Nem tudo está perdido: A primeira quinzena do mês pode ser um período importante para reverter esse cenário de baixa no preço do boi gordo, levando em consideração a entrada dos salários na economia e o aumento da demanda relacionada ao Dia dos Pais.
Com a continuidade do movimento de pressão por parte das indústrias, o mercado brasileiro do boi gordo registrou baixa liquidez nos negócios nesta terceira semana do mês de julho/23, já que o consumo interno vem apresentando fragilidade, tornando-se hoje o principal fator responsável pelo movimento de baixa nos preços da arroba. Vai vender seu boi gordo? Confira isso antes de negociar seu rebanho.
Segundo a Scot Consultoria, esse movimento de pressão negativa nos preços, que teve início em São Paulo, acabou ganhando proporção e atingindo as demais praças pecuárias pelo país. “A pressão de baixa se intensificou; os recuos nas cotações do boi gordo iniciaram em São Paulo, na semana passada, e se alastraram para o restante das praças pecuárias”, relata a engenheira agrônoma Jéssica Olivier, analista de mercado da Scot.
Ainda segundo a analista, com o escoamento de carne abaixo do esperado, as indústrias frigoríficas estão reduzindo o número de bovinos abatidos diariamente e, nesta sexta-feira, grande parte optou por ficar fora das compras. Algumas plantas, segundo levantamento, já trabalham com redução nos dias úteis, afim de evitar aumento da demanda pelo boi gordo.
As escalas de abate estão confortáveis para as indústrias do País, ressalta Jéssica. “Os frigoríficos estão remanejando o gado a ser abatido, pois a venda de carne pelos atacadistas é mínima”, reforça ela, acrescentando: “O escoamento (da carne bovina) tem sido praticamente nulo em São Paulo”.
Vai vender seu boi, lembre-se disso
A primeira quinzena do mês pode ser um período importante para reverter esse cenário, levando em consideração a entrada dos salários na economia e o aumento da demanda relacionada ao Dia dos Pais, conforme o analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias.
Fechamento do boi gordo na última semana
O escoamento lento da carne no atacado continua sendo o principal fator que justifica o comportamento negativo recente dos preços. A indústria frigorífica continua com estoques elevados de carne, o que reduz a necessidade de aumentar as escalas de abate.
Pela apuração da S&P Global Commodity Insights, a sexta-feira registrou um nova rodada de queda nas cotações da arroba bovina. Com isso, no interior de São Paulo, o boi gordo paulista seguiu valendo R$ 240/@ nesta sexta-feira, enquanto a vaca e a novilha gordas são negociadas por R$ 212/@ e R$ 230/@ (preços brutos e a prazo), segundo a Scot.
A cotação do “boi China” – animal jovem abatido com até 30 meses de idade – está em R$250,00/@, preço bruto e a prazo. Ágio de R$10,00/@ em relação ao Boi Comum. Mas, destaca-se o fato de que o preço do boi gordo na China já passou por desvalorização de 10% em 2023, puxado pela forte queda nas cotações da carne suína no país, principal proteína animal consumida no gigante asiático, apontou a Agrifatto.
Já o INDICADOR DO BOI GORDO CEPEA/B3, fechou a semana com uma desvalorização de 3,09% na comparação mensal. Dessa forma, os preços que estavam em R$ 250,90/@ na quinta-feira, encerram em R$ 246,35/@ na última sexta. Confira o gráfico abaixo com a movimentação dos preços ao longo dos últimos 30 dias úteis.

“Muitos frigoríficos estivaram ausentes das compras de gado gordo”, afirma a S&P Global, completando: “As unidades que ainda operaram para compor as suas escalas para a semana vindoura efetivaram novas negociações (de boiadas gordas) a preços mais baixos”.
Segundo a S&P Global, a região com maior especulação baixista vem sendo o Mato Grosso, onde a estabilidade de preços deu lugar a novos recuos fundamentados por um ambiente de fraca demanda por animais terminados. “Apesar da oferta enxuta e um menor número de animais em confinamento, a demanda apática fomentou recuos da arroba em todas as regiões mato-grossenses monitoradas”, informa a S&P Global.
Na média Brasil, os frigoríficos ficaram com a programação de abates em 9 dias, o mesmo patamar do final da semana, demonstrando que não há preocupações com abastecimento neste momento.
Exportações tem grande recuo no faturamento
Em meio à inexpressividade do mercado interno, a exportação de carne bovina in natura também não vai muito bem, sobretudo no que diz respeito ao faturamento. Nos dez primeiros dias úteis de julho/23, o volume diário embarcado e o preço pago por tonelada caíram 3,72% e 26,2%, respectivamente, frente às médias de julho/22, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

Com isso, o faturamento diário das exportações recuou 29% em relação à receita obtida na média de julho ano passado. No período de dez dias deste mês, foram exportadas 76,63 mil toneladas, resultando em faturamento de US$ 370,24 milhões.
Segundo apuração da Agrifatto, os exportadores brasileiros de carne bovina estão tentando sustentar os preços de venda da tonelada para os importadores chineses, que apresentaram melhora nas últimas duas semanas, após passarem por um período prolongado de correções para baixo.
Giro do boi gordo pelo Brasil
- Em São Paulo, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 242.
- Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 235.
- Já em Cuiabá (MT), a arroba foi indicada em R$ 213.
- Em Goiás(GO), a indicação foi de R$ 225 para a arroba do boi gordo.
- Já em Uberaba (MG), a arroba teve preço de R$ 240.
Atacado
Os preços da carne bovina se estabilizaram no atacado no fechamento da semana. Conforme Iglesias, a expectativa ainda é de alguma pressão nos preços no curto prazo, devido à reposição lenta que geralmente ocorre ao longo da segunda quinzena do mês. Além disso, a carne de frango continua sendo muito mais competitiva em comparação com a carne bovina, como ressaltado por Iglesias.
Os preços permanecem em R$ 17,50 por quilo para o quarto traseiro, e o quarto dianteiro segue no patamar de R$ 13,25 por quilo. A Ponta de agulha continua sendo precificada a R$ 13,00 por quilo.
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