Bolsonaro promete auxílio para caminhoneiros

Sem dizer da onde irá tirar os recursos necessários, Bolsonaro diz que 750 mil caminhoneiros receberão ajuda para compensar alta do diesel; Veja!

Em meio ao retorno de ameaças de greve de caminhoneiros em razão da alta dos combustíveis, o presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta quinta-feira que o governo vai oferecer a cerca de 750 mil caminhoneiros autônomos uma ajuda para compensar o aumento do preço do diesel.

“Decidimos então — os números serão apresentados nos próximos dias –, nós vamos atender aos caminhoneiros autônomos, em torno de 750 mil caminhoneiros receberão uma ajuda para compensar o aumento do diesel”, disse.

“Fazemos isso porque é através deles que as mercadorias e os alimentos chegam nos quatro cantos do país”, justificou o presidente logo em seguida, em discurso no evento de inauguração do Ramal do Agreste, no interior de Pernambuco.

Bolsonaro não deu detalhes da medida, dizendo apenas que nos momentos difíceis o governo não vai deixar ninguém para trás. Ele reconheceu o alto preço dos combustíveis, mas ressalvou que uma parte considerável do insumo consumido no Brasil é importada e “temos que pagar o preço deles lá de fora”.

Nesta manhã, no Rio de Janeiro, houve um movimento de caminhoneiros que transportam combustíveis, os tanqueiros, para impedir a entrada de caminhões nas bases de abastecimento de combustíveis em Campos Elíseos, no Estado do Rio de Janeiro. As unidades fecharam as portas para evitar tumulto e depredações, afirmou em nota nesta quinta-feira o Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Lubrificantes e de Lojas de Conveniência do Município do Rio de Janeiro.

O mais recente anúncio de Bolsonaro de uma despesa do governo acelerou a queda do Ibovespa que, às 14h46, marcava um recuo de 3,67%, a 106.766 pontos, nova mínima intradiária em 2021. A nova iniciativa ocorre no momento em que o mercado já vinha reagindo negativamente à possibilidade de o governo furar o teto de gastos para pagar o novo Bolsa Família.

No discurso, Bolsonaro repetiu que está acertado que o Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família, será de 400 reais, mas novamente não relatou de onde o governo vai tirar recursos para financiá-lo.

O presidente atribuiu a inflação dos combustíveis às consequências da política de isolamento social para conter a pandemia. Segundo ele, o “fique em casa” seria uma tentativa de quebrar a economia e tem cobrado um preço alto com a elevação dos preços.

Os caminhoneiros anunciaram nesta semana a possibilidade de greve a partir de 1º de novembro, caso o governo não apresentasse uma solução para a alta dos preços do óleo diesel. O presidente explicou que os preços dos combustíveis sofrem impacto do dólar e da variação do petróleo. “Parte considerável nós importamos e temos de pagar o preço deles lá de fora”, afirmou.

No final de semana, três entidades nacionais de trabalhadores vinculados ao setor de transporte de cargas haviam anunciado decisão de decretar estado de greve e que início de greve nacional a partir de 1º de novembro se o governo federal não atender às reivindicações que remontam à paralisação dos caminhoneiros em 2018.

Entre as demandas, uma das principais é justamente o custo do combustível, reajustado para cima seguidas vezes nos últimos meses pela Petrobras. O preço médio do diesel no país acumula alta de mais de 50% neste ano.

Com caminhoneiros ameaçando greve, ANTT reajusta tabela de frete

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicou, nesta quinta-feira (21/10) uma atualização da tabela de preços mínimos de frete rodoviário de carga. A portaria 496, com os valores atualizados, está no Diário Oficial da União.

A nova tabela foi publicada em um ambiente de iminente greve de caminhoneiros, que ameaçam paralisar atividades em 1º de novembro. Um dos pontos de reclamação da categoria é o preço do óleo diesel, um dos principais componentes de formação do piso do transporte rodoviário de carga.

Compre Rural com algumas informações da Reuters

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