Boi gordo brasileiro vai cada dia mais cedo para o abate; fotos

O abate precoce de bovinos com idades de 12 a 24 meses aumentou cerca de 30%; existe uma onda de pecuaristas intensificando sua produção no país

O abate precoce de bovinos com idades de 12 a 24 meses aumentou cerca de 30% em Mato Grosso no mês de novembro. O número reflete a mudança de mercado já estruturada no Estado, que tem dado preferência ao abate de animais mais jovens para atender a demanda cada vez mais maior do mercado externo.

Os dados constam no boletim do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Ao todo, foram abatidos 448,19 mil cabeças de boi no estado durante o mês de novembro, em razão da maior oferta de animais confinados. Desse montante, foi registrado um aumento de 30% do abate de animais nas categorias de 12 a 24 meses, o que corresponde a 58.288 animais.

Já no acumulado de janeiro a novembro deste ano, essa categoria correspondeu a 26% do total de animais abatidos, enquanto 48% foram animais entre 24 e 36 meses. O abate de animais mais jovens significa uma carne com um padrão mais elevado de qualidade, conforme explica o gerente de relações institucionais da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Nilton Mesquita.

“O abate de animais jovens é um sistema de produção específico, com cuidados que compreendem todo o ciclo produtivo, desde a reprodução. Não é feito apenas o abate mais cedo. É necessário que os animais mais jovens tenham uma nutrição adequada, para que obtenham ganho de carcaça e possam, assim, apresentar uma carne com qualidade superior”, explicou.

O Mato Grosso na verdade é uma amostra do que está acontecendo na pecuária intensiva em todo o Brasil, é possível registrar em vários estados uma onda de pecuaristas intensificando sua produção e levando o boi gordo mais cedo pro gancho.

Um exemplo claro disso são as fotos abaixo, uma garrotada pesada 1/2 sangue Nelore e Charolês da Fazenda Uberaba, os animais estavam com média de 15 meses de idade pesando 21@. A propriedade está localizada em Alto Paraíso (PR) e é referência em sustentabilidade, manejo e tecnologia.

garrotada 1-2 sangue Nelore e Charolês da Fazenda Uberaba
Foto: Joao Pedro Dias Nogueira da Cruz / Fazenda Uberaba

Segundo João Pedro Dias Nogueira da Cruz, da Fazenda Uberaba, os animais foram abatidos com média de 21@, com um ganho médio diário (GMD) de 1,520 kg. “Estes animais ficaram 90 dias no sequestro de bezerro onde a dieta é travada em 3 kg de ração RT-13 BoviMais e silagem de mombaça. Logo após esse período os animais são enviados para a engorda, onde a proporção da dieta total é de 50% ração RT-13 BoviMais, 40% silagem de mombaça e 10% água, aumentos e diminuições da dieta total são feitos todos os dias de acordo com a leitura de cocho dos tratadores. “

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Foto: Joao Pedro Dias Nogueira da Cruz / Fazenda Uberaba

Tecnologia cada vez mais presente de pecuária de corte do Brasil, o cruzamento industrial traz várias vantagens pra quem deseja intensificar sua fazenda, este exemplo acima é só mais de um de milhares que temos nos quatro cantos desse imenso país.

A pecuária brasileira encontra-se em um momento muito especial, existe um movimento constante e frenético de melhoramento genético, emprego de tecnologias e principalmente de intensificação da atividade. Hoje em dia o pecuarista não pode-se dar ao luxo de esperar de quatro a cinco anos para comercializar o animal para a indústria frigorífica. A busca pela precocidade é evidente e latente. A pecuária seguirá o caminho da produtividade e sustentabilidade, sempre com o seu maior objetivo de alimentar o mundo.

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Foto: Joao Pedro Dias Nogueira da Cruz / Fazenda Uberaba
garrotada 1-2 sangue Nelore e Charolês da Fazenda Uberaba
Foto: Joao Pedro Dias Nogueira da Cruz / Fazenda Uberaba
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Foto: Joao Pedro Dias Nogueira da Cruz / Fazenda Uberaba
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