Milho tem cerca de 60% da área colhida, apesar do tempo

Observando a qualidade das lavouras, os técnicos da Famasul indicaram que 80,8% da área está em boas condições, 12,8% em condições regulares.

O Boletim Semanal da Casa Rural foi divulgado pela Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul (Famasul), apontando novos reportes da colheita da segunda safra de milho no estado. A Famasul apontou que 50% das lavouras sul-mato-grossenses foram colhidas até o último dia 19/08.

O índice é inferior aos 58% da safra passada e, também, aos 74,2% da média dos últimos 5 anos. Observando a qualidade das lavouras, os técnicos da Famasul indicaram que 80,8% da área está em boas condições, 12,8% em condições regulares e os 6,4% restantes em ruins.

“Os ventos fortes marcaram a semana passada, assim como houve acúmulo de chuvas devido à atuação de uma frente fria, onde se observou – entre os dias 16 a 18 de agosto – 184,2 mm em Campo Grande e 144 mm em Aquidauana. Com o avanço do ar frio, registrou-se temperaturas abaixo de 10°C em várias regiões do estado, com os menores valores em Iguatemi (2,2°C) e em Rio Brilhante (3,6°C) no dia 20 de agosto”.

A Federação também ponderou que os vendavais que atingiram o Mato Grosso do Sul entre os dias 15 e 18 de agosto, “vieram a provocar o tombamento do milho, sobretudo nas regiões oeste, centro e sudeste do estado. Os produtores afetados terão dificuldade na operação de colheita, o dano causado dependendo da rajada pode provocar o tombamento total da planta, nesse caso a plataforma de colheita do milho não consegue efetuar a operação, surgindo adaptações e colheita manual. Muitos produtores optam por realizar adaptações com molinete, no intuito de levantar a planta, ou ainda, substituem a plataforma de milho pela de soja”.

A previsão probabilística da previsão acumulada para os três próximos meses mostra que as chuvas podem variar, sendo o mínimo de 200 mm e o máximo 500 mm. As chuvas devem ficar entre 40 a 50% abaixo da média climatológica. As geadas ocorridas entre os meses de maio e junho não afetaram significativamente a produção, desta forma, a estimativa inicial se mantém. A estimativa para o milho segunda safra 2021/22 segue sendo de área de 1,992 milhão de hectares, retração de 12,6% em relação à área da 2ª safra de 2020/2021. A produtividade estimada é de 78,13 sc/ha, gerando uma expectativa de produção de 9,34 milhões de toneladas.   

Quanto à comparação anual, o preço da saca de milho caiu 21,63% entre os R$ 88,05 praticados em agosto de 2021 e os R$ 69,00 contabilizados na média de agosto de 2022. Até aqui, os produtores sul-mato-grossenses já negociaram 33,8% de toda a produção estimada da segunda safra de 2022, um índice 29 pontos percentuais abaixo do registrado no mesmo período do ano passado para a safrinha de 2021.

Safra recorde

O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) aponta que a área a ser colhida é de 72,5 milhões de hectares, 5,8% (4,0 milhões de hectares) maior que a área colhida em 2021 e 0,3% (209,3 mil ha) maior do que o previsto em maio.

O arroz, o milho e a soja, os três principais produtos deste grupo, somados, representam 91,7% da estimativa da produção e respondem por 87,5% da área a ser colhida. Frente ao ano passado, houve acréscimos de 9,3% na área do milho (7,5% na primeira safra e 9,9% na segunda).

A produção nacional de milho, em 2022, deve alcançar novo recorde nacional. Também houve aumento de 18,0% na do algodão herbáceo, de 4,4% na da soja e de 1,6% na do trigo. Por outro lado, houve queda de 2,2% na área do arroz.

Milho

A estimativa de exportação de milho em agosto foi ajustada, pela Anec, para 7,529 milhões de toneladas, ante previsão de 7,200 milhões a 8,090 milhões de uma semana atrás. Para a soja, a associação prevê que os embarques devam ficar entre 4,800 milhões e 5,504 milhões de toneladas.

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