Varda chega ao Brasil para promover a integração de dados do campo

Por meio de um identificador único para cada talhão agrícola no mundo, startup agrícola viabiliza o compartilhamento de informações entre diferentes plataformas e atores da cadeia.

Fundada pela Yara International — líder mundial em nutrição de plantas –, a startup de tecnologia agrícola Varda chega ao Brasil com o objetivo de viabilizar o compartilhamento de dados coletados em campo para acelerar a transição para um sistema alimentar positivo para a natureza. Por meio da ferramenta “Global Field ID”, a empresa vai mapear todo o território agrícola mundial e estabelecer uma identificação única para cada talhão, como um CEP, permitindo a integração e o compartilhamento de informações entre diferentes plataformas digitais e atores da cadeia.

Atualmente, os agricultores e empresas agrícolas utilizam diferentes modelos para identificar as áreas de cultivo com suas ferramentas digitais, o que dificulta a interoperabilidade e a colaboração em todo o setor. Via satélite e outras tecnologias de monitoramento, a Varda mapeia digitalmente todo o território agrícola e atribui IDs exclusivos aos lotes, criando um endereço único, que é enviado aos usuários por meio de uma API. O objetivo do serviço é criar uma linguagem geoespacial comum para a indústria como um todo. Na prática, o uso de um identificador único permite que todos os participantes da cadeia possam incluir ou consumir dados, integrando ferramentas de rastreabilidade existentes e futuras.

Além de uma maior interoperabilidade entre plataformas, colaborando diretamente para o desenvolvimento e fortalecimento dos sistemas agroalimentares, a tecnologia permite uma melhor rastreabilidade do produto final, o acompanhamento histórico de práticas agrícolas nas propriedades rurais, o monitoramento de atividades de desmatamento e, inclusive, a colaboração direta com o mercado de créditos de carbono, beneficiando o produtor que utilizar práticas de agricultura regenerativa, evitando, por exemplo, a duplicidade na emissão de créditos.

Para Deise Dallanora, líder da iniciativa para o Brasil e América Latina, o “Global Field ID” traz elementos fundamentais para impulsionar práticas de descarbonização da agricultura, que é a colaboração e consequente redução da fragmentação dos dados ao longo da cadeia. “Temos hoje o desafio global de promover a redução de emissões de gases de efeito estufa, ao mesmo tempo em que precisamos produzir mais alimentos. Diante deste cenário desafiador, Varda chega para impulsionar soluções colaborativas, possibilitando a união dos elos da cadeia de produção”, afirma. “Nosso objetivo é reunir empresas, agricultores e outras instituições públicas e privadas do setor que compartilhem da aspiração por um ecossistema alimentar sustentável e resiliente. Tudo isso contribuirá para trazer transparência aos processos de uma agricultura cada vez mais próspera, em todos os sentidos”, adiciona.

A startup internacional foi desenvolvida pela Yara, mas conta com operação independente e sede própria na Suíça. Atualmente, Varda opera na França e no Reino Unido, com um time diverso de quase 40 funcionários diretos, de 15 diferentes nacionalidades. Além do Brasil, há planos para estrear em territórios como Estados Unidos e outros mercados da Europa ainda em 2023.

Gigantes do agro aderem à iniciativa

No último mês de fevereiro, a Yara, líder global em nutrição de plantas com sede na Noruega, e o Syngenta Group, empresa líder global em inovação agrícola com sede na Suíça, firmaram uma parceria global com a Varda para acelerar a adoção do “Global Field ID”, com o objetivo de reduzir a fragmentação de dados em toda a cadeia de suprimentos de alimentos.

As empresas reconhecem que ter uma identificação única para cada área agrícola é uma etapa necessária para colaborar efetivamente para um sistema alimentar mais sustentável, resiliente e transparente. O sistema será usado como uma camada adicional de dados nas próprias ferramentas agrícolas digitais das empresas, criando um quadro de referência a ser compartilhado para registrar os dados coletados em campo, o que deve gerar inúmeros benefícios como: interoperabilidade; transparência com relação à agricultura regenerativa; e rastreabilidade.

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