China suspende dois frigoríficos de aves brasileiros, e agora?

Ministério da Agricultura confirmou a suspensão das importações, mas ainda não tem detalhes sobre por que o país tomou essa decisão.

O governo chinês informou neste domingo que suspendeu a importação de frango de dois frigoríficos brasileiros. A decisão foi da  Administração Geral de Alfândegas da China (GACC, na sigla em inglês), que não explicou a motivação. Estão impedidos de vender carne de frango para a China o São Salvador Alimentos, com sede em Goiás,  dono da marca Super Frango, e o Bello Alimentos, no Mato Grosso do Sul, da marca Frango Bello.

O Ministério da Agricultura confirmou, na noite deste domingo, a suspensão das importações chinesas dos dois frigoríficos. Mas, por causa do fuso horário, informou que buscará detalhes da medida nesta segunda-feira.

Exportações de carne de frango para China foram recorde em 2021

As exportações de carne de frango do Brasil, maior exportador global do produto, confirmaram um esperado recorde em 2021, encerrando o ano com alta de 9% ante 2020, para 4,6 milhões de toneladas, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira (7) pela a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

A receita com as exportações, que considera todos os produtos, entre in natura e processados, avançou mais, com alta de 25,7% para US$ 7,66 bilhões. “Apesar de uma leve redução nas importações, a China se mantém como o principal destino das exportações do setor e deve se manter no posto durante o próximo ano”, disse o presidente da ABPA, Ricardo Santin.

Principal destino das exportações de carne de frango do Brasil, a Ásia importou 1,64 milhão de toneladas nos 12 meses de 2021, resultado 0,5% superior ao registrado no mesmo período de 2020. A China registrou uma participação de 14,3% no total dos embarques em 2021, importando 640 mil toneladas, com queda de quase 5%.

Mas países como Japão e Filipinas, que importaram, respectivamente, 448,9 mil toneladas (+9,35%) e 168 mil toneladas (+180%), compensaram a redução chinesa. Para a África, o Brasil destinou 662,3 mil toneladas ao longo do ano, resultado 19,2% maior em relação a 2020. Um dos destaques foi a África do Sul, com 297 mil toneladas (+13,39%).

O Brasil exportou para a União Europeia 193,2 mil toneladas em 2021, volume 13,23% superior ao realizado no mesmo período do ano anterior. Já para os países Extra-UE foram embarcadas no ano passado 243 mil toneladas, número 20,5% maior em relação ao efetivado no mesmo período de 2020. A Rússia é o destaque da região, com 105,9 mil toneladas (+26,24%). Outro destaque foi o Reino Unido, que importou 92,7 mil toneladas (+14%).

Para os países do Oriente Médio, o Brasil exportou 1,33 milhão de toneladas nos 12 meses de 2021, número 0,3% menor em relação ao mesmo período de 2020. Apesar de certa estabilidade registrada em 2021 no Oriente Médio e Ásia, a ABPA disse que Japão e os Emirados Árabes Unidos também devem se manter entre os maiores compradores em 2022.

“Em um ano de retorno paulatino da atividade econômica em várias partes do mundo, o setor demonstrou ser um parceiro confiável para a segurança alimentar de vários países”, disse Santin. Para 2022, “temos expectativas de continuar crescendo nossa participação do share mundial de exportações de carne de frango, ainda mais com os problemas sanitários que muitos de nossos competidores vêm enfrentando”, completou ele.

O impulso das exportações foi essencial para reduzir os impactos da alta nos custos de produção, puxada pela alta histórica do milho e da soja, principais insumos de produção da carne de frango, disse. Considerando apenas o mês de dezembro, as exportações de carne de frango totalizaram 411 mil toneladas, número 7,7% superior ao registrado no último mês de 2020, com 381,7 mil toneladas. Em receita, houve elevação de 29,9%, com US$ 718,9 milhões, segundo a ABPA.

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