Acidentes com máquinas agrícolas geram prejuízos frequentes

Máquinas financiadas que são protegidas pelo seguro de penhor rural trazem segurança para o agricultor e minimizam riscos da operação de crédito

Durante a colheita da safra de soja 2021/22, o agricultor paranaense Valmir dos Reis se deparou com uma situação complicada. No dia 10 de janeiro, as operações com a colheitadeira de grãos foram interrompidas por um acidente. Houve uma batida em um toco de madeira presente no terreno e, em razão do impacto, as barras de corte da máquina foram danificadas. “Na hora do acidente eu fiquei ressentido, estava no início da colheita e não esperava uma coisa dessas. Fiquei com a máquina parada por dois dias para fazer o conserto”, relembra o produtor.

Geralmente, os agricultores fazem preparo de solo e avaliam se há tocos e pedras para remover essas ameaças das áreas de cultivo antes mesmo da semeadura. No entanto, nem sempre é possível eliminar todos os riscos. Valmir estava operando a colheitadeira em uma área de soja cultivada em terreno arrendado, não conhecia os pormenores da área e o porte da planta de soja em ponto de colheita não permitia ver com exatidão a superfície do solo. Desse modo, o toco de madeira, que tinha cerca de 50 centímetros de diâmetro e apenas oito centímetros de altura passou despercebido até o momento da batida.

Apesar do susto e do contratempo de ser obrigado a interromper a colheita, Valmir conseguiu minimizar os prejuízos, já que a máquina contava com o seguro de penhor rural da FF Seguros, contratado por intermédio do Banco Sicredi. O agricultor acionou imediatamente o corretor para comunicar o acidente à seguradora. Com isso, conseguiu reparar as barras corte e em dois dias retomou as atividades, visto que estava pendente colher 70% da área de 250 hectares cultivados com soja em Clevelândia, no Paraná. “Gostei do atendimento da seguradora porque tudo foi muito rápido, enviei fotos da colheitadeira, acionei meu mecânico de confiança para consertar logo e a parada da máquina não chegou a atrapalhar o planejamento da colheita”, conta Valmir.

Dias depois, a máquina passou por perícia e o produtor foi indenizado em cerca de R$ 7,5 mil. “Eu paguei só a franquia e a indenização cobriu todo o valor do conserto”, diz Valmir. A colheitadeira, adquirida em 2016, estava protegida pela apólice da FF Seguros há oito meses. Por se tratar de uma máquina financiada, o tipo de seguro contratado foi o de penhor rural, que visa proteger bens dados em garantia às instituições financeiras. Além da colheitadeira citada, Valmir possui três tratores e implementos, sendo que todos são protegidos por seguro. “Aprendi que é importante sempre ter seguro de máquinas porque enfrentamos muitos riscos de acidentes que podem gerar um prejuízo elevado”, opina Valmir.

Outro caso de acidente com colheitadeira ocorreu em Ouro Verde do Oeste (PR), quando o produtor Vitor Paulo Magon registrou ocorrência de quebra de vidro no dia 20 de janeiro deste ano. Felizmente, ele não precisou interromper as operações de campo. “No momento do ocorrido, continuamos a colheita mesmo com a máquina sem o vidro e não foi algo que me preocupou muito por não ser um item de funcionamento da máquina e, sim, de conforto”, relata o agricultor. Contando com o seguro de penhor rural há cerca de dois anos, o produtor acionou a FF Seguros e recebeu indenização em torno de R$ 1 mil. “Fui bem atendido pela seguradora, troquei o vidro e deu tudo certo. O perito veio em alguns dias e a quebra de vidro não atrapalhou a colheita”, diz Vitor.

No entanto, o produtor já enfrentou dificuldades com essa máquina em outras ocasiões. Segundo ele, os acidentes com maquinário são frequentes especialmente em período de colheita: entre os meses de janeiro e fevereiro, na primeira safra, e depois durante a colheita da safrinha, em meados de junho a agosto. Por isso, o agricultor acredita que vale a pena contratar seguro para ser amparado nessas horas. “Não foi a primeira ocorrência. Já tive uma batida contra árvore e um acidente mais grave, que gerou quebra de eixo. Para qualquer máquina, é bom ter seguro”, relata.

Mercado aquecido

Em ambos os casos, os produtores conseguiram reparar as colheitadeiras acionando o sinistro na FF Seguros. O seguro de penhor rural é muito utilizado para proteger bens dados em garantia de financiamento, já que esse tipo de apólice inclui a instituição bancária como beneficiária. A modalidade é vista com bons olhos por trazer mais segurança financeira para o banco, o que geralmente pode facilitar a liberação de crédito rural, além de amparar o produtor por preservar as atividades da máquina no campo.

O segmento de seguro de penhor rural tem potencial de crescimento, puxado especialmente pelo bom desempenho das vendas de maquinário. Os resultados do mercado de máquinas agrícolas demonstram que o setor está aquecido em 2022. No primeiro trimestre do ano, as vendas registraram crescimento de 9%, bem acima da expectativa de 5%, segundo dados divulgados pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Anbimaq).

Os negócios estão sendo impulsionados especialmente pelas feiras agrícolas, que gradativamente retomam as atividades presenciais. Um exemplo é a Agrishow, realizada em abril deste ano em Ribeirão Preto (SP), que culminou em recorde de comercialização de máquinas agrícolas, totalizando R$ 11,24 bilhões, um expressivo salto de 287% em comparação com a edição presencial anterior à pandemia, em 2019.

Esse contexto mostra que, após dois anos de pandemia do coronavírus, os produtores querem ir às compras para renovar e modernizar a frota agrícola, buscando trazer ganhos operacionais para o campo. “Além do maior desejo de comprar novas máquinas, o setor é impactado positivamente pela valorização do dólar, que teve reflexos na alta dos preços das máquinas, na alta das commodities e das exportações”, analisa Fabio Damasceno, diretor de agronegócios da FF Seguros. “O seguro de penhor rural se mostra ainda mais importante neste momento, já que há uma tendência de aumento dos financiamentos para máquinas agrícolas, seja por meio da aquisição de máquinas novas ou usadas”, acrescenta o diretor.

Fonte: Contextualiza

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