Vídeo: Rebanho morre em lavoura e deixa prejuízo

A intoxicação por essa planta não deve ser negligenciada, pois é amplamente distribuída pelo Brasil; Rebanho morreu de forma trágica e deixou grande prejuízo.

A criação de gado é uma atividade de suma importância no processo de desenvolvimento socioeconômico do Brasil. No entanto, enfrenta vários problemas ligados à saúde dos animais, devido, entre outros fatores, à existência de plantas tóxicas nas pastagens, naturais e cultivadas, em várias regiões do Brasil. Uma delas é a mamona (Ricinus communis).

A causa de um grande prejuízo que ocorreu no interior da Bahia, foi justamente a mamona. O incidente foi relatado em vídeo recebido via Whastapp, mostrando as imagens do gado morto em meio a lavoura de milho recém colhido. Confira abaixo o vídeo e as informações detalhadas!

Segundo o relato do cinegrafista, os animais foram introduzidos em uma área de lavoura de milho. A colheita do milho tinha acontecido em pouco tempo e, segundo o pecuarista da propriedade, uma grande quantidade de milho havia ficado para trás e, com isso, a primeira suspeita era de alguma intoxicação pelo milho.

Entretanto, ao chegar na lavoura, rapidamente foi observado uma grande quantidade de pés de mamona que, com a retirada do milho, haviam brotado. Além de já ser uma planta tóxica, o calor que fazia no dia serviu como um propulsor para que os animais viessem a óbito de forma mais rápida, não dando tempo de realizar nenhum tratamento.

As partes tóxicas da mamona são as folhas (principalmente murchas), e as sementes da mesma. O princípio tóxico presente na mamona é uma proteína denominada ricina, existente na semente da planta. Os animais sensíveis à ingestão desse fruto são: bovinos, caprinos, ovinos, equinos, suínos, coelhos e aves.

A intoxicação natural pela planta tem sido registrada na região nordeste, devido à fome. Quanto aos princípios tóxicos, as folhas possuem a ricinina, responsável por sintomas neuromusculares, que não possui efeito cumulativo e as sementes possuem uma toxalbumina, a ricina, além de uma fração alergênica (complexo proteína-polissacarídeo), uma lípase, traços de riboflavina, ácido nicotínico e óleo de rícino.

Confira o vídeo com o relato da tragédia com a intoxicação do gado por mamona

Apesar dos índices baixos, a intoxicação por essa planta não deve ser negligenciada, pois é amplamente distribuída pelo Brasil, sendo importante o conhecimento sobre os sinais clínicos apresentados pelos animais intoxicados para facilitar o diagnóstico.

Os bovinos procuram as folhas da planta por fome. A dose letal é 20 g por quilo de peso vivo do animal, ingeridas de uma só vez. Nessa quantidade, as folhas quase sempre causam a morte de bovinos. Vale ressaltar que a planta é mais tóxica no auge da seca. Já a maioria dos casos de intoxicação por sementes ocorre devido à ingestão pelos animais de alimentos que sofreram a adição acidental ou intencional de sementes ou de resíduos da mamona.

Os sintomas, após a ingestão das folhas, surgem de 3 a 6 horas. Esses são de ordem neuromuscular. Os animais ficam desequilibrados, deitam-se, têm tremores musculares, apresentando, também, salivação excessiva, arrotos e recuperação ou morte rápida.

Quando ingerem sementes, os sintomas nos animais aparecem em algumas horas e em até 2 e 3 dias. A evolução é aguda ou subaguda. Nota-se perda de apetite, diarreia quase sempre sanguinolenta, fraqueza, apatia e morte.

O tratamento da intoxicação por folhas da mamona ainda é desconhecido, entretanto, para a intoxicação por sementes, o tratamento consiste na aplicação, por via oral, de mucilagem e de taninos e, por via parietal, de glicose, extratos hemáticos e excitantes nervosos.

O melhor, em todos os casos, é evitar que os bovinos famintos invadam plantações de mamonas, cercando essas áreas. Já para prevenir a intoxicação por sementes, deve-se evitar a contaminação dos alimentos pelas sementes ou outras partes da planta.

Sinais clínicos nos bovinos

  • Quando os animais ingerem as folhas e pericarpo dos frutos: inquietação, andar desequilibrado, necessidade de deitar após certa marcha, tremores musculares, sialorreia, eructação excessiva, atonia ruminal.
  • Quando os animais ingerem as sementes: diarreia sanguinolenta, dores abdominais, anorexia, incoordenação, insuficiência respiratória, insuficiência renal aguda (uremia).

Achados de necropsia

Gastroenterite hemorrágica Tratamento: Soro anti-rícino, Antiespasmódicos, hidratação parenteral.

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