Das citadas, as doenças foliares no milho são as ferrugens, a antracnose foliar, a helmintosporiose, a cercosporiose e a mancha-branca.
A cultura do milho pode ser afetada por diversas doenças causadas por fungos, bactérias, vírus e nematoides.
As doenças são um dos fatores limitantes para a produção de milho. Por isso, a correta identificação é essencial para a adoção de estratégias de manejo adequadas.
A seguir, conheça um pouco mais sobre as doenças do milho e como realizar o controle. Boa leitura!
Principais doenças do milho
As principais doenças da cultura do milho são:
- Antracnose;
- Cercosporiose;
- Enfezamento;
- Ferrugem;
- Helmintosporiose;
- Mancha-branca ou pinta-branca;
- Mosaico comum;
- Nematóides;
- Podridão de Fusarium;
- Mancha de Diplodia.
Das citadas, as doenças foliares no milho são as ferrugens, a antracnose foliar, a helmintosporiose, a cercosporiose e a mancha-branca. A mancha de Diplodia e a podridão de Fusarium são doenças da espiga do milho, que causam podridões no colmo e nas espigas.
Agora, confira um pouco mais sobre cada uma delas e entenda como identificar as doenças no milho.
1. Antracnose no milho
A antracnose é uma doença fúngica causada pelo patógeno Colletotrichum graminicola. Os sintomas da antracnose no milho podem ser observados nas folhas e no colmo da planta.
Nas folhas, aparecem lesões de formatos variados e de coloração castanho claro. Geralmente, os sintomas iniciam nas folhas do baixeiro e avançam em direção ao ápice da planta.
No colmo, é possível observar lesões com aspecto encharcado e de coloração marrom escuro. Em áreas onde é realizado o sistema de plantio direto, a incidência de antracnose é maior. Isso ocorre em razão do aumento da quantidade de inóculo nos restos culturais.
2. Cercosporiose do milho
A cercosporiose é uma doença de grande importância econômica e que ataca as folhas do milho. Ela é causada pelos fungos Cercospora zea-maydis, Cercospora sorghi f. sp. maydis e Cercospora zeina.
O principal sintoma da cercosporiose é o aparecimento de lesões que crescem paralelamente às nervuras das folhas. Dependendo da severidade da doença, pode ocorrer o acamamento das plantas.
A disseminação da doença é feita pelos esporos do fungo. Os restos culturais são a principal fonte do inóculo.
3. Enfezamento
O enfezamento do milho é uma doença sistêmica causada por microrganismos conhecidos por molicutes. Dois tipos de enfezamento atacam a cultura do milho, são eles:
- Enfezamento pálido (Spiroplasma kunkelli);
- Enfezamento vermelho (Phytoplasma).
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O inseto vetor dessa doença no milho é a cigarrinha (Dalbulus maidis). O sintoma característico do enfezamento pálido são estrias de coloração esbranquiçada que surgem na base das folhas. Além disso, as plantas ficam raquíticas.
No enfezamento vermelho, as folhas adquirem coloração avermelhada. Além disso, ocorre o encurtamento dos entrenós e perfilhamento na base da planta e nas axilas foliares.
Em ambos os casos, as plantas de milho infectadas podem apresentar maior número de espigas. No entanto, elas têm poucos ou nenhum grão, o que afeta diretamente a produtividade.
4. Ferrugem (comum, polissora e tropical)
As doenças conhecidas por ferrugem são de origem fúngica. Elas estão disseminadas na maioria das áreas produtoras de milho. A cultura do milho pode ser atacada por três tipos de ferrugem:
- Ferrugem comum do milho(Puccinia sorghi);
- Ferrugem polissora do milho (Puccinia polysora);
- Ferrugem tropical ou branca do milho(Physopella zeae).
Dessas três, a ferrugem polissora pode ser considerada a mais agressiva. Quando o manejo não é realizado de forma adequada, as lavouras contaminadas pela ferrugem polissora podem ter a produtividade reduzida em mais de 50%.
Confira no quadro abaixo quais são os sintomas dos três tipos de ferrugem e quais as condições favoráveis para o desenvolvimento de cada uma delas.
5. Helmintosporiose no milho
A helmintosporiose é uma doença que tem maior incidência em lavouras de milho cultivadas na safrinha. Essa doença é causada pelo fungo Exserohilum turcicum.
O principal sintoma da helmintosporiose na cultura do milho é o aparecimento de lesões necróticas nas folhas. Essas manchas têm formato alongado e podem ser observadas primeiro nas folhas mais velhas.
6. Mancha-branca ou pinta-branca
A mancha-branca é uma doença do milho causada por mais de um patógeno. A bactéria Pantoea ananatis é a principal deles. Alguns fungos no milho também estão associados a essa doença.
O sintoma característico dessa doença é o aparecimento de lesões de formato circular. Essas lesões têm o aspecto encharcado e coloração verde-clara.
Esse sintoma tem início na ponta das folhas. Eles são visíveis, primeiro, nas folhas inferiores. À medida que a doença avança, esses sintomas atingem as folhas superiores da planta.
7. Mosaico-comum do milho
O mosaico comum do milho é uma doença causada pelo vírus Sugarcane mosaic virus. Essa virose também ataca a cultura do sorgo e outras gramíneas. O principal vetor do mosaico comum é o pulgão (Rhopalosiphum maidis).
O sintoma típico dessa doença é o aparecimento de manchas em diferentes tons de verde nas folhas. Essas manchas conferem às folhas um aspecto de mosaico.
Além disso, as plantas de milho contaminadas apresentam menor altura. As espigas e os grãos também têm o tamanho reduzido.
8. Nematoides
As principais espécies de nematoides que atacam o milho são:
- Pratylenchus brachyurus;
- Pratylenchus zeae;
- Helicotylenchus dihystera;
- Criconemella spp.;
- Meloidogyne spp;
- Xiphinema spp.
Os sintomas causados por nematóides dependem da suscetibilidade do milho, da espécie e da densidade populacional do patógeno.
Os nematóides atacam o sistema radicular das plantas e interferem na absorção de água e nutrientes. Isso prejudica o desenvolvimento do milho.
Reflexo do ataque desses parasitas, as plantas de milho apresentam menor porte, clorose e murcha foliar nos períodos mais quentes do dia.
9. Podridão de Fusarium
A podridão de Fusarium é uma doença causada por fungos no milho, sendo eles o Fusarium moniliforme e o Fusarium subglutinans. Essa doença causa a murcha das plantas, tombamento e podridão da espiga.
No colmo das plantas de milho é possível observar lesões de coloração marrom. Na parte interna do colmo, o tecido adquire coloração rosada.
A infecção por esses patógenos é favorecida por alguma injúria causada por insetos e nematóides, por exemplo. A lesão funciona como porta de entrada para o fungo.
Os agentes causadores da podridão de Fusarium são fungos de solo. Eles têm a capacidade de sobreviver nos restos culturais por longos períodos.
10. Mancha de diplodia
A mancha de diplodia é causada pelo fungo necrotrófico Stenocarpella macrospora.
Os sintomas dessa doença podem ser observados em várias partes da planta: folhas, colmo, hastes, espigas e sementes do milho.
A mancha de diplodia causa lesões nas folhas, podridão do colmo, podridão da espiga e grãos ardidos. As lesões foliares têm formato alongado e se caracterizam pela presença de um pequeno círculo visível contra a luz.
As sementes infectadas são o principal veículo de disseminação da doença. Os esporos do fungo sobrevivem nos restos culturais.
Quando as doenças no milho ocorrem?
Algumas doenças têm maior ocorrência dependendo da fase fenológica do milho. A ferrugem comum, por exemplo, pode acontecer entre os estádios V3 e R4. A ferrugem polissora, por sua vez, acontece entre V6 e R5.
A cercosporiose tem maior incidência entre a metade do estádio V6 e o final do R5. A mancha-branca ocorre entre metade do estádio V9 até o fim do ciclo da cultura.
Já a podridão de fusarium acontece mais para o final do ciclo, entre R3 e R6. Ficar por dentro das épocas de incidência é fundamental para conseguir evitar as doenças, protegendo a produtividade da lavoura.
Confira abaixo quais as épocas de maior incidência de outras doenças do milho, de acordo com o ciclo da cultura.
Agora que você conheceu as principais doenças da cultura do milho e quando elas ocorrem, veja como realizar o manejo.
Manejo das doenças de milho
O manejo de doenças na cultura do milho é realizado pela adoção de medidas genéticas, culturais e químicas.
É importante que sejam adotadas várias estratégias de controle para aumentar a eficiência do manejo. Abaixo, veja algumas medidas a serem empregadas no manejo de doenças em lavouras de milho:
- Plantio de cultivares resistentes/tolerantes;
- Evitar alta densidade de semeadura;
- Evitar o plantio sucessivo de milho na mesma área;
- Realizar o plantio e a colheita em épocas adequadas;
- Utilizar sementes com qualidade fisiológica e sanitária;
- Tratamento de sementes com fungicidas;
- Rotação com espécies não hospedeiras das doenças;
- Controle das plantas invasoras;
- Controle das pragas do milho;
- Adubação do milho equilibrada;
- Evitar o excesso de água em lavouras irrigadas;
- Eliminação de restos culturais contaminados;
- Controle químico com produtos registrados no Mapa.
Todas essas recomendações são de grande importância e devem ser consideradas no programa de manejo de doenças na cultura do milho.
Conclusão
De modo geral, a ocorrência de doenças nas lavouras é um dos gargalos da produção agrícola. O milho é uma cultura afetada por doenças causadas por vírus, bactérias, fungos e nematóides.
O conhecimento das doenças e de como realizar o controle faz parte do planejamento agrícola. Isso garante maiores chances de sucesso para o seu negócio.
Agora que você conhece as principais doenças do milho adote as estratégias citadas no artigo para maior eficiência no controle das doenças e também maior produtividade da lavoura.