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Boi Gordo: Momentos de extremos opostos entre Confinador e Exportador

Para se ter uma ideia do bom momento vivido pelo setor exportador, basta comparar os números de agosto de 2022 com os do mesmo período do ano passado.

A cadeia produtiva da pecuária de corte vive no Brasil um momento de extremos totalmente opostos. De um lado, o confinador, que pelo segundo ano consecutivo, vai ter que entregar seus animais entre setembro e outubro significativamente abaixo do custo de produção; e, do outro, a realidade das indústrias exportadoras, sobretudo China, que operam em um verdadeiro mar de rosas, quebrando recorde de volume e de faturamento mês após mês.

Depois do recorde de volume embarcado quebrado em agosto, com 203 mil toneladas de carne in Natura exportadas, setembro caminha a passos largos para mais uma quebra de recorde, com 114 mil toneladas embarcadas até dia 16/set.

Para se ter uma ideia do bom momento vivido pelo setor exportador, basta comparar os números de agosto de 2022 com os do mesmo período do ano passado, com uma alta de 12% em volume, 8% no preço médio da tonelada em dólares e 21% de aumento no faturamento em dólares. Isso tudo com preços do boi gordo com ligeira queda no período, média do Indicador Esalq R$313,39 em agosto 2022 e R$315,08 em agosto 2021.

O custo de matéria-prima ficou praticamente estável ou com ligeira queda, com boa evolução dos volumes exportados e preços negociados.

Estes extremos opostos não se limitam apenas entre elos da pecuária nacional, mas atualmente ocorrem até mesmo em praças vizinhas.

A redução do ritmo de negócios com escalas confortáveis, parcerias firmadas que garantem o abate até meados de outubro e a concentração de plantas China em SP são fatores que têm colaborado a distorção das cotações da arroba frente as demais praças pecuárias. Veja abaixo a tabela do diferencial de base do dia 20/set:

diferencial de base

Note a diferença grande do diferencial de base recentemente frente a composição histórica de 100 dias e 1 ano. A praça de Triangulo Mineiro é “colada” com SP e uma diferença de 11,31% do boi paulista e o boi mineiro não faz sentido historicamente.

Os fatores mencionados antes da tabela criam um ambiente natural de sustentação para o boi China em SP, mas a comparação com 8 praças pecuárias fortes sugere alguma distorção dos preços paulistas em relação aos demais.

Estes extremos opostos, seja dentro de elos da pecuária ou até mesmo entre praças, que geram distorções tendem a ter correções. O pecuarista já corre tantos riscos, seja de mortalidade, pressão ambiental ou pressão da agricultura, que vale a pena ele ficar atento à estas distorções e terceirizar o risco de mercado com as ferramentas de proteção de preço da B3.

Fonte: Investing.com
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