
O lado positivo é que o mercado pode estar mostrando que o atingiu o fundo do poço e uma virada no ciclo pode estar mais próxima do que se espera, trazendo maior esperança para os pecuaristas.
O mercado físico do boi gordo voltou a apresentar certa acomodação nos seus preços nesta quarta-feira, véspera do feriado prolongado. Nesse cenário houve menor fluxo de negociações, enquanto as indústrias ainda convivem com escalas relativamente confortáveis. Do outro lado, o pecuarista se apega a esperança de que a chegada da entressafra possa mudar esse cenário, deixando o mercado mais favorável para a classe produtora.
Porém, o descompasso entre a oferta e a demanda de animais terminados e o fraco consumo doméstico seguem impactando negativamente as cotações da arroba, relata a S&P Global Commodity Insights. “O atual panorama no mercado físico não sugere recuperação dos preços do boi gordo, ao menos neste curtíssimo prazo”, ressaltam os analistas. Na avaliação da consultoria, a tendência de baixa é reforçada pelo elevado número de fêmeas gordas enviadas ao abate.
Mesmo assim a pressão de queda vem apresentando gradual redução, segundo informações da Safras & Mercado. O Mato Grosso vem se notabilizando pela continuidade do movimento de queda nesta semana.
De acordo com levantamento da Scot Consultoria, nesta quarta-feira (7/6), os preços para todas as categorias fecharam estáveis no Estado de São Paulo. “Há indícios de que a oferta de bovinos está diminuindo, mas ainda é cedo para dizer que caiu de fato”, observam os analistas da Scot.
Com isso, o boi gordo paulista segue apregoado em R$ 240/@, enquanto a vaca e a novilha gordas fecharam valendo R$ 215/@ e R$ 230/@, respectivamente (preços brutos e a prazo). A cotação para o “boi-China” (abatido mais jovem, com até 30 meses) está em R$ 240/@ (preço bruto e a prazo) no Estado de São Paulo, portanto, sem ágio em relação ao boi “comum”.
O CEPEA – Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, no pré feriado, fechou com média de R$ 244,40/@, mostrando que o mercado segue pressionado com o baixo fluxo de negociações sendo concretizadas. o valor é o menor registrada para os últimos dois anos. O lado positivo é que o mercado pode estar mostrando que o atingiu o fundo do poço e uma virada no ciclo pode estar mais próxima do que se espera, trazendo maior esperança para os pecuaristas.
No Brasil, o ciclo do gado é de em média de cinco a seis anos, um processo no qual o tamanho do rebanho bovino aumenta e diminui ao longo do tempo. É influenciado por vários fatores: preço do gado, custo dos insumos, período de gestação, tempo necessário para a criação dos bezerros ao peso de mercado, condições climáticas, entre outros.
Segundo o levantamento do estudo realizado pelo Santander, o aumento na quantidade de abates mensais elevará fortemente a oferta de carne no mercado, ajudando a reduzir seus preços. Esse fator poderá levar a arroba chegar a um preço de R$ 245 no final do ano em termos nominais, menor valor desde junho de 2019.
Pecuaristas do MT veem preço do boi gordo registrar o pior maio da história
O aumento na oferta de animais no início da entressafra do capim, somado à fase de baixa do ciclo pecuário, resultou no pior maio da história para os preços do boi gordo negociado no Mato Grosso, informou Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Diante da grande disponibilidade de lotes de animais terminados nos balcões de negócios, as escalas de abate das indústrias frigoríficas do Mato Grosso fecharam maio/23 com a média de 9,74 dias, o maior resultado da série histórica para o período, segundo o Imea.
Tal cenário, diz o instituto, explica o forte movimento de baixa no preço do boi gordo do MT, que registrou desvalorização de 7,17% em maio/23 em relação ao valor médio de abril/23, passando de R$ 246,05/@ para R$ 228,41/@.
“Essa conjuntura tende a se manter no curto prazo devido à maior oferta de bovinos no início da entressafra”, observa o instituto.
Dessa maneira, informa a S&P Global, o mercado do boi gordo deve registrar comportamentos distintos entre as regiões pecuárias brasileiras, porém, no geral, os preços do boi gordo devem seguir bastante pressionados, com fortes especulações baixistas nas semanas vindouras.
Vale destacar que a situação do mercado doméstico não oferece grande perspectiva de alterações no atacado, com a indústria trabalhando com estoques elevados, diz o analista Fernando Henrique Iglesias.
Giro do boi gordo pelo Brasil
- Em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 243.
- Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 226.
- Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 207.
- Em Goiânia, Goiás, a indicação foi de R$ 220 para a arroba do boi gordo.
- Em Uberaba (MG), a arroba teve preço de R$ 225.
Carne bovina no mercado atacado
O mercado atacadista seguiu com preços estáveis para a carne bovina.
Segundo Iglesias, o ambiente de negócios sugere por limitado espaço para recuperação dos preços, em linha com a posição dos estoques da indústria, que ainda sinalizam para grande volume de produto estocado.
Por sua vez, a situação das proteínas concorrentes ainda sinaliza para maior competitividade, em especial da carne de frango, se comparado a carne bovina.
- O quarto traseiro ainda é precificado a R$ 17,90 por quilo.
- A ponta de agulha segue no patamar de R$ 12,90 por quilo.
- O quarto dianteiro foi precificado a R$ 13,15 por quilo.
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