Café com mais qualidade já soma 22% das receitas com exportações

Quem apostou no café de melhor qualidade tem uma recompensa nos preços. Segundo dados do Cecafé a saca do produto diferenciado atingiu US$ 289.

Preços se mantêm aquecidos devido aos baixos estoques certificados em NY e a dúvidas sobre a produção brasileira.

As exportações brasileiras de cafés diferenciados, os de melhor qualidade, já atingem 22% do valor total das receitas obtidas pelo país.

De janeiro a julho, o Brasil recebeu US$ 5,23 bilhões pelas vendas externas de café verde, solúvel e torrado e moído. As receitas com o produto diferenciado somaram US$ 1,13 bilhão.

Em volume, as exportações atingem 3,91 milhões de sacas, acima das do mesmo período de 2020 e de 2021, mas abaixo dos 4,49 milhões de sacas de janeiro a julho de 2019.

Quem apostou no café de melhor qualidade tem uma recompensa nos preços. Segundo dados do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), a saca do produto comum foi negociada a US$ 227, mas a do produto diferenciado atingiu US$ 289.

Praticamente todo o café diferenciado comercializado pelo país é do tipo arábica, cujo volume somou 3,86 milhões de sacas nos primeiros sete meses.

Os preços do café, devido a um desequilíbrio entre a oferta e a demanda, continuam elevados. Um dos motivos dessa alta é a própria participação do Brasil no mercado internacional.

Maior produtor e exportador mundial de café, o país vendeu, em julho, 2,48 milhões de sacas, 15% a menos do que em igual mês de 2021. O volume é o menor em quatro anos neste período.

Para analistas da consultoria StoneX, as constantes quedas nos estoques certificados de café e as incertezas sobre a safra brasileira seguram os preços no patamar US$ 2 por libra-peso.

Neste ano, os estoques de café certificado recuaram para apenas 700 mil sacas, 54% abaixo do 1,5 milhão de sacas do ano anterior. Com isso, estão no menor patamar desde 1999, segundo os analistas da StoneX.

O preço interno da saca de café caiu para R$ 1.264 nesta terça-feira (9), segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). No mês, o produto tem recuo de 2,8%.

Fonte: Folha de S.Paulo
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