
Mercado do boi gordo segue com negociações truncadas. Pecuarista cadenciando as vendas e frigoríficos comprando com moderação, mantendo os preços da arroba relativamente estáveis; O que esperar dessa semana?
As interações entre pecuaristas e frigoríficos mantiveram-se em um ritmo cauteloso, refletindo uma demanda doméstica estável. Do lado da oferta abundante de animais, o produtor cadencia as vendas apoiado nas boas condições das pastagens. Com isso, mercado físico do boi gordo voltou a registrar preços estáveis nesta sexta-feira (12). A semana terminou sem grandes mudanças no padrão dos negócios.
Os frigoríficos ainda encontram certa dificuldade na composição de suas escalas de abate, que hoje atendem entre 7 e 10 dias úteis, dependendo da praça. “As negociações entre frigoríficos e pecuaristas prosseguiram em um ritmo moderado, com compras apenas o bastante para manter as programações em nove dias, na média nacional”, observa Agrifatto.
Segundo a Scot Consultoria, em seu relatório diário, o cenário das negociações segue truncado, com os pecuaristas vendendo de forma cautelosa e as indústrias frigoríficas comprando de forma estratégica, dessa forma, o último dia útil da semana se encerra com estabilidade de preços. O boi comum está sendo negociado em R$227,00/@, a vaca gorda em R$205,00/@ e a novilha gorda em R$220,00/@, preços brutos e a prazo.
A arroba do “boi China” – animal jovem abatido com até 30 meses de idade – está sendo negociada em R$235,00, preço bruto e a prazo. Ágio de R$8,00/@. Esse mercado tende a crescer e deve trazer maior otimismo para os pecuaristas que trabalham com o confinamento. Isso deve-se ao fato das 38 novas plantas habilitadas a exportar para a China.
“No balcão de negócios, moderação foi a palavra-chave; durante as transações, tanto os produtores quanto os compradores agiram com prudência, considerando o cenário de demanda interna contida e a oferta excedente de determinadas carnes”, relata a S&P Global.
Com o intuito de barrar o encurtamento das programações e assegurar regularidade no abastecimento do mercado doméstico de carnes, alguns frigoríficos paulistas chegaram a pagar R$ 230 pela arroba do boi “comum” (sem prêmio-exportação), embora a quantidade negociada não tenha sido suficiente para estabelecer esse preço como referência.
“O fato é que a recente estratégia do pecuarista, que vem cadenciando o ritmo dos negócios, contribuiu para firmar o mercado ao longo da primeira quinzena de abril, respaldado pelas boas condições das pastagens. A perda de qualidade do pasto entre os meses de maio e junho será uma variável importante, levando a um período de maior oferta de animais para abate”, disse o analista da Consultoria Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias.
Preços do boi gordo pelas praças pecuárias brasileiras:
- Em São Paulo, Capital: R$ 232
- Em Goiânia, Goiás: R$ 217
- Em Uberaba (MG): R$ 227
- Em Dourados (MS): R$ 224
- Em Cuiabá: R$ 209
No mercado futuro (B3), relata a Agrifatto, a tendência de valorização se manteve na quinta-feira (11/4), com todos os futuros apresentando ajustes positivos. O contrato com vencimento em abril de 2024 encerrou o dia valendo R$ 232,25/@, com aumento de 0,28% em relação ao dia anterior.
Novas habilitações pela China
Em 12 de março, o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) anunciou que a China habilitou 38 frigoríficos brasileiros para exportação, o maior número já liberado pelo país asiático de uma só vez. Desse total, 32 são abatedouros (oito de aves e 24 de bovinos), um trabalha com carne bovina termoprocessada e cinco são entrepostos (um de bovinos, três de aves e um de suínos).
Os frigoríficos de bovinos ficam em Mato Grosso (6), Mato Grosso do Sul (6), Pará (4), Rondônia (3), Goiás (2), São Paulo (1), Tocantins (1), Minas Gerais (1) e Rio Grande do Sul (1). Veja na figura 1 a distribuição dessas plantas no País. Com as novas habilitações, o Brasil passa a ter 65 plantas aptas a exportar carne bovina para a China.
Exportações
As exportações, por sua vez, depois de caírem entre fevereiro e março, voltaram a crescer em abril. Dados da Secex apontam que, na primeira semana do mês, foram 54,7 mil toneladas de carne bovina in natura escoadas pelo Brasil, o equivalente a mais de 10 mil toneladas in natura por dia. Se mantido esse ritmo, a demanda de frigoríficos pode se intensificar e trazer algum ânimo a pecuaristas, especialmente aos paulistas.
Atacado
O mercado atacadista encerra a semana apresentando preços acomodados. Mesmo durante a primeira quinzena do mês, não houve grande apelo para alta dos preços.
A segunda quinzena do mês tende a ser mais complicada, considerando o menor apelo ao consumo no decorrer do período em questão. “Soma-se a isso o volume de oferta de carne de frango, que tem potencial para interferir na formação dos preços das proteínas concorrentes”, disse Iglesias.
O quarto traseiro foi precificado a R$ 18,00 por quilo. O quarto dianteiro ainda é precificado a R$ 14,00 por quilo. A ponta de agulha segue cotada a R$ 13,00 por quilo.
Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias
Não é permitida a cópia integral do conteúdo acima. A reprodução parcial é autorizada apenas na forma de citação e com link para o conteúdo na íntegra. Plágio é crime de acordo com a Lei 9610/98.
Stay Period: pode o credor tomar o bem da empresa em recuperação? Entenda a polêmica
Garantia fiduciária em xeque: entenda a controvérsia jurídica em torno da possibilidade de consolidação da propriedade fiduciária durante o período de suspensão das ações e execuções (stay period)
Brasil vive contradição: sobra de energia solar e conta de luz mais cara
O paradoxo da energia solar: Brasil tem sobra de geração limpa, mas consumidor paga bandeira vermelha
Continue Reading Brasil vive contradição: sobra de energia solar e conta de luz mais cara
Importação chinesa de milho cai 90,5% em agosto e a de trigo cede 44,8%, diz Gacc
As compras chinesas de trigo alcançaram 230 mil toneladas no mês passado, volume 44,8% inferior ao registrado em agosto de 2024.
Continue Reading Importação chinesa de milho cai 90,5% em agosto e a de trigo cede 44,8%, diz Gacc
Carreta com mais de 40 toneladas de milho tomba e espalha carga na BR-163
Motorista sofreu ferimentos leves. Testemunhas disseram que ele havia tentado desviar de um carro que invadiu a rodovia.
Continue Reading Carreta com mais de 40 toneladas de milho tomba e espalha carga na BR-163
Publicada MP que abre crédito extraordinário de R$12 bilhões para renegociação de dívidas rurais
Os valores serão repassados pelo Tesouro Nacional a bancos públicos, privados e cooperativas de crédito, com estruturação pelo BNDES.
Caixa tem lucro de R$ 8,9 bilhões no primeiro semestre de 2025
A margem financeira somou R$ 32,7 bilhões, o que equivale a um aumento de 6,3% em relação ao primeiro semestre do ano passado.
Continue Reading Caixa tem lucro de R$ 8,9 bilhões no primeiro semestre de 2025