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Bolsonaro garante mais de 30 navios com fertilizante russo

Visita de Bolsonaro ao país, dias antes do início da Guerra, foi um fator determinante para que o país continuasse a enviar as cargas mesmo sob sanções!

Um dos principais insumos da agropecuária brasileira, os fertilizantes, tem causado grande movimentação dos Portos no país. Apesar das sanções econômicas impostas por diversos países ocidentais contra a Rússia, o Brasil segue comprando – e recebendo fertilizantes do seu maior fornecedor. Visita de Bolsonaro ao país, dias antes do início da Guerra, foi um fator determinante para que o país continuasse a enviar as cargas mesmo sob sanções!

A Rússia fornece um quarto dos fertilizantes do Brasil, e as sanções destinadas a punir Moscou por sua invasão ameaçavam impedir a exportação da commodity crucial. Isso representava um perigo não apenas para a economia brasileira, mas também para a capacidade mundial de se alimentar.

Reportagem do jornal norte-americano The New York Times revela, ainda, que “os compradores conseguiram encontrar maneiras de contornar esses obstáculos, incluindo o uso de um banco russo excluído das sanções e a ajuda do Citigroup em Nova York”.

Agora, dois meses depois, o Brasil está reabastecendo seus estoques de fertilizantes – com a ajuda da Rússia . Assim como o gás russo que flui através de gasodutos para a Europa, centenas de milhares de toneladas de fertilizante russo chegaram ao Brasil desde a invasão. E mais está a caminho, afirma a matéria.

Em poucos dias, as autoridades brasileiras alertaram os agricultores para cortar um fertilizante crítico, e especialistas prevêem que o país – um dos maiores exportadores de milho, soja, açúcar e café – tinha apenas três meses antes de acabar.

Nas últimas semanas, revela o jornal norte-americano, uma “grande empresa russa de fertilizantes vendeu mais de 165 mil toneladas de potássio para clientes brasileiros, com embarques previstos para junho, segundo um executivo envolvido nas transações que não estava autorizado a falar publicamente. Esse valor já era metade do potássio russo que havia chegado ao Brasil em junho de 2021”.

(Brasília – DF, 14/11/2019) Encontro com o Presidente da Federação da Rússia, Vladmir Putin. Foto: Marcos Corrêa/PR

O The New York Times lembra que “o Brasil correu para comprar fertilizante russo logo antes da invasão para manter os embarques no início da guerra. E embora a compra de fertilizantes russos em si não tenha sido proibida, os compradores brasileiros tiveram que enfrentar sanções aos bancos russos e obstáculos logísticos que os especialistas temiam que ainda cortassem o comércio”.

As sanções ocidentais congelaram grande parte dos ativos financeiros da Rússia, disse Edward Fishman, ex-funcionário do governo Obama que ajudou a elaborar medidas anteriores contra a Rússia e o Irã. “O que eles não congelaram são os fluxos para a economia, principalmente por meio da venda de commodities.”

“Até que essa lacuna seja fechada”, acrescentou ele, “ela alonga a pista de Putin”.

“Os embarques são boas notícias para os preços e suprimentos globais de alimentos, mas más notícias para a estratégia do Ocidente de isolar economicamente a Rússia em uma tentativa de enfraquecer a determinação do presidente Vladimir Putin na Ucrânia”, analisam os correspondentes.

A reportagem destaca que a “perspectiva de uma crise” fez com que os Estados Unidos criassem uma “redução em suas sanções no final de março para permitir explicitamente a compra de alimentos e fertilizantes russos. Embora as sanções financeiras ainda compliquem as transações, as autoridades americanas têm trabalhado para tranquilizar outros governos e líderes empresariais – incluindo reuniões com autoridades governamentais e da indústria no Brasil – que a compra de fertilizantes russos não é proibida”.

“A Rússia continua carregando [fertilizantes] para o Brasil. Essa queda [em abril] tem a ver com armazenagem, e com as condições do mercado. Não temos espaço hoje na retroárea [terminas privados] para receber essa carga. E também houve uma compensação porque em um mês importou-se mais, e agora para compensar caiu a importação [mensal]”, diz Luiz Fernando Garcia, presidente do porto.

Papel importante de Bolsonaro nesse cenário

O maior comprador de fertilizantes russos é o Brasil, que importa cerca de um quarto de todos os seus fertilizantes da Rússia.

No início deste ano, com tropas russas reunidas na fronteira ucraniana, o presidente Jair Bolsonaro do Brasil posou para fotos com Putin no Kremlin. Na reunião, uma semana antes da invasão, Bolsonaro disse que o Brasil estava “ solidário com a Rússia”. Na mesma viagem, ele disse que o Brasil dobrará suas compras de fertilizantes russos.

Após o início da invasão, Bolsonaro disse que o Brasil permaneceria neutro e deixou claro o porquê. “O que acontece a 10 mil quilômetros de distância na Ucrânia tem repercussões no Brasil” , disse . “Temos negócios especiais com a Rússia.”

“Para nós”, acrescentou, “a questão dos fertilizantes é sagrada”.

Se esse suprimento de fertilizantes poderia chegar ao Brasil, no entanto, parecia questionável. Antes da guerra, os compradores brasileiros compraram mais potássio russo do que o normal, resultando na importação de 750.000 toneladas de fertilizante em março, grande parte dele potássio, segundo estatísticas do governo. Foi um recorde para março e um aumento de 14% em relação ao mesmo mês do ano passado.

Fertilizante da Rússia sendo descarregado do navio de carga no final de abril. Crédito: Victor Moriyama para The New York Times

No entanto, novas compras continuaram difíceis. Assim, o Brasil e outros países encontraram outras formas de comprar da Rússia.

Os compradores brasileiros passaram a usar o Gazprombank, um grande banco russo poupado de sanções porque lida com muitas transações de energia para países que continuaram a comprar gás russo.

Os importadores brasileiros também têm usado o Citigroup como intermediário para muitas transações, em parte porque acreditam que isso poderia ajudar a evitar possíveis armadilhas com o Departamento do Tesouro dos EUA, de acordo com dois funcionários do banco próximos às transações que falaram sob condição de anonimato porque eles não foram autorizados a discutir o negócio. Bancos maiores como o Citigroup geralmente ajudam a facilitar essas transações internacionais.

Uma vez que os Estados Unidos deixaram claro que o fertilizante russo não estava sujeito a sanções, também ficou mais fácil encontrar carregadores dispostos a transportar a commodity.

O Brasil importou 750.000 toneladas de fertilizante russo em março, grande parte potássio, segundo estatísticas do governo, um recorde para março e um aumento de 14 por cento em relação ao mesmo mês do ano passado. Crédito: Victor Moriyama para The New York Times

Nas últimas semanas, uma grande empresa russa de fertilizantes vendeu mais de 165 mil toneladas de potássio para compradores brasileiros, com os embarques previstos para junho, segundo um executivo envolvido nas transações que não estava autorizado a falar publicamente. Isso já era metade do potássio russo que chegou ao Brasil em junho de 2021.

No mês passado, Bolsonaro se reuniu com o chefe da Organização Mundial do Comércio e pediu a ajuda da agência para isolar a indústria de fertilizantes de novas sanções caso os Estados Unidos e outros países ocidentais apertem suas políticas à medida que a guerra se arrasta.

Ainda assim, o governo brasileiro diz que o novo fluxo de embarques russos fornece a seus agricultores fertilizante suficiente para as principais culturas do Brasil nos próximos meses.

Fertilizante tem chegado, mas falta espaço nos Portos

“A Rússia continua carregando [fertilizantes] para o Brasil. Essa queda [em abril] tem a ver com armazenagem, e com as condições do mercado. Não temos espaço hoje na retroárea [terminas privados] para receber essa carga. E também houve uma compensação porque em um mês importou-se mais, e agora para compensar caiu a importação [mensal]”, diz Luiz Fernando Garcia, presidente do porto.

Por causa da dificuldade de descarregar em Paranaguá, alguns poucos navios têm optado por seguir viagem até o Porto de Rio Grande (RS), onde não tem faltado espaço nos armazéns.

Apesar dos problemas, entraram no Porto de Paranaguá, nos últimos seis meses, 373 navios carregados de fertilizantes. O maior movimento de entrada ocorreu em fevereiro, quando foram registradas 78 embarcações. E o menor número, de 50, ocorreu em abril.

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