Colheita da soja chega ao fim, com mais uma safra recorde em MT

Produtores agora torcem para que a demanda continue elevada, para melhorar os preços e compensar o aumento no custo de produção.

A colheita da safra de soja está chegando ao fim em Mato Grosso e deve confirmar mais uma safra recorde, com produção de 42,82 milhões de toneladas da oleaginosa em uma área de 11,81 milhões de hectares.

De acordo com o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Fernando Cadore, o clima contribuiu para o aumento da produtividade por hectare e da produção em geral.

Quando os produtores estavam iniciando o plantio da soja, o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) estimava que a produtividade seria de 58,1 sacas por hectare (sc/ha). Já na última estimativa, quando a colheita já estava sendo realizada, a projeção de produtividade subiu 4%, para 60,43 sc/ha.

“O que rege a produção é o clima, porque o nível de investimento é alto no estado. Temos condições de fertilidade, tecnologia e de investimento que favorecem uma produção maior, mas o que determina a produção agrícola é clima. As chuvas foram mais espaçadas, não ficou muito chuvoso e nem teve tanta seca, então isso favoreceu”, disse Cadore.

Cadore destacou, por outro lado, que os sojicultores de algumas localizações específicas enfrentaram problemas com o clima, principalmente durante a colheita, o que provocou atrasos. No entanto, mesmo com chuvas à noite, o produtor conseguiu avançar na colheita em dias que amanheciam ensolarados, embora “não com tanta velocidade”.

“Não chega a prejudicar, pois todo dia o produtor consegue tirar um pouquinho e hoje, com a tecnologia, as máquinas são muito grandes, são projetadas pra ter mais rapidez”, acrescenta.

Além disso, com o avançar da colheita, mais máquinas ficaram disponíveis, permitindo que os produtores mais atrasados pedissem ajuda de um vizinho ou um prestador de serviços para acelerar os trabalhos.

O representante dos produtores de Mato Grosso diz ter esperança de que a demanda continue aquecida, pois os custos de produção estão elevados e o enfraquecimento da demanda poderia causar prejuízos para o setor. Porém, mesmo com a demanda elevada, ainda não é possível dizer se haverá melhora nos preços aos produtores.

O motivo para a demanda seguir elevada é a quebra de safra registrada no Rio Grande do Sul e também na Argentina, onde a seca vem prejudicado o cultivo. No mercado mundial, essa perda será compensada pelas produções que superaram as estimativas em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais, além da Bahia, Piauí, Maranhão e Tocantins.

“Esse incremento na produção da parte central e norte do país vai acabar compensando essa quebra da região do Rio Grande do Sul, principalmente, e na Argentina. A gente estima que tenha um equilíbrio e que não venha causar um incremento de preço. Agora, a gente fica à mercê da demanda do consumo”, concluiu.

Fonte: Estadão MT

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