Cooxupé vê o que pode ser a principal florada do café do Sul de Minas para 2023

Segundo Claudio Pagotto, professor do curso de agronomia da Universidade Federal de Viçosa, as floradas agora “estão acontecendo a galope”.

Floradas ocorrendo nesta semana nos cafezais do Sul de Minas Gerais, principal região produtora de café do Brasil, poderão ser as mais importantes para a safra que será colhida no ano que vem, disse o coordenador de geoprocessamento da Cooxupé, maior cooperativa de cafeicultores do Brasil.

“Em função das chuvas no segundo decêndio de setembro, floradas de grande intensidade ocorreram entre os dias 25 e 26, que devem se estender pelos próximos dias… provavelmente será a florada de maior intensidade”, disse nesta terça-feira Éder Ribeiro dos Santos, durante evento na cooperativa transmitido pela internet.

Ele citou também um primeiro florescimento dos cafezais anterior ao desta semana, mas disse que foi registrado em lavouras novas, ponteiros de cafezais adultos ou podados em 2021.

Segundo Santos, a primeira florada –antes da registrada nesta semana– foi de média a baixa intensidade.

Ela ocorreu após déficit hídrico tão intenso quanto o de 2021, entre janeiro e setembro, disse o técnico da cooperativa, citando que o mau tempo causou intensa desfolha na maioria das lavouras e queda de grande quantidade de botões florais em plantas que não estavam em boas condições fisiológicas.

“Não pode generalizar, mas serve de alerta aos produtores”, disse, citando ainda quantidade não desprezível de flores anormais, com risco de não pegamento dos frutos.

Segundo Claudio Pagotto, professor do curso de agronomia da Universidade Federal de Viçosa, as floradas agora “estão acontecendo a galope” com as chuvas recentes, e são “bem diferenciadas” do primeiro florescimento visto em agosto, quando houve problema de pegamento.

“O cenário está positivo de agora em diante”, disse Pagotto durante o evento da Cooxupé, ponderando que a história da próxima safra ainda está sendo “construída” e é preciso acompanhar as condições climáticas.

Também presente na conferência, o agrometeorologista Marco Antônio dos Santos, da Rural Clima, disse que a expectativa é de um clima dentro da normalidade para a próxima safra.

“Mesmo com La Niña, não é um clima que possa trazer grandes preocupações para a cafeicultura, pelo contrário, é um clima mais ou menos dentro da normalidade para o Brasil”, disse ele.

Se as chuvas já estão mais favoráveis para o Sul de Minas, elas ainda não chegaram de forma generalizada em outra importante região produtora do Estado, o Cerrado. Isso deve acontecer a partir de outubro.

Fonte: Reuters
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