China cancela a compra de dez navios de soja brasileira

Algumas processadoras chinesas estão buscando rever contratos de compra de soja do Brasil, movimento que fez a China cancelar a compra de navios de soja brasileira!

A China cancelou pelo menos cinco carregamentos de soja brasileira desde o início da semana até feira, 14 de fevereiro, de acordo com as informações divulgadas pela TF Agroeconômica, no período o volume já somam dez navios. “Várias fontes, tanto no Brasil na China, falaram que esmagadoras quanto cancelaram contratos de soja devido a outros futuros de CBOT em alta, e com prêmios mais atraentes.

Durante a semana, vários anúncios foram feitos, indicando bons volumes de soja sendo vendidos pelos EUA para a China com destinos não revelados. Segundo especialistas, o mercado tem especulado bastante sobre como tem sido o comportamento da demanda diante dos altos prêmios e da quebra agressiva na América do Sul. 

Na mesma medida em que novas vendas vinham sendo informadas pelos Estados Unidos, no complexo da soja, também foram marcados por informações de revenda de soja brasileira pela China no destino, movimentos de washout, tudo frente às margens ruins de esmagamento na nação asiática neste momento. 

Como explicou o diretor da Pátria Agronegócios, Matheus Pereira, afirmando que em um momento como este, em que as baixas na América do Sul se deram de forma tão agressiva como a desta temporada, é ‘normal’ que ações como estas sejam feitas. Afinal, frente a uma redução como esta, a demanda também tende a ser “menor”, se ajustando ao volume inferior de produto. 

A agência internacional de notícias Bloomberg, também destacou o tema nos últimos dias, afirmando que algumas processadoras chinesas estão buscando rever contratos de compra de soja do Brasil, informando inclusive que a China teria cancelado a compra de dez navios da oleaginosa brasileira desde a semana passada – os chamados movimentos de washout – tentando mitigar o atual momento de margens ruins. 

Além das altas registradas pela commodity na Bolsa de Chicago – com os futuros, inclusive, testando os US$ 16,00 por bushel nesta sexta-feira (18) mais uma vez – os prêmios brasileiros também subiram forte nas últimas semanas, com o pouco produto disponível sendo disputado entre as indústrias locais e a exportação. Foram valores acima dos 130 centavos de dólar por bushel sobre os valores praticados na CBOT, levando o produto do Brasil a valer mais de US$ 17,00. 

Foto: Divulgação

De acordo com um levantamento da Brandalizze Consulting, os portos brasileiros continuam dando chances de preços acima dos R$ 200,00 por saca nos vencimentos curtos, e chance de R$ 211,00 no spot no terminal de Rio Grande. Os compradores seguem bastante presentes no mercado, buscando originar a soja, mas ainda com bastante dificuldade, já que os vendedores permanecem bastante retraídos. 

“Os compradores estavam em campo e alguns fechamentos foram comentados. Os produtores que tinham soja aproveitaram para negociar e fechar com alta e garantindo a margem positiva que estão dando as vendas neste momento. As negociações futuras seguem pontuais porque os produtores querem valores maiores”, afirma o consultor de mercado Vlamir Brandalizze.

Ainda nesta sexta-feira, a Agrinvest também alertou sobre a paralisação de algumas plantas processadoras de soja na China em função da matéria-prima muito cara e das margens ruins. “Falam sobre uma lista de processadoras que estariam se preparando para reduzir ou parar por, pelo menos, 30 dias”, diz Eduardo Vanin, analista de mercado da consultoria. 

Preços firmes acima dos R$ 204/saca no mercado de lotes e subindo devagar

Dia de poucas movimentações de negócios e preços.

PREÇOS INTERIOR: da mesma forma que o porto, subiu de forma muito amena, com Cruz Alta se valorizando em R$ 2,00/saca e indo a R$ 207,00, mas todas as demais se valorizando em R$ 1,00/saca, indo R$ 206,00 e no caso de Ponta Grossa, R$ 204,00, permanecendo na pior posição do Estado. Foram ouvidos reportes de negócios pontuais, valores próximos a 2,000 toneladas.

PREÇOS NO PORTO SPOT: Com Chicago subindo 0,60% e o dólar recuando 0,52%, os preços que as Tradings puderam oferecer subiram de forma bem amena apenas R$ 0,50/saca, mas permanecem consideravelmente acima das demais regiões em R$ 210,50.

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