Arroba a R$ 290: “Não vai ter Black Friday”, diz pecuarista

Preços da arroba seguem trilhando a estrada das valorizações e os frigoríficos já ofertam até R$ 4/@ a mais para conseguir cumprir contratos de exportação.

Os preços do boi gordo mantiveram nesta segunda-feira a sua trajetória de alta em várias regiões do País. Entre as praças do Centro-Sul, há um crescimento de acentuado do fluxo de transação de carregamentos de boiadas entre os Estados dessa região, condição que eleva o grau especulativo, relata a IHS.

Segundo a IHS Markit, a persistente escassez de oferta de boiada pronta para abate tem submetido muitos compradores a aceitar a forte pressão de alta na arroba para não perder negócios. Arroba se mantem forte a R$ 290 e o pecuarista já mandou o recado: “Não vai ter Black Friday”!

Arroba se mantem forte a R$ 290 e o pecuarista já mandou o recado: “Não vai ter Black Friday”!

Em São Paulo, o valor médio para o animal terminado chegou a R$ 289,80/@, na segunda-feira (10/11), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 269,93/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 278,29/@.

Os preços na praça paulista varia de R$ 289,00 a R$ 290,00 por arroba, sendo que mais de 75% das negociações, mercado interno e exportação, estão no patamar de R$ 290,00/@.

O Indicador do boi gordo CEPEA/ESALQ fechou a R$ 287,25 nessa segunda-feira, ou seja, rondando a estabilidade na comparação dia a dia.

As indústrias frigoríficas de São Paulo, ponto de referência para outras regiões pecuárias, abriram a semana ofertando R$ 4/@ a mais pelo boi gordo na comparação com o preço de sexta-feira, informa a Scot Consultoria. Os negócios de hoje giraram na casa dos R$ 285/@, valor bruto, à vista.

“Há dias, as indicações de preços no balcão perderam referência, visto que a precificação passou a depender exclusivamente do tamanho do lote, proximidade da planta frigorífica e, principalmente, se tais volumes se enquadram em algum protocolo de exportação padrão China ou Europa”, destaca a IHS.

O problema, ressalta a consultoria, é que são poucos os pecuaristas que dispõem de grandes volumes de animais para venda. “A comercialização da boiada gorda gira em torno da negociação de lotes de pequeno e médio portes, pois os grandes lotes de confinamento estão mais escassos no mercado e tendem a ter preços mais altos”, acrescenta.

Mercado futuro

Com o mercado físico do boi gordo ainda firme pela escassez de oferta e o atacado da carne bovina dando indicações positivas pós final de semana, o otimismo para o preço do animal se mantém durante essa semana.

A pressão altista ainda não deu espaço para qualquer fôlego no sentido contrário. Na B3, a volatilidade do dólar, que chegou a bater os R$ 5,22, trouxe apreensão as cotações, fazendo o contrato para novembro/20 recuar 0,51%, ficando cotado a R$ 292,70/@.

Atacado

No mercado atacadista, os preços da carne bovina ficaram de estáveis a mais altos. De acordo com Iglesias, a tendência de curto prazo ainda remete a reajustes, em linha com a boa reposição entre atacado e varejo durante a primeira quinzena do mês.

Além disso, a demanda está próxima do seu ápice, com a entrada da primeira parcela do décimo terceiro salário somado a outras benesses relativas ao último bimestre acelerando a reposição entre atacado e varejo.

Com isso, o corte traseiro subiu de R$ 20,75 o quilo para R$ 20,80 o quilo. O corte dianteiro permaneceu em R$ 15,00 o quilo, e a ponta de agulha seguiu em R$ 15 o quilo.

Compre Rural com informações do IHS Markit, Agrobrazil, Scot Consultoria, Cepea, Portal DBO, Agrifatto e Agência Safras

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