Boi Gordo valorizado só para China, e queda para os outros

Cenário pouco muda e o ágio para boi ‘padrão China’ chega a R$ 20 por arroba e garante melhores preços; Isso acontece pelo recente avanço do preço médio pago pelos importadores chineses.

O mercado físico de boi gordo registrou preços de estáveis a mais baixos nesta quinta-feira, 17, com o cenário cada dia mais complicado para os animais com destino ao mercado interno. Cresce a divisão entre regiões exportadoras e aquelas que produzem apenas para atender o mercado doméstico, deixando cada dia mais evidente um deságio e o prejuízo para o pecuarista.

Do lado da indústria, aquelas que possuem habilitação para exportação, seguem pagando melhores preços e com margens ainda positivas. Ao contrário do mercado interno, que possui grandes entraves para a manutenção dos preços e, com isso, o pecuarista fica sem referência para as negociações e com prejuízos diante do alto custo de produção para terminação dos animais.

As indústrias abriram o dia com preços estáveis em suas ofertas de compras. Com isso, não houve alteração na referência de preços. Boi, vaca e novilha gordos são negociados por R$338,00/@, R$303,00/@ e R$330,00/@, preços brutos e a prazo.

Já no caso do Mato Grosso, responsável pelo maior rebanho de bovinos de corte do País, onde as cotações do boi gordo registraram desvalorização entre R$ 5/@ e R$ 10/@ ao longo desta quinta-feira, segundo levantamento da IHS Markit.

Segundo o fechamento de ontem, o Indicador CEPEA/B3, apresentou alta nos preços de 1,54% na comparação diária. Com isso, os valores da média paulista chegaram ao patamar de R$ 345,90/@. Ainda segundo os valores divulgados, a variação mensal acumula alta de 0,61%.

Conforme supracitado, os bovinos com destino à exportação chegam a R$ 350,00/@, segundo as negociações informadas para a data de ontem. Os pecuaristas de Sandovalina, em São Paulo, venderam lotes no valor de R$ 350,00, com pagamento no prazo de 8 dias e abate programado para o dia 24 de fevereiro.

Sendo assim, em São Paulo, o valor médio para o animal terminado apresentou uma média geral a R$ 346,01/@, na quinta-feira (17/02), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 313,89/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 306,91@. E em Mato Grosso, a média fechou cotada a R$ R$ 313,24@.

Os players do mercado, indústrias e pecuaristas, seguem resistentes as negociações, fato que mantém a liquidez muito baixa, tornando o ambiente de negócios moroso em grande parte do País. Na B3, o a quinta-feira foi de alta para o vencimento fev/22, que valorizou 0,31% e ficou cotado a R$ 342,35/@.

Essa posição de cautela dos frigoríficos reflete o baixo consumo de carne bovina no mercado doméstico, prejudicado pela queda de renda da população brasileira, afetada pelo avanço da inflação, entre outros problemas na economia do País. A boiada que atende os requisitos de exportação para o mercado chinês seguem muito demandados, carregando ágio de mais de R$ 20 por arroba em relação a animais destinados ao mercado interno.

Do lado de dentro das porteiras, os pecuaristas seguem prejudicados pelo avanço nos custos de produção, impulsionados pelas valorizações da ração bovina, dos fertilizantes, entre outros insumos da pecuária.

Exportações devem ser recorde

As exportações brasileiras de carne bovina in natura apresentaram uma receita de US$ 404 milhões na segunda semana de fevereiro, o que representa 87% do montante obtido em todo mês de fevereiro do ano passado. Em volume embarcado, foram mais de 73 mil toneladas, um acréscimo de 63% sobre o volume registrado em igual período de 2021.

Segundo o analista da Agrifatto, Yago Travagini, a demanda chinesa está aquecida após o fim do embargo. “A exportação de carne bovina caminha muito bem após a retomada das compras chinesas, pois grande parte do volume negociado foi absorvido por aquele país. Os chineses estão ávidos pela carne bovina brasileira”, destaca

Com a demanda aquecida, a expectativa é de que as vendas alcancem recorde em fevereiro. “Devemos ter um recorde em fevereiro, com mais de 140 mil toneladas exportadas. A receita também pode chegar a valores inéditos neste mês e totalizar até US$ 800 milhões”, projeta.

Giro do Boi gordo pelo Brasil

  • Com isso, em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 345.
  • Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 307.
  • Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 307.
  • Em Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ 340 por arroba.
  • Em Goiânia, Goiás, a indicação foi de R$ 310 para a arroba do boi gordo.

Atacado

Já os preços da carne bovina seguem firmes no atacado. Conforme Iglesias, o ambiente de negócios ainda aponta para pouco espaço para reajustes durante a segunda quinzena do mês, período que conta com menor apelo ao consumo. Além disso, a população descapitalizada segue optando por proteínas mais acessíveis, principalmente a carne de frango, dinâmica que será proeminente em todo o ano.

Assim, o quarto traseiro ainda foi precificado a R$ 23,70 por quilo. A ponta de agulha seguiu no patamar de R$ 14,30 por quilo. O quarto dianteiro permaneceu a R$ 15,50 por quilo.

Siga o Compre Rural no Google News e acompanhe nossos destaques.
LEIA TAMBÉM