Os valores da arroba bateram novo recorde nessa semana, com a máxima em São Paulo atingindo R$ 355,00; Agora é hora de cautela e de segurar o boi!
No último dia útil da semana, o valor máximo do boi gordo no mercado paulista, segundo apuração realizada diariamente, chegou a R$ 355/@, a vista, um acréscimo de R$ 5/@ sobre o valor de negociação do dia anterior. Cabe aqui, antes de mais nada, ressaltar que os valor foi referente ao mercado da exportação, ou seja, animais jovens que atendem ao padrão exigido. O mercado deve se atentar aos fatores que podem impactar o mercado nesta semana.
O cenário pecuário vive uma divisão entre regiões exportadores e aquelas que produzem apenas para atender o mercado interno, o que é muito evidente neste momento. Dessa forma, os pecuaristas precisam estar atentos aos fatores que impactam em cada mercado, tendo uma melhor informação antes de negociar seus animais.
Conforme supracitado, os bovinos com destino à exportação chegam a R$ 355,00/@, o maior valor já registrado para a categoria, segundo as negociações informadas para a data de ontem. Os pecuaristas de Araçatuba, em São Paulo, venderam lotes no valor de R$ 355,00, com pagamento à vista e abate programado para o dia 22 de fevereiro.
Pelos dados levantados pela Scot Consultoria, os preços do boi gordo direcionado ao mercado doméstico de São Paulo fecharam a semana a R$ 338/@, enquanto a vaca e a novilha prontas para abate foram negociadas em R$ 303/@ e R$ 330/@ (preços brutos e a prazo), respectivamente.
Sendo assim, diante deste cenário, o mercado nesta semana deverá ser impactado por alguns fatores como o dólar, consumo do mercado interno e a demanda externa, além das manobras das indústrias para pressionar os preços.
As exportações seguem a todo vapor e devem, segundo os analistas, bater um novo recorde de faturamento e volume embarcado. Os valores pagos pela tonelada, segue em patamar elevado até o momento, mas devem sofrer com a desvalorização do dólar frente ao real.
Outro ponto importante deste mercado é a oferta de animais para abate, já que o custo de produção segue em patamares elevados e dificultam a retenção de grandes lotes por parte dos pecuaristas que, dessa forma, acabam sendo forçados a vender parte destes para conseguir equilibrar as contas.
Já em relação a essa oferta, as escalas de abate seguem com uma média nacional acima de 10 dias úteis, o que deixam as indústrias confortáveis para negociar com maior prazo. Lembrando que, em algumas regiões, ocorre a dificuldade no embarque de animais já escalados, fator que é usado pelas indústrias para postergar novas compras nessa semana.
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De forma resumida, a segunda-feira, como de costume, deve ser utilizada para avaliar os escoamentos do fim de semana e, claro, para que os compradores possam definir melhor as suas estratégias de compras para o restante da semana. Do lado de dentro da porteira, a recomendação é de que os pecuaristas tentem, ao máximo, controlar a oferta de animais nas praças pecuárias, limitando a possibilidade da indústria formar escalas alongadas.
Lembramos ainda que a virada do mês é sempre um momento de maior expectativa no consumo interno, já que é chegado o pagamento de salários e é justamente esse consumo que pode favorecer maior demanda pelo boi gordo, mas apenas se as indústrias não conseguirem completar essas escalas antes.