Cinco dúvidas sobre vacas prenhas, confira agora!

A sua vacada está prenha ou você quer emprenhá-las? Confira abaixo a resposta para algumas das principais dúvidas sobre o assunto!

O setor da cria tem visto os preços alcançar bons níveis, a retenção de fêmeas também se intensificou com o aumento da margem de lucro do sistema. Mas é preciso ficar atento a prenhes desses animais. Em caso de pasto seco, como proceder? O que é prolapso uterino e como tratar? Quando uma vaca está pronta para dar cria? É preciso separá-la do touro?

Estas são algumas das grandes dúvidas que existe entre os pecuaristas e consultores do meio pecuário, confira as respostas para essas e outras dúvidas sobre a prenhez de seu rebanho. Confira o que respondem e se informe sobre o período de reprodução desses animais.

1) Pode-se fornecer sal proteico para vacas prenhas quando a pastagem está seca?
Junior Gabriel Morigi, Poconé, MT

O sal proteinado, ou mistura múltipla, em geral é composto de sal branco, ureia, fonte de proteína (farelo de soja, de algodão ou de amendoim) e fonte de energia (como milho em grão moído). Para obter um ganho aproximado de 250 gramas por animal por dia, recomenda-se fornecer em torno de 100 gramas da mistura por 100 quilos de peso vivo do animal.

É necessário ter o volume adequado de pasto, ainda que seco, uma vez que o consumo do sal proteinado estimular o pastejo da forragem.

Como a exigência de proteína dos animais adultos é menor, para vacas de cria pode ser usada a mistura de sal mineral mais ureia, que tem custo menor. Caso se faça a opção do uso dessa mistura utilizando ureia, o cuidado deve ser redobrado.

Consultor: RYMER RAMIZ TULLIO, engenheiro agrônomo pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste, São Carlos, SP, tel. (16) 3411-5600, sac@cppse.embrapa.br

2) Como tratar vacas leiteiras que expelem material parecido com o útero ou parte dele quando se aproxima o parto?
João Paulo, Paraú, RN

Tudo indica prolapso vaginal e / ou prolapso uterino. As causas da doença são muitas e há fatores que facilitam a sua ocorrência, como conformação do quadril, subnutrição e fraqueza da fêmea, além de machucados anteriores no útero ou na vagina. O tratamento é sinistro, associado à aplicação de antibióticos e de soro com sais de cálcio.

Para evitar o problema, indica-se a adoção de técnicas corretas de manejo do gado e também garantir a nutrição e a alimentação balanceadas ao longo de toda a prenhez da vaca. Recomenda-se a orientação de um profissional da área no local para obter de mais detalhes.

Consultor: RUI MACHADO, médico-veterinário e pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste, São Carlos, SP, (16) 3411-5600 e sac@cppse.embrapa.br

3) Perdemos um bezerro e, por isso, gostaríamos de saber quando uma vaca está para dar cria. É preciso separá-la do boi?
Ana Carolina Bessa da Cunha, Monte Azul Paulista, SP

A gestação em vacas leva entre 280 e 290 dias, dependente da raça e do bezerro que será gerado. Para saber se a vaca está prenhe, pode ser feito um exame clínico, com o auxílio de um aparelho de ultra-som, 30 dias após a cópula ou inseminação artificial.

Com 60 dias, o método adotado é o da palpação via retal dos órgãos genitais da fêmea, procedimento que deve ser realizado apenas por médico veterinário. Em criação de vacas leiteiras, as gestantes permanecem no rebanho enquanto estão em lactação.

Devem ser separados dos demais animais quando “secas”, dois meses antes do parto, e conduzidas para um piquete maternidade. As vacas de corte, após o período de monta, devem ser separadas do reprodutor e então passar pelo diagnóstico de gestação.

Consultor: ROGÉRIO TAVEIRA BARBOSA, médico veterinário, pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste, Caixa Postal 339, CEP 13560-970, São Carlos, SP, tel. (16) 4311-5600, sac@cppse.embrapa.br

4) É comum uma novilha entrar no cio no quinto e sexto mês de gestação? Nesses dois meses, ela também foi coberta novamente. Qual procedimento devo tomar?
Eduardo Sepúlveda Anconi, São Luís, MA

Popularmente chamado de cio, o estro pode ocorrer durante a gestação e, principalmente, no quinto mês. Conhecido como “cio do encabelamento”, coincide com a fase fetal em que se inicia a formação do pelame do feto.

A liberação hormonal necessária para “encabelar” o feto pode ser a causa da manifestação do cio. Nada deve ser feito, e a gestação deve prosseguir normalmente. Contudo, é importante ressaltar que é por causa desse cio que, às vezes, vacas inseminadas parem depois de três ou quatro meses após o procedimento.

Para evitar a inseminação de uma vaca já prenhe, o profissional deve consultar a ficha de controle reprodutivo do animal e verificar se ele não apresenta sinais procurados de gestação.

No “cio do encabelamento”, não há eliminação de muco e, ao se tentar inseminar a vaca, haverá uma resistência no interior da cérvice e uma sensação de “grude” durante a passagem do aplicador.

Consultor: RUI MACHADO, médico-veterinário, pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste, São Carlos (SP), tel. (16) 3411-5600, sac@cppse.embrapa.br

5) Tenho interesse em criar gado gir e preciso de algumas informações sobre maturidade e fertilidade sexual. A partir de que idade esses animais estão prontos para uma reprodução e até quando eles são férteis?
Paulo Taranto Reis, São Paulo, SP

A idade não é o fator mais importante, mas sim uma condição corporal. A fêmea da raça gir está apta para a reprodução quando seu peso alcança uma média de 300 quilos. Quanto ao macho, o ponto ideal fica entre 350 e 400 quilos.

O início da atividade reprodutiva do gado depende principalmente do nível nutricional e da qualidade do manejo. Existem registros de vacas gir com até 13 crias e idade fértil de 15 years. Mas para se atingir um bom nível de melhoramento genético, o ideal é que a vaca seja descartada após cinco crias.

Com um manejo adequado, deve-se renovar todo o rebanho a cada cinco anos para se obter um bom índice de seleção, estabelecendo-se uma taxa de descarte de 20% ao ano.

Consultor: ADEMIR DE MORAIS FERREIRA, médico veterinário e pesquisador da Embrapa Gado de Leite. Rua Eugênio do Nascimento, 610, Dom Bosco, Juiz de Fora, MG; CEP: 36038-330; tel. (32) 3249 4700; sac@cnpgl.embrapa.br

Com informações do Globo Rural

Siga o Compre Rural no Google News e acompanhe nossos destaques.
LEIA TAMBÉM