Conheça o Rei do Beef Jerky, homem que construiu um reinado de US$ 4 bilhões; vídeo

O reinado do Beef Jerky — a tradicional carne bovina cortada em tiras, temperada e desidratada lentamente — nasceu de uma combinação improvável entre tradição familiar, crise econômica e visão de mercado. Segundo reportagem da Forbes, Jack Link, hoje com 79 anos, transformou um negócio que havia ido à falência em um dos maiores cases da indústria global de alimentos, tornando-se bilionário sem abrir mão do controle familiar da empresa. Conheça o Rei do Beef Jerky, o homem que construiu um reinado de US$ 4 bilhões.

Da falência ao início de um império

A virada começou em 1985, quando o antigo frigorífico da família Link, em Wisconsin, quebrou. Pouco tempo depois, durante uma viagem de caça com os filhos adolescentes, Jack parou em uma loja de conveniência e comprou alguns pacotes de beef jerky. O preço chamou sua atenção. Ele percebeu que poderia produzir aquele mesmo produto por um custo muito menor — e melhor ainda, já possuía os fornos industriais parados da antiga planta frigorífica.

Foi ali que a ideia ganhou forma. Usando uma receita herdada de seu bisavô alemão, imigrante que chegou aos EUA no fim do século XIX, Jack começou a produzir carne seca artesanalmente. O resultado agradou consumidores locais e rapidamente ganhou escala. “Colocamos a carne nos fornos e ela saiu maravilhosa. Foi assim que tudo começou”, contou Jack em entrevista rara à Forbes .

A força da tradição familiar

A marca Jack Link’s foi oficialmente criada em 1986, mas sua história remonta a 1880, quando as receitas de carne defumada da família começaram a circular entre imigrantes do norte de Wisconsin. Até hoje, a empresa é 100% controlada pela família, um diferencial em um setor cada vez mais dominado por fundos de investimento e grandes conglomerados .

Esse controle familiar permitiu decisões estratégicas de longo prazo, mesmo em momentos de alta volatilidade no mercado de carnes. Atualmente, Jack Link’s continua morando na mesma casa onde criou os filhos e mantém uma rotina discreta, apesar do tamanho do negócio.

O salto que mudou tudo: o jerky em embalagem

Um dos momentos mais decisivos da empresa veio nos anos 1990, já sob forte influência de Troy Link, filho mais novo de Jack e atual CEO. Foi Troy quem apostou em algo até então impensável no setor: vender beef jerky em embalagens maiores, com fecho reutilizável, e não apenas em pequenas porções baratas.

A ideia parecia arriscada — poucos acreditavam que consumidores pagariam US$ 5 por um pacote de carne seca. Mas o resultado foi imediato. Redes como Walmart e Target passaram a vender o produto, e a demanda explodiu. Hoje, mais de 50% da receita da empresa vem da linha de jerky em embalagem, um divisor de águas para a rentabilidade do negócio.

Reprodução JACK LINKS

Números que explicam o reinado

De acordo com estimativas da Forbes, a Jack Link’s fatura cerca de US$ 2 bilhões por ano, domina aproximadamente 34% do mercado de snacks de carne nos Estados Unidos e vende seus produtos em mais de 200 mil pontos de venda, espalhados por 55 países. No total, são cerca de 800 milhões de embalagens produzidas anualmente, consolidando a empresa como a maior do mundo no segmento .

A rentabilidade também chama atenção. As margens brutas superam 30%, com um EBITDA estimado em US$ 200 milhões ao ano, mesmo em um cenário de custos elevados da matéria-prima bovina.

Rei do Beef Jerky: Concorrência cresce, mas a coroa permanece

O mercado global de snacks de carne movimenta cerca de US$ 9 bilhões por ano e segue em expansão, atraindo startups e grandes multinacionais. Marcas como Chomps, Archer e Stryve cresceram rapidamente, muitas impulsionadas por capital de risco. Ainda assim, várias dessas empresas enfrentaram dificuldades, enquanto a Jack Link’s manteve crescimento consistente.

“Entraram muito mais empresas que fracassaram do que aquelas que realmente tiveram sucesso”, afirmou Troy Link à Forbes. Segundo ele, a escala e a disciplina financeira permitem à empresa atravessar ciclos difíceis e manter espaço nas gôndolas.

Reprodução JACK LINKS

Investimentos, inovação e o futuro

Nos últimos anos, a empresa do Rei do Beef Jerky investiu pesado para ampliar capacidade e se aproximar de novos públicos. Um dos maiores projetos foi a construção de uma nova fábrica de 400 mil pés quadrados na Geórgia, com investimento de US$ 450 milhões, dedicada exclusivamente à produção de sticks de carne e queijo, capazes de fabricar até 820 mil unidades por dia.

Além disso, a Jack Link’s aposta em marketing agressivo, parcerias com influenciadores — incluindo colaborações com o youtuber MrBeast — e patrocínios esportivos, como a NASCAR, onde a tradicional prova Geico 500 foi rebatizada como Jack Link’s 500.

Um legado que segue familiar

Mesmo diante de inúmeras ofertas, a família Link não demonstra interesse em vender a empresa. Para Jack, o futuro é simples e direto: “maior é melhor”. A próxima geração já começa a se envolver nos negócios, mantendo viva a essência de um império que nasceu da carne, da persistência e da visão de transformar um produto simples em um negócio bilionário.

As informações são da Forbes, nos Estados Unidos, que revelou os bastidores e números do maior império de beef jerky do planeta.

YouTube video

Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias.

Siga o Compre Rural no Google News e acompanhe nossos destaques.
LEIA TAMBÉM