Arroba recua e pecuarista já vende a R$ 265,00; E agora?

Em mais um dia de baixa no boi gordo, a alta dos custos com confinamento pressionam criadores e já tem pecuarista que entrega boiada a R$ 265,00/@.

O mercado físico de boi gordo registrou preços de estáveis a mais baixos nesta terça-feira, 5, a depender da praça pecuária avaliada. As indústrias frigoríficas seguem tentando, e conseguindo, fechar negócios com preços abaixo das referências médias, principalmente na região com maior predominância de gado no cocho.

A dependência do mercado da carne bovina em relação as exportações, trouxe um tema importante: “a gestão de riscos dentro da porteira”. É unanime o pensamento de que China precisa se posicionar para o mercado ter algum rumo. Mas infelizmente, as coisas não estão saindo conforme o esperado e a maioria dos pecuaristas não se preveniram com proteção de preços e a utilização da gestão de risco na fazenda.

O mercado interno está com dificuldade em ganhar ritmo. Mesmo a proximidade do recebimento dos salários, que normalmente estimula o consumo, está passando despercebido nesta quinzena. Sem China, é isso aí.

Em São Paulo, as programações de abate atendem em média, sete dias. Importante ressaltar que o volume de animais abatidos por dia caiu e há frigoríficos pulando dias de abate, com isso, a pressão de baixa vem se intensificando.

Na comparação feita dia a dia a cotação do boi gordo caiu R$3,00/@. Para a vaca e novilha gorda, queda de R$5,00/@ e R$6,00/@, respectivamente. Ainda segundo a Scot Consultoria, em Goiânia, a boa oferta de boiadas confinadas e a dificuldade de escoamento da carne, resultaram em queda de 1,8% na cotação do boi gordo na comparação diária, ou R$5,00/@.

Em São Paulo, o valor médio para o animal terminado apresentou uma média geral a R$ 283,55/@, na terça-feira (04/10), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 274,28/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 287,62/@.

No acumulado de setembro (até o dia 30), o Indicador CEPEA/B3 do boi gordo registrou baixa com o valor caindo -3,51%, atingindo a valor de R$ 283,00/@. O indicador passou a refletir a real situação do mercado, indústrias aproveitando as escalas confortáveis e os pecuaristas tentando minimizar os prejuízos, principalmente aqueles que possuem animais no cocho.

Como na figura abaixo, que reflete a negociação ocorrida ontem, os pecuaristas do Centro-Oeste – região com maior número de animais no cocho – acabam sendo mais pressionados e já vendem seus lotes por preços de até R$ 265,00/@. Alguns compradores de gado informam que a tendência é que arroba atinja R$ 250,00 até a próxima semana.

A tendência é que fatores baixistas devem predominar no mercado do boi em outubro, já que os produtores devem entregar a maior parte dos animais de confinamento para o abate e a China deve seguir fora das compras.

O analista de inteligência de mercado da Stonex, João Pedro Lopes, apontou que alguns produtores optaram por não negociar os animais em setembro à espera de preços melhores, o que não ocorreu até o momento. 

“Para o 4º trimestre de 2021, um ponto a ser analisado é que existe uma elevada oferta represada. Isso porque diversos pecuaristas que tinham animais em confinamento e pretendiam ofertá-los em setembro não conseguiram colocar esse plano em ação, já que os casos da doença da vaca louca paralisaram o mercado físico”, informou. 

Mercado Futuro

O contrato futuro de dezembro do boi gordo, nesta segunda (4), chega a surpreender pelo tamanho do recuo, acima de 4,55%, perto de fechar os negócios na B3. A @ é negociada a R$ 282.

Na B3, as cotações dos contratos futuros do boi gordo tiveram mais um dia de forte queda, fazendo com que os vencimentos mais curtos já estejam abaixo de R$ 280 por arroba. O ajuste do vencimento para outubro passou de R$ 283,50 para R$ 274,45, do novembro foi de R$ 287,45 para R$ 275,70 e do dezembro foi de R$ 295,35 para R$ 285,90 por arroba.

Boi gordo no Mundo

Os preços do boi gordo no mundo voltou a apresentar estabilidade nos preços no fechamento desta terça-feira, 05, exceto no Brasil. O país passou por mais um dia de queda nas cotações, ainda com reflexo do embargo pela China.

O mercado tem apontado para uma tendência de queda ao longo desta semana, já que a China não deve se posicionar nos próximos dias. O recuo das cotações fez com que os preços atingissem o menor patamar dos últimos meses, cotado atualmente a U$ 52,25/@.

Em relação à China, novidades são possíveis a partir do dia 08, considerando o retorno das festividades relacionadas ao feriado prolongado conhecido como Golden Week. “Mesmo com uma eventual retomada, o mercado demorará algum tempo para retomar sua normalidade”, completou Agência Safras.

Giro do Boi Gordo pelo Brasil

  • Com isso, em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 280 na modalidade à prazo.
  • Em Goiânia (GO), a arroba teve preço de R$ 275.
  • Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 280.
  • Em Cuiabá, o valor pago foi de R$ 279.
  • Em Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ 280 a arroba.

Atacado

O mercado atacadista volta a se deparar com preços acomodados para a carne bovina. “Mesmo na primeira quinzena do mês há pouco espaço para reajustes. O grande temor segue na possibilidade da carne estocada nas câmaras frias dos frigoríficos ser ofertada no mercado doméstico, o que causaria grande pressão sobre os preços, com potencial para contaminar as demais proteínas de origem animal, como a carne de frango e a carne suína”, disse Iglesias.

Com isso, o quarto traseiro ainda foi precificado a R$ 21,25 por quilo. O quarto dianteiro ainda é cotado a R$ 15,80 por quilo, e a ponta de agulha seguiu precificada a R$ 15,70 por quilo.

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