Com 238,2 milhões de animais, o rebanho bovino no Brasil ultrapassa a população humana e reforça sua posição de potência mundial na pecuária
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e entidades do setor agropecuário, o Brasil alcançou em 2024 um marco curioso e expressivo: o rebanho bovino nacional soma 238,2 milhões de animais, superando tanto a população humana (212,6 milhões de habitantes) quanto o número de cães e gatos de estimação (78 milhões).
Esse levantamento reforça não apenas a vocação pecuária do país, mas também sua relevância global como fornecedor de proteína animal. Ou seja, o efetivo de cabeças de gado se mantém acima do número de habitantes no País. Em 2024, a população brasileira somava 212,6 milhões de pessoas. “Apesar dessa retração, configurou o segundo maior valor da série histórica da pesquisa, sendo superado apenas pelo recorde registrado em 2023”, apontou o IBGE.
A expansão do rebanho: de 100 a mais de 230 milhões
Nos anos 1970, o Brasil contava com aproximadamente 100 milhões de bovinos. O salto de mais de 130 milhões de cabeças em cinco décadas foi resultado de:
- avanços em genética e reprodução (como inseminação artificial e cruzamentos);
- melhorias em gestão de pastagens e integração lavoura-pecuária;
- políticas públicas e crédito rural, que viabilizaram a modernização da atividade.
Esse movimento consolidou o país como potência tanto em carne quanto em leite, com sistemas produtivos cada vez mais tecnificados.
Carne e leite: duas faces da pecuária brasileira
Quando se fala em bovinos no Brasil, a primeira associação costuma ser com a carne. E de fato, o país é líder mundial nas exportações, abastecendo mais de 150 países e movimentando bilhões de reais.
Mas a pecuária leiteira também tem peso relevante. O Brasil está entre os cinco maiores produtores de leite do mundo, com destaque para Minas Gerais, Goiás, Paraná e Rio Grande do Sul. A produção nacional ultrapassa 35 bilhões de litros por ano, atendendo ao consumo interno e garantindo a base para derivados como queijos, manteigas e iogurtes.
Assim, o rebanho bovino brasileiro é estratégico não apenas para exportar carne, mas também para garantir segurança alimentar e abastecimento interno de lácteos.
Brasil x Índia x EUA
Apesar de o Brasil ostentar o maior rebanho comercial de corte, a Índia ainda possui o maior número absoluto de bovinos no mundo, com mais de 300 milhões de animais. A diferença está no uso: lá, os bovinos são considerados sagrados pela tradição hindu, o que restringe o abate e direciona a produção para leite e tração.
Nos Estados Unidos, por outro lado, o rebanho é menor, em torno de 89 milhões de animais, mas a produtividade por cabeça é elevada, graças ao uso intensivo de tecnologia e sistemas de confinamento.
Tabela comparativa
| Categoria | Número aproximado (2025) | Fonte |
|---|---|---|
| Rebanho bovino Brasil | 238,2 milhões | IBGE |
| População humana Brasil | 212,6 milhões | IBGE |
| Pets convencionais (cães e gatos) | 78 milhões | Abinpet / IPB |
| Cavalos no Brasil | 5,8 milhões (2022) | IBGE |
| Ovinos no Brasil | 20 milhões (2022) | ARCO |
| Rebanho bovino Índia | 305 milhões | FAO |
| Rebanho bovino EUA | 89 milhões | USDA |
Perspectivas para a pecuária brasileira
O Brasil segue como potência na carne bovina e se fortalece também na produção de leite. Ao mesmo tempo, enfrenta desafios relacionados à sustentabilidade, como a redução de emissões de gases de efeito estufa, a rastreabilidade da carne e a valorização de práticas como a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF).
A crescente demanda internacional por proteína animal, especialmente da Ásia, e o consumo interno de lácteos e cortes premium projetam oportunidades para os próximos anos. O número impressionante de bois no país é mais do que uma curiosidade estatística: é a prova da força de um setor que molda a economia, a cultura e a imagem do Brasil no cenário global.
Escrito por Compre Rural
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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