Lula vai à China buscar acordos e negócios para o agro brasileiro

O restabelecimento dos elos diplomáticos com a China tem sido apontado como prioridade por Lula e Carlos Fávaro, Ministro da Agricultura

Lula cancelou a viagem à China em março, quando o batalhão do agronegócio esteve presente no país asiático buscando negócios e tentar remover o embargo da carne brasileira, eles conseguiram. No dia 23 de março foi anunciado o fim do embargo chinês além da habilitação de novas plantas frigoríficas. O trabalho desenvolvido  pela comitiva do Ministério da Agricultura e Pecuária na China preceu a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e demonstra a importância do país asiático para as exportações agrícolas brasileiras, na avaliação do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

O presidente Lula havia cancelado viagem à China por conta do quadro de pneumonia leve. Ele ficou no Brasil para terminar o tratamento da doença.

Remarcada para terça-feira (11), a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à China deve incluir o anúncio de um balanço de novos negócios entre os governos e as empresas dos dois países. As tratativas foram realizadas por representantes do governo brasileiro e empresários que estiveram no país asiático no final de março. O petista não participou dessa primeira rodada de conversas devido a um quadro de pneumonia que o impediu de viajar.

Entre os negócios avançados e que deverão ser anunciados estão a venda de 20 aeronaves da Embraer, que está há cinco anos sem fechar negócios com a China, a assinatura de acordo entre Suzano e a empresa de navios chinesa Cosco para a construção de 17 embarcações para transporte de celulose e a compra de 280 caminhões elétricos da empresa chinesa JAC pela Seara, entre outros.

Eles não foram anunciados anteriormente devido à ausência de Lula na excursão.

O restabelecimento dos elos diplomáticos com a China tem sido apontado como prioridade por Lula e ministros como Carlos Fávaro, da Agricultura, e Mauro Vieira, das Relações Exteriores.

“A diversidade e o tamanho desse grupo de empresários do agro na viagem à China demonstra o prestígio do presidente Lula e marca a aproximação do governo, já nos primeiros meses de mandato, desse setor tão importante para a economia brasileira”, pontou o Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.

A China é o principal destino das exportações do agronegócio brasileiro e teve participação, em valor, de 31,9% nas exportações do agronegócio brasileiro em 2022, num total de US$ 50,79 bilhões. Entre os dez produtos mais exportados pelo agronegócio brasileiro, a China foi o principal destino de seis: soja em grãos, carne bovina in natura, carne de frango in natura, celulose, açúcar de cana em bruto e algodão.

Jorge Viana / Foto: Divulgação

O ponto negativo da viagem foram as declaração do presidente da Agência Brasileira de Promoção e Exportações e Investimentos (Apex), Jorge Viana. O executivo relacionou a pecuária e a produção de grãos no Brasil com problemas ambientais, como o desmatamento da Amazônia. “Nós, brasileiros, deveríamos parar de dizer fora do Brasil que o país não tem problema ambiental. Nós temos. Faz muito tempo”, declarou ele durante a visita.

A senadora e ex-ministra da Agricultura, Tereza Cristina, teceu duras críticas ao executivo. “Que Apex é essa que acusa o agro de desmatar a Amazônia diante de nossos maiores clientes, na China? Querem derrubar de uma só vez a imagem do país, o saldo comercial e o PIB? É muita insensatez! #vergonha” – afirmou a senadora.

Não podemos aceitar que a agência de promoção de exportações do Brasil jogue contra a promoção de exportações! (…)Não é possível que aceitem calados uma situação como essa, isso não vai ficar assim. Nós vamos mostrar que o agro brasileiro exige respeito, exige compromisso. E não é um governo irresponsável, autofágico, que vai nos destruir. Fomos escolhidos como adversários principais.” – disse o deputado federal e presidente da FPA, Pedro Lupion.

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