De acordo com o ministro da Agricultura, o governo também está trabalhando para garantir o uso do nome do leite somente em produtos lácteos
O ministro da Agricultura, Marcos Montes, disse que o Brasil pode ser o maior exportador de lácteos do mundo, além de outras commodities nas quais já lidera, como soja, café e carne bovina. “Precisamos perseguir (a meta) e ser o maior exportador de lácteos. Já somos maiores em vários produtos e temos tudo para ser em lácteos também. Temos certeza que vamos alcançar (isso) com trabalho sério”, disse Montes nesta terça-feira, 12, durante a abertura do Fórum Nacional do Leite, em Brasília.
O ministro destacou que a produção leiteira do País vem em tendência crescente, alcançando 35 bilhões de litros por ano, e que conta com 1,170 milhão de produtores dedicados à cadeia em 99% dos municípios brasileiros que produzem leite.
“Me chama a atenção que aproximadamente 93% dos produtores tiram menos de 200 litros por dia”, afirmou Montes. Ele também chamou os produtores de leite de “heróis”. “Produtores que entregam leite aos laticínios sem saber o preço que realmente vão receber. É algo que precisamos reestudar”, disse.
Montes relembrou que o Plano Safra 2022/23 foi lançado recentemente e o classificou como “robusto”.
“O Brasil apresentou ao mundo um Plano Safra para atender não só à produção do Brasil, mas para atender ao mundo, com preferência especial para os pequenos e médios produtores”, apontou, ressaltando que o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) recebeu R$ 53 bilhões de recursos para a safra 2022/23, do total de R$ 341 bilhões ofertados.
O ministro relatou também que esteve reunido com a comissária para Saúde e Segurança dos Alimentos da União Europeia, Stella Kyriakides, para “reatar negociações” e retomar o diálogo entre o País e o bloco, incluindo o setor leiteiro, no âmbito do Acordo UE-Mercosul.
Falei a ela sobre o nosso Serviço de Inspeção Federal (SIF), que é uma porta aberta no mundo todo pela seriedade do sistema. O leite é testemunha disso”, disse.
O presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Celso Moretti, foi enfático em defender a preservação de florestas e maior uso de áreas degradadas para o país aumentar a produção agrícola.
Com base em dados da Universidade Federal de Goiás (UFGO), disse que existem 90 milhões de hectares de áreas degradadas — mais do que os 72 milhões de hectares atualmente produtivos. “Não precisamos desmatar a Amazônia. A floresta em pé gera mais renda do que a floresta deitada”, disse. Segundo ele, a tecnologia é a maior aliada do setor agrícola, porque, nos últimos 40 anos, sem os avanços tecnológicos, a cesta básica, hoje, seria 40% mais cara.
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O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Leite, Geraldo Borges, reforçou que o Brasil precisa ampliar o mercado exportador. “O Brasil é um grande consumidor de lácteos, temos também que ser grandes exportadores, mas precisamos ajustar muita coisa dentro da cadeia produtiva do leite”, afirmou.
No encontro, ocorrido na manhã desta terça, as partes debateram parcerias estratégicas, a sanidade alimentar e o fluxo de comércio agrícola, segundo o ministro. O Brasil e o bloco se comprometeram a colocar as equipes técnicas para conversar nos próximos meses.