomalacia e herpes. Por essa razão, a confirmação da ocorrência da doença da “vaca louca” é realizada por diagnóstico em laboratório.

Como prevenir a “vaca louca”

Não existe tratamento para a doença da “vaca louca”, por isso os animais contaminados precisam ser sacrificados. Em caso de suspeita da doença, as autoridades sanitárias devem ser comunicadas imediatamente para a realização dos procedimentos de identificação e controle.

A melhor forma de controlar a doença é por meio da prevenção, que pode ser realizada por medidas como a não utilização de proteínas de origem animal na ração de animais ruminantes e a vigilância sanitária nas fronteiras, propriedades rurais e matadouros. 

Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

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