China suspende frigoríficos pelo país, veja o motivo!

Novo comunicado emitido nesta segunda-feira, 23, pelo gigante asiático, trouxe mais unidades frigoríficas embargadas; Já havíamos adiantado sobre essa manobra!

Comunicado no dia de hoje, enviado ao Ministério da Agricultura, a China informa que estão suspensas por períodos de até um mês as exportações de carne bovina de mais quatro unidades brasileiras. A motivação da ação, novamente, teria sido por eles terem encontrado traços de COVID-19 nas embalagens de tais unidades. Mas nos alertamos que, esse movimento, viria uma hora ou outra!

Segundo as informações divulgadas na tarde desta segunda-feira, 23, confirmou-se que o GACC (Administração Geral das Alfândegas da China) suspendeu a habilitação de quatro plantas frigoríficas brasileiras. Dessa vez, as gigantes da carne voltaram a ser penalizadas pelos seus compradores asiáticos. Veja abaixo a lista das unidades suspensas!

A lista das unidades que estão suspensas à partir da data de hoje, 23 de maio, são as seguintes:

  • JBS – Lins/SP (SIF 337)
  • JBS – Senador Canedo/GO (SIF 2058)
  • Marfrig – Promissão/SP (SIF 2543)
  • Marfrig – Varzea Grande/MT (SIF 2015)

Além das plantas brasileiras, duas plantas frigoríficas russas e uma uruguaia foram suspensas também.

As suspensões tem variações de tempo, no caso do Marfrig de Promissão/SP, o tempo de suspensão é de 4 semanas. Já para as outras três plantas frigoríficas brasileiras o tempo de suspensão é de 1 semana.

Vale ainda lembrar que outras unidades, como a de Mozarlândia da JBS, estão suspensas a mais de 60 dias. “A decisão da China de suspender as importações de carne bovina da unidade da JBS em Mozarlândia (GO), no Vale do Araguaia, vem saturando o mercado de animais prontos para abate da região, afirmou o presidente do Sindicato Rural de Mozarlândia, Belchior Machado”, apontou matéria da última semana.

A GACC, vem suspendendo os embarques de algumas plantas frigoríficas do Brasil, após encontrar “traços de COVID-19” em embalagens oriundas de tais plantas. Empresas que já são recorrentes nestas listas, como a JBS e Marfrig, são as mais afetadas. Alguns especuladores de mercado, dizem que essa pode ser uma manobra para reduzir os preços dos contratos de exportações.

Confira o que disse a Agrifatto

O órgão chinês também requisitou que sejam seguidas as diretrizes de prevenção à covid-19 emitidas pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) “para evitar a contaminação do novo coronavírus e garantir a segurança dos produtos à base de carne exportados para a China”.

Essa não é a primeira vez que a gigante asiática utiliza essa estratégia. No último mês de abril, diversas foram as unidades que sofreram com essas “penalidades”. Esse fato traz grande insegurança para as unidades que trabalham com o mercado externo, fato esse que tem gerado reflexos no mercado físico do boi gordo.

Possível motivação do embargo: Carne brasileira vale US$ 6.340/t

Como estratégia comercial e buscando renegociar contratos, a China já utilizou de tal medida antes. Diante disso, alguns analistas apontou que essa é uma das mais justificáveis causa dos atuais embargos. Lembrando que o país asiático, acabou de liberar inúmeras plantas frigoríficas nos EUA.

Os grandes economistas e analistas de mercado pecuário, trouxeram suas avaliações referentes aos dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), computados em abril/22 e durante as duas semanas deste mês de maio. “Pela primeira vez na história, os preços médios de exportação da carne bovina brasileira in natura oscilam acima do patamar de US$ 6.000/tonelada” apontou o analista da Agrifatto.

A Secex, divulgou que os preços médio mensal da carne bovina embarcada no período ficou em US$ 6,34 mil/t. Esse valor representa um avanço de 2,1% ante a média de abr/22, continuando no processo de renovação de máximas históricas de preço.

China consome metade das exportações de carne bovina do Brasil

As exportações brasileiras de carne bovina seguem registrando bom desempenho neste ano, sobretudo à China. Segundo dados da Secex, nos quatro primeiros meses de 2022, foram embarcadas 710,99 mil toneladas de produtos de origem bovina (in natura, industrializada, miúdos entre outros), volume 27% maior que o do mesmo período de 2021.

Para a China, especificamente, os envios de carne bovina somaram 341,39 mil toneladas nos quatro primeiros meses de 2022, forte crescimento de 37% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Diante disso, a China foi destino de 48,02% do total de carne bovina exportado pelo Brasil neste ano, acima da parcela observada no mesmo período de 2021, que era de 44,62%, e também da verificada em 2020, de 37,1%, ainda de acordo com dados da Secex.

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