As 100 companhias listadas faturaram R$ 1,38 trilhão em 2021, alta de 34,6% em relação ao R$ 1,02 trilhão obtido em 2020.
Chova ou faça sol, o agronegócio brasileiro segue colhendo recordes. Podem ser recordes de produção – a estimativa do IBGE para a safra de grãos 2022/2023 é de 288,1 milhões de toneladas, alta de 9,6% (25,3 milhões de toneladas) ante 2021/2022. O Ministério da Agricultura espera 300 milhões de toneladas em 2024/2025. Ao longo desta década, a estimativa oficial é de expansão de 27,1% em comparação com o fim da década passada.
Porém, esse não é o único recorde. As empresas do setor seguem obtendo resultados cada vez melhores. É o que prova a quarta edição da Forbes Agro100. As 100 companhias listadas faturaram R$ 1,38 trilhão em 2021, alta de 34,6% em relação ao R$ 1,02 trilhão obtido em 2020. O crescimento não é privilégio das empresas menores. As 10 maiores companhias incluídas nesta lista auferiram receitas de R$ 929,6 bilhões, avanço de 34,7% ante os R$ 689,7 bilhões do ano anterior. Das 100 empresas participantes, 21 faturaram mais de R$ 10 bilhões, e 90 delas tiveram resultados de mais de dez dígitos.
O desempenho dos principais setores segue pujante. As empresas de proteína animal faturaram, em conjunto, R$ 520 bilhões, crescimento de 28,9%. O segundo maior setor, alimentos e bebidas, somou R$ 270,4 bilhões em receita, avanço de 36,4%. A maior alta veio do setor de agroquímica e insumos, com aumento de 49%. O faturamento desse segmento avançou devido à alta dos preços internacionais do petróleo.
Os dados da edição Forbes (publicada em novembro de 2022, quando se tornou disponível a assinantes via aplicativo e impresso, e que agora são abertas ao público em geral) vieram da colaboração da S&P Global Market Intelligence, ligada ao conglomerado internacional S&P, mais importante empresa de classificação de riscos do mundo, ou foram enviados pelas próprias empresas.
1) JBS
Setor: Alimentos e Bebidas
Fundação: 1953, em Anápolis (GO)
Receita: R$ 350,69 bilhões
Principal executivo: Gilberto Tomazoni
Maior empresa de Alimentos e Bebidas e segunda maior empresa de alimentos do mundo, a JBS é a segunda maior companhia brasileira e a maior empresa privada em faturamento. Uma gigante com cerca de 400 unidades produtivas em 15 países nos cinco continentes, a companhia vai muito além das carnes bovina, suína e de aves. Ela possui negócios correlacionados, como couros, biodiesel, higiene pessoal e limpeza, soluções em gestão de resíduos sólidos e embalagens metálicas, e recentemente entrou nos alimentos alternativos, investindo em proteína vegetal.
2) Cosan
Setor: Agroenergia
Fundação: 1936, em Piracicaba (SP)
Receita: R$ 113,09 bilhões
Principal executivo: Luis Henrique Cals de Beauclair Guimarães
Uma das maiores empresas de agroenergia do país, a Cosan nasceu em 1936, quando os irmãos Pedro Ometto e João Ometto associaram-se ao empresário Mário Dedini para comprar a usina Costa Pinto, em Piracicaba, interior de São Paulo. Em 1989 o grupo chegou a ser o maior produtor de açúcar e álcool do mundo, com 22 empresas e moagem de 10,5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, 5% do total brasileiro. Atualmente, produz e exporta etanol e açúcar, gerando energia ao utilizar o bagaço da cana.
3) Cargill Agrícola
Setor: Alimentos e Bebidas
Fundação: 1865, em Conover, Iowa (EUA). No Brasil desde 1965
Receita: R$ 101,09 bilhões
Principal executivo: Paulo Sousa
A Cargill é um caso raro: foi fundada há 156 anos nos Estados Unidos como um armazém para grãos, é uma empresa gigantesca de capital fechado e seu controle permanece com a família fundadora. Atua nas áreas de alimentos, energia e logística. No Brasil desde 1965 e empregando cerca de 11 mil funcionários, é a maior empresa de capital não brasileiro desta lista. Em 2021, sua receita líquida no país superou R$ 100 bilhões pela primeira vez. Possui marcas tradicionais como o óleo de milho Mazola, a maionese Lisa e os molhos e extrato de tomate Elefante.
4) Marfrig Global Foods
Setor: Alimentos e Bebidas
Fundação: 2000, em São Paulo (SP)
Receita: R$ 85,38 bilhões
Principal executivo: Rui Mendonça Júnior
Segunda maior empresa de alimentos e bebidas do mundo, em 2021 a Marfrig assinou um acordo de financiamento no valor de US$ 30 milhões, com prazo de 10 anos e vinculado à sustentabilidade para investir em uma cadeia de fornecimento de gado socio ambientalmente responsável na Amazônia e no Cerrado. Fundada em 2000, é uma das companhias brasileiras de alimentos mais internacionalizadas. Seus produtos estão presentes em cerca de 100 países. São 30 mil colaboradores em 21 unidades produtivas bovinas, 10 centros de distribuição e comerciais e espalhadas por quatro continentes.
5) Ambev
Setor: Alimentos e Bebidas
Fundação: 1999, em São Paulo (SP)
Receita: R$ 72,85 bilhões
Principal executivo: Jean Jereissati Neto
Maior cervejaria do mundo, nascida da compra da Antarctica pela Brahma, a gigante industrial AmBev também atua no agronegócio. A cervejaria é uma voraz consumidora de cevada, matéria-prima do malte, principal insumo da cerveja. Nesse sentido, a Ambev produz cevada diretamente no Paraná e no Rio Grande do Sul, e atua também em parceria com cooperativas nessas regiões, que produzem cevada para abastecer suas maltarias. A AmBev está estudando uma ampliação de suas atividades e mirando no mercado de energéticos.
6) BRF
Setor: Alimentos e Bebidas
Fundação: 2009, em São Paulo (fusão de Perdigão e Sadia)
Receita: R$ 48,34 bilhões
Principal executivo: Miguel de Souza Gularte
A BRF surgiu em 2009 pela fusão de duas concorrentes. A Perdigão, fundada em 1930 em Videira (SC), e a Sadia, que surgiu na década seguinte em Concórdia, também em Santa Catarina. Como resultado da fusão, a BRF é uma das maiores empresas de alimentos do mundo e é a maior exportadora de carne de frango do Brasil. A empresa possui mais de 30 marcas em seu portfólio. Nos últimos anos, as ações vêm sendo prejudicadas por mudanças na gestão, que privilegiaram o aspecto financeiro e abriram espaço para que a concorrência crescesse, em especial no segmento de alimentos processados.
7) Suzano Holding
Setor: Madeira, Celulose e Papel
Fundação: 1924, em São Paulo (SP)
Receita: R$ 40,97 bilhões
Principal executivo: Walter Schalka
A alta das commodities no mercado internacional e a apreciação do dólar frente ao real vêm fazendo a Suzano, maior empresa de celulose do Brasil, divulgar sucessivos recordes em seus resultados. Seus custos de produção estão entre os menores do mundo e a companhia vem mantendo uma forte geração de caixa mesmo em períodos de baixa das cotações internacionais. Em 2021 ela registrou o maior Ebitda da história, R$ 23,471 bilhões. Está investindo R$ 19,3 bilhões no Projeto Cerrado, com uma nova fábrica de celulose em Mato Grosso do Sul.
8) Copersucar
Setor: Agroenergia
Fundação: 1959, em São Paulo (SP)
Receita: R$ 40 bilhões
Presidente executivo: Tomás Caetano Manzano
A Copersucar é a maior cooperativa brasileira. No setor de açúcar ela exportou cerca de 12 milhões de toneladas para 40 países. No mercado doméstico, sua participação cresceu de 19% para 25% do mercado, com 2,1 milhões de toneladas comercializadas. No mercado global de etanol, a plataforma Copersucar comercializou mais de 10 bilhões de litros, dos quais 4 bilhões foram vendidos no Brasil e 6 bilhões nos Estados Unidos, por meio da Eco-Energy. A empresa segue ampliando sua estrutura logística americana, com a construção de um terminal em Phoenix (Arizona) e início das obras do terminal em Stockton (Califórnia), o 11º terminal próprio.
9) Louis Dreyfus
Setor: Tradings e Comércio
Fundação: 1851, na Alsácia (França). No Brasil desde 1942
Receita: R$ 38,88 bilhões
Principal executivo: Murilo Parada
Criada em 1851 na região francesa da Alsácia e dedicada a exportar trigo da França para a Suíça, a Louis Dreyfus atualmente é uma das principais companhias dedicadas à comercialização e ao processamento de grãos. É uma das poucas empresas centenárias cujo controle permanece com a família fundadora. No Brasil desde 1942, aonde chegou por meio da aquisição da Coinbra, a Louis Dreyfus atua em café, algodão, grãos, suco, oleaginosas, arroz e açúcar, sendo uma das dez maiores exportadoras do Brasil. A companhia opera cerca de 60 unidades industriais e logísticas no país e emprega 11 mil pessoas.
10) Amaggi
Setor: Alimentos e Bebidas
Fundação: 1977, em São Miguel do Iguaçu (PR)
Receita: R$ 38,21 bilhões
Principal executivo: Judiney Carvalho de Souza
O grupo Amaggi foi um dos pioneiros na produção de soja no Mato Grosso, onde está desde 1979. É o maior produtor de soja de capital 100% nacional e atua em outras três áreas: trading, logística e energia. Na trading, o grupo exporta soja e milho e importa e distribui insumos agrícolas. Na logística, criou e administra o Corredor Noroeste de Exportação, formado pelos rios Madeira e Amazonas, por onde são escoados os grãos das regiões noroeste de Mato Grosso e sul de Rondônia. Produz anualmente cerca de 1,2 milhão de toneladas de grãos e fibras, entre soja, milho e algodão.
11) Raízen Energia
Setor: Agroenergia
Fundação: 2011, em São Paulo (SP)
Receita: R$ 32,09 bilhões
Principal executivo: Ricardo Dell Aquila Mussa
Principal fabricante de etanol de cana-de-açúcar do Brasil e maior exportadora de açúcar de cana, a Raízen é uma joint venture entre a Cosan e a Shell do Brasil. Possui 35 unidades produtivas e uma ampla rede de distribuição de produtos, mais de 7,9 mil postos de serviço da marca Shell, 70 terminais de distribuição e 70 aeroportos. Pode gerar 1,5 gigawatt de energia elétrica a partir do bagaço da cana. Emprega cerca de 40 mil funcionários, produz 6,2 milhões de toneladas de açúcar e comercializa 29 bilhões de litros de combustível.
12) Minerva
Setor: Alimentos e Bebidas
Fundação: 1957, em Barretos (SP)
Receita: R$ 26.96 bilhões
Principal executivo: Fernando Galetti de Queiroz
A Minerva Foods vem se destacando no cenário do agronegócio brasileiro por suas técnicas de gestão de riscos. A companhia é a terceira no abate de bovinos e uma das principais exportadoras. Tem sido bem-sucedida em fechar parcerias fora do Brasil. A Minerva destaca-se pela sustentabilidade, especialmente nos negócios. No terceiro trimestre de 2022, os abates aumentaram 3,5% ante o terceiro trimestre de 2021, para 983,9 mil cabeças, mas caíram em relação ao volume abatido no trimestre anterior. O volume de vendas aumentou 8,6%, passando de 297,5 mil toneladas para 323,1 mil toneladas.
13) Coamo
Setor: Cooperativas
Fundação: 1970, em Campo Mourão (PR)
Receita: R$ 24.66 bilhões
Principal executivo: Airton Galinari
Fundada em 28 de novembro de 1970, por um grupo de 79 agricultores em Campo Mourão, na região centro-oeste do estado do Paraná, em 2021 respondeu por 3,1% da produção brasileira de grãos. A cooperativa conta com 111 unidades localizadas em 73 municípios nos estados do Paraná, de Santa Catarina e de Mato Grosso do Sul, para recebimento da produção agrícola dos mais de 30 mil associados A soja é o principal produto recebido, seguido pelo milho, trigo, café e outros.
14 ) Aurora Alimentos
Setor: Cooperativas
Fundação: 1969, em Chapecó (SC)
Receita: R$ 19,41 bilhões
Principal executivo: Neivor Canton
Uma das maiores cooperativas do país, a Aurora foi fundada em 1969 com a fusão de oito cooperativas do oeste de Santa Catarina. Atualmente, é uma das líderes na produção de alimentos no Brasil, além de ser um produtor e exportador de grãos. Mantém 40 mil empregos diretos e opera um parque fabril formado por oito plantas frigoríficas de suínos, nove plantas frigoríficas de aves, uma planta industrial de lácteos, dez unidades de rações e armazenamento, além de nove incubatórios e granjas, 26 unidades comerciais e 12 distribuidores regionais.
15) C.Vale
Setor: Cooperativas
Fundação: 1963, em Palotina (PR)
Receita: R$ 17,44 bilhões
Principal executivo: Alfredo Lang
Fundada por 24 agricultores paranaenses, a C.Vale é uma cooperativa agroindustrial que atua no Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Paraguai. Produz soja, milho, trigo, mandioca, leite, frango, peixe e suínos. No segmento industrial, produz amido modificado de mandioca e rações. Também comercializa insumos e máquinas agrícolas e possui uma rede de supermercados. Tem 156 unidades de negócios, 23 mil associados e emprega 11 mil funcionários. Em 2021, recebeu 4,7 milhões de toneladas de grãos.
16) Lar Cooperativa
Setor: Cooperativas
Fundação: 1964, em Missal (PR)
Receita: R$ 17,41 bilhões
Principal executivo: Irineo da Costa Rodrigues
A Lar Cooperativa Agroindustrial foi fundada em 19 de março de 1964, na antiga Gleba dos Bispos, hoje Missal (PR), por 55 agricultores de ascendência alemã oriundos do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Atua na avicultura, na suinocultura e na pecuária leiteira. Também tem atividades industriais: beneficiamento de alimentos, produção de rações e tratamento de madeiras. Possui 28 unidades nos estados do Paraná, do Mato Grosso do Sul e de Santa Catarina, e também no Paraguai. Conta com mais de 12 mil associados e 24 mil trabalhadores.
17) Klabin
Setor: Madeira, Celulose e Papel
Fundação: 1890, em São Paulo (SP)
Receita: R$ 16,48 bilhões
Principal executivo: Cristiano Cardoso Teixeira
Uma das maiores e mais antigas fábricas de papel e papelão do Brasil, a Klabin começou como uma papelaria em São Paulo, fundada pelo imigrante lituano Mauricio Freeman Klabin. Atualmente atua nas áreas florestal, de celulose, de papéis e de embalagens. Possui 23 fábricas, 22 no Brasil e uma na Argentina e conta com mais de 25 mil colaboradores diretos e indiretos. É a maior produtora e exportadora de papéis para embalagens do Brasil, líder em embalagens de papelão ondulado e sacos industriais e única companhia do país a oferecer celuloses de fibra curta, fibra longa e fluff.
18) Tereos International
Setor: Agroenergia
Fundação: 1932, em Aisne (França). No Brasil desde 2002
Receita: R$ 15,10 bilhões
Principal executivo: Pierre Santoul
Fundada por uma cooperativa de cultivadores de beterraba no noroeste da França para produzir açúcar, a Tereos é a terceira maior empresa de açúcar e etanol do mundo. Está presente em 13 países e conta com 19.800 colaboradores. Iniciou seu processo de internacionalização nos anos 1990 e chegou ao Brasil em 2002 quando comprou a Açúcar Guarani. Possui também a Tereos Açúcar & Energia, a Tereos Amido & Adoçantes e a Tereos Commodities. No Brasil, a safra de 2021 rendeu 15,6 milhões de toneladas de cana, queda de 20% ante a média dos últimos cinco anos.
19) Gavilon do Brasil / Viterra
Setor: Trading e Comércio
Fundação: 1874, em Sioux City (Estados Unidos). No Brasil desde 2013
Receita: R$ 12,79 bilhões
Principal executivo: Fábio Nascimento (interino)
Fundada como uma trading no Meio-Oeste americano para negociar com grãos com o nome de F. H. Peavey, a empresa permaneceu com os fundadores por mais de cem anos, até 1982, quando foi comprada pela americana ConAgra Foods. Em 2013 foi adquirida pela trading japonesa Marubeni, que já tinha operações no Brasil. Tem mais de 4 mil contratos de originação de grãos no País, é uma das maiores tradings nacionais, com 18 filiais e 210 funcionários, e uma das líderes na exportação de soja.
20) Engelhart CTP
Setor: Trading e Comércio
Fundação: 2013, em São Paulo (SP)
Receita: R$ 10,81 bilhões
Principal executivo: Huw Jenkins
A Engelhart Commodities Trading Partners, logo abreviada para Engelhart CTP, originou-se da mesa de commodities do banco BTG Pactual, um dos principais bancos de investimento do Brasil. A companhia foi fundada em 2013, quando o BTG separou as atividades e manteve 20% do capital da trading. Com sede em Londres e escritórios no Brasil, na Europa, nos Estados Unidos e na Ásia, a Engelhart concentra seu trading físico na originação de grãos, sementes oleaginosas e café na América do Sul para entrega na Ásia, e também no trading de derivativos de energia e de metais.
21) Comigo
Setor: Cooperativas
Fundação: 1975, em Rio Verde (GO)
Receita: R$ 10,30 bilhões
Principal executivo: Antonio Chavaglia
Aos 46 anos, a Cooperativa Agroindustrial dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano (Comigo) reúne mais de 10 mil cooperados na região de Rio Verde, município que ocupa o 5º lugar no ranking nacional de produção agrícola. Sua estrutura tem 11 processadoras de óleo e farelo de soja, fertilizantes, rações, suplementos minerais e sementes. Além disso, possui 20 armazéns com capacidade para armazenar 30,1 milhões de sacas, 16 lojas agropecuárias e o Instituto de Ciência e Tecnologia (ITC) dedicado à pesquisa e ao monitoramento de tecnologias.
22) Cocamar
Setor: Cooperativas
Fundação: 1963, em Maringá (PR)
Receita: R$ 9,08 bilhões
Principal executivo: Divanir Higino
Com 15 mil cooperados que produzem soja, milho, trigo, café e laranja, a Cocamar está no Paraná, em São Paulo e no Mato Grosso do Sul. Na agroindústria, atua do processamento de bebidas, torrefação, envase de óleos, etanol, bioinsumos, suplementos e ração animal até o tratamento de madeira e indústria têxtil. Possui 97 unidades operacionais. Conta com mais de 16 mil associados que atuam com a produção de soja, milho, trigo, café e laranja. Está investindo R$ 1 bilhão em estruturas de armazenagem, lojas de insumos e instalações diversas.
23) BSBIOS
Setor: Agroenergia
Fundação: 2005, em Passo Fundo (RS)
Receita: R$ 8,89 bilhões
Principal executivo: Erasmo Carlos Battistella
A BSBios está entre as maiores do setor de biodiesel no Brasil, com duas unidades: em Passo Fundo (RS) e Marialva (PR). Além do diesel renovável, produz farelo de soja, glicerina e borra, um subproduto do óleo vegetal. No ano, o faturamento subiu 64%. Segundo a Agência Nacional de Petróleo (ANP), a capacidade instalada nacional permite produzir 10,2 milhões de metros cúbicos por ano, com 58 usinas de biodiesel em operação que usam vários tipos de matéria-prima, sendo os principais a soja e sebo animal.
24) Dexco
Setor: Madeira, Celulose e Papel
Fundação: 1961, em São Paulo (SP)
Receita: R$ 8,17 bilhões
Principal executivo: Antonio Joaquim de Oliveira
Pertencente ao mesmo grupo do Itaú Unibanco e com participação acionária do grupo Ligna (antiga Satipel), a Dexco é a maior empresa do setor de construção civil do País e é uma das maiores gestoras de florestas do Brasil, com 83 mil hectares de eucalipto plantado nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Tem 42 mil hectares de áreas de conservação. No fim de 2019, em parceria com a austríaca Lenzing AG, anunciou a joint venture LD Celulose para a produção de celulose solúvel na fábrica construída no Triângulo Mineiro (MG).
25) Coopercitrus
Setor: Cooperativas
Fundação: 1976, em Bebedouro (SP)
Receita: R$ 7,98 bilhões
Principal executivo: Fernando Degobbi
A Coopercitrus faturou quase R$ 8 bilhões, com crescimento de 35% frente aos R$ 5.929 bilhões registrados em 2020. O patrimônio líquido totalizou R$1,5 bilhão, com acréscimo de 14,5% sobre o total do exercício anterior. Sua atuação cobre café, milho, soja e açúcar, produção de sementes, insumos e ração animal, além de uma atuação comercial com concessionárias de máquinas agrícolas, lojas de conveniência, shoppings rurais e postos de combustíveis. Na base desse movimento estão cerca de 35 mil agropecuaristas nos estados de São Paulo, Minas e Goiás.
26) M. Dias Branco
Setor: Alimentos e Bebidas
Fundação: 1936, em Eusébio (CE)
Receita: R$ 7,81 bilhões
Principal executivo: Francisco Ivens de Sá Dias Branco Júnior
Dona de 19 marcas de alimentos, entre elas Adria, Vitarella, Piraquê, Basilar, Zabet Isabela e Fortaleza, a M.Dias Branco produz biscoitos, massas, bolos, lanches, farinha de trigo, margarinas e gorduras vegetais. O preço médio total dos produtos ficou em R$ 6 por quilo em 2021, um avanço de 36% ante o ano anterior. A empresa conta atualmente com 17 indústrias ou complexos industriais, sendo sete moinhos. São 28 centros de distribuição em diversos estados, possibilitam a presença das nossas marcas em todo o território nacional, e o apoio à exportação para mais de 40 países.
27) Camil Alimentos
Setor: Alimentos e Bebidas
Fundação: 1963, em Itaqui (RS)
Receita: R$ 7,46 bilhões
Principal executivo: Luciano Maggi Quartiero
Mais conhecida por seu arroz e seu feijão, a Camil é uma das empresas de alimentos mais importantes do país. Possui marcas importantes em açúcar, pescado e biscoitos, como Coqueiro, União, DaBarra, Pai João e Carreteiro. Também é dona de marcas como Costeño, Saman e Tucapel na América do Sul. Desde sua estreia na bolsa em 2017 ela vem mostrando um apetite saudável por aquisições e por expansão. Desde julho de 2021 anunciou a aquisição de seis empresas, entre elas a Mabel, que deve agregar cerca de R$ 1 bilhão por ano ao faturamento.
28) Cooperalfa
Setor: Cooperativas
Fundação: 1967, em Chapecó (SC)
Receita: R$ 7,01 bilhões
Principal executivo: Romeo Bet
Com 20,1 mil produtores baseados em Santa Catarina e no Mato Grosso do Sul, a Alfa atua em grãos, pecuária e insumos. Tem 219 negócios, entre lojas, silos, supermercados, granjas, centros de distribuição, indústrias processadoras, postos de combustíveis e distribuição de insumos. Fechou 2020 com 20,6 mil associados e 3,3 mil funcionários. E em fevereiro de 2022 inaugurou seu maior empreendimento industrial, a Nova Indústria de Óleo, com área construída de 195 mil m², localizada em Chapecó, oeste catarinense.
29) Cooxupé
Setor: Cooperativas
Fundação: 1932, em Guaxupé (MG)
Receita: R$ 6,70 bilhões
Principal executivo: Carlos Augusto Rodrigues de Melo
A Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé, a mineira Cooxupé, possui mais de 17 mil cooperados, sendo que 97% deles são pequenos produtores que vivem da agricultura familiar. É a maior das 97 cooperativas de café do país e seus produtores estão espalhados em cerca de 200 municípios das regiões do Sul de Minas, do Cerrado Mineiro e no Vale do Rio Pardo, no estado de São Paulo. Também é o maior exportador individual de café do mundo, com vendas para 51 países que superam 5,2 milhões de sacas exportadas.
30) Agrogalaxy
Setor: Trading e Comércio
Fundação: 2016, em São Paulo (SP)
Receita: R$ 6,58 bilhões
Principal executivo: Sheila Maria Pereira Albuquerque
Fundada em 2016 a partir de aquisições de um fundo de private equity, a Agrogalaxy cresceu por meio de aquisições de plataformas eletrônicas e físicas de distribuição de insumos para o agronegócio e, posteriormente, passou a atuar também na área de sementes. Com as 8 novas lojas, o AgroGalaxy fechou 2021 com 134 unidades. Em janeiro deste ano, a companhia concluiu a aquisição da Agrocat, empresa que oferece soluções integradas para o agronegócio e cobre 93 municípios nos estados de Mato Grosso e Rondônia.
31) UPL do Brasil
Setor: Agroquímica e Insumos
Fundação: 1969, em Mahardrash (Índia). No Brasil desde 2012
Receita: R$ 6,53 bilhões
Principal executivo: Rogério Castro
Fundada há cinco décadas como United Phosphorus Limited, a UPL está entre as quatro maiores companhias de produtos e soluções agrícolas sustentáveis do mundo. Presente em 130 países, tem mais de 10 mil colaboradores. No Brasil, onde chegou em 2012 ao assumir o controle da subsidiária da agroquímica alemã DVA, expandiu suas atividades em 2019 por meio da compra, em nível global, da americana Arysta LifeScience. No Brasil, a meta é dobrar de tamanho entre 2020 e 2025, reforçando a atuação em soja e milho, e ampliar o portfólio para cana-de-açúcar, arroz, café, citros, algodão e hortifrúti.
32) Lat. Bela Vista / Piracanjuba
Setor: Alimentos e Bebidas
Fundação: 1955, em Piracanjuba (GO)
Receita: R$ 6,4 bilhões
Principais executivos: Cesar Helou e Marcos Helou
O Laticínios Bela Vista, uma das quatro maiores indústrias de lácteos do país, é dono da Piracanjuba. O grupo opera com capacidade produtiva de 6 milhões de litros de leite por dia. Possui um portfólio com mais de 180 produtos, nas marcas Piracanjuba, Pirakids, LeitBom, ChocoBom e MeuBom. Mantém duas grandes parcerias: Blue Diamond (maior produtora de amêndoas do mundo) para a produção das bebidas Almond Breeze; e a Nestlé, para produção e comercialização dos leites UHT Ninho e Molico. Emprega 3,5 mil colaboradores diretos, em sete unidades fabris e doze postos de resfriamento.
33) BP Bunge Bioenergia
Setor: Alimentos e Bebidas
Fundação: 1818, em Amsterdã (Holanda). No Brasil desde 1905
Receita: R$ 6,12 bilhões
Principal executivo: Raúl Padilla
Nascida como uma trading de grãos em 1818 na Holanda, a Bunge foi uma das primeiras a se internacionalizar, tendo começado a exportar trigo da Argentina para a Europa em 1884. Atualmente, está em cerca de 40 países e emprega 23 mil funcionários. No Brasil desde 1905, a Bunge tem 7 mil colaboradores e possui 100 unidades. Produz óleos, maionese e margarinas, como os das marcas Soya, Primor e Salada. Em 2019, concluiu com a BP a criação da joint venture BP Bunge Bioenergia, na qual estão 11 usinas de cana-de-açúcar.
34) Eldorado Brasil Celulose
Setor: Madeira, Celulose e Papel
Fundação: 2005, em Três Lagoas (MS)
Receita: R$ 6,05 bilhões
Principal executivo: Carmine de Siervi
A Eldorado processou, em 2021, 1,77 milhão de toneladas de celulose de fibra curta, a partir de eucalipto. De acordo com a empresa, 18% acima da capacidade nominal da fábrica. Com capital brasileiro, canadense e francês administra 230 mil hectares de áreas produtivas e 143 mil hectares em áreas de conservação. A receita líquida anual teve um avanço de 37% em relação a 2020. As vendas atingiram 1,755 milhão de toneladas no período, focadas principalmente no mercado internacional.
35) Castrolanda
Setor: Cooperativas
Fundação: 1951, em Castro (PR)
Receita: R$ 5,55 bilhões
Principal executivo: Willem Berend Bouwman
A Castrolanda possui 12 marcas que processam produtos de 1.111 cooperados, entre elas estão lácteos, suínos e cordeiro. O perfil dos produtores é variado, indo de grandes produções à agricultura familiar. A cooperativa inovou ao criar, ao lado de outras duas cooperativas paranaenses, a Frísia e a Capal, uma holding destinada a obter ganhos de escala. Unidas, as três organizações congregam mais de 5 mil cooperados que produzem para o mercado interno e já exportam para 25 países.
36) 3Tentos
Setor: Trading e Comércio
Fundação: 1995, em Santa Bárbara do Sul (RS)
Receita: R$ 5,33 bilhões
Principal executivo: Luiz Osório Dumoncel
Uma das únicas empresas de sementes de capital brasileiro, a 3tentos começou em 1995 vendendo sementes de trigo. Posteriormente expandiu suas atividades para a distribuição de fertilizantes e defensivos agrícolas, além de atuar como trading de milho e de soja. Em 2013, inaugurou em Ijuí (RS) um centro logístico de fertilizantes e uma unidade de esmagamento de soja, produzindo óleo, farelo e biodiesel. Em 2021 abriu seu capital no Novo Mercado da B3 para financiar sua expansão fora do RS, com a construção de unidades no Centro-Oeste. Hoje atua em 50 unidades e 3 parques industriais.
37) Cibrafértil
Setor: Agroquímica
Fundação: 1994, em Camaçari (BA)
Receita: R$ 4,70 bilhões
Principal executivo: Santiago Franco
Fundada na Bahia pelo Grupo Paranapanema, a Cibrafértil, mais conhecida como Cibra, é controlada desde 2012 pelo grupo americano Omimex e pela mineradora britânica Anglo American. O Omimex opera nos segmentos de petróleo e gás, nos Estados Unidos e Canadá, e de fertilizantes, na América Latina. Além de uma fábrica de superfosfato simples em Camaçari, a Cibra tem nove unidades misturadoras para a elaboração do composto NPK nas regiões Sul, Centro-Oeste e Nordeste. Possui também a Cibra Store, uma loja online para a venda direta de fertilizantes.
38) Agrofel
Setor: Agropecuária
Fundação: 1977, em Palmeira das Missões (RS)
Receita: R$ 4,61 bilhões
Principal executivo: Ronaldo Ferrarin
Fundada em 16 de junho de 1977, na cidade de Palmeira das Missões, Rio Grande do Sul, a Agrofel vende sementes, fertilizantes, nutrição vegetal, defensivos agrícolas e também presta serviços de recebimento, compra, venda, troca e armazenagem de grãos. A companhia possui cerca de 40 unidades de atendimento no Rio Grande do Sul.
39) Belagrícola
Setor: Alimentos e Bebidas
Fundação: 1985, em Bela Vista do Paraíso (PR)
Receita: R$ 4,37 bilhões
Principal executivo: Alberto Araújo
De olho no potencial do agro brasileiro, em 2017 os chineses do Shanghai Pengxin, compraram 53,99% da Belagrícola, com a condição de que os herdeiros do fundador, João Andreo Colofatti, permanecessem na gestão do negócio. O passo dado pela família abriu um canal direto de venda de soja e milho à China. Com sede em Londrina, é uma das maiores distribuidoras de insumos agrícolas e comercializadoras de grãos do Brasil. Possui 55 lojas de insumos e 75 unidades de recebimentos de grãos, com uma capacidade de armazenamento de 1,4 milhão de toneladas.
40) SLC Agrícola
Setor: Alimentos e Bebidas
Fundação: 1977, em Horizontina (RS)
Receita: R$ 4,36 bilhões
Principal executivo: Aurélio Pavinato
O grupo SLC foi fundado em 1945 no município gaúcho de Horizontina, como uma pequena oficina que fazia a manutenção das ferramentas dos agricultores da região. Em 1977 o grupo iniciou as atividades da SLC Agrícola, uma das maiores produtoras mundiais de grãos e fibras, focada na produção de algodão, soja e milho. Foi uma das primeiras empresas do setor a ter ações negociadas em bolsa. Com matriz em Porto Alegre (RS), a empresa possui 23 unidades de produção. Na safra 2021/2022, a produção totalizou 672,4 mil hectares plantados.
41) São Martinho
Setor: Agroenergia
Fundação: 1907, em Pradópolis (SP)
Receita: R$ 4,30 bilhões
Principal executivo: Fábio Venturelli
Controlado pela holding LJN Participações, da família Ometto, o grupo sucroalcooleiro São Martinho é um gigante do setor de Agroenergia. A empresa opera com quatro usinas e conta com 12,5 mil colaboradores. Em seu plano de investimentos, a empresa adicionou R$ 60 milhões para aumentar a flexibilidade de suas três usinas em São Paulo e tornar viável uma maior produção de etanol anidro. A previsão é que o aporte seja concluído até o começo da safra 2023/24.
42) Fertilizantes Heringer
Setor: Agroquímica
Fundação: 1968, em Manhuaçu (MG)
Receita: R$ 4,29 bilhões
Principal executivo: Dalton Carlos Heringer
Com sede no Espírito Santo, a Heringer possui 14 unidades de produção, comercialização e distribuição de fertilizantes. De estrutura familiar, a partir de 2007 abriu seu capital no Novo Mercado da B3. A empresa passou de uma misturadora de fertilizante básico, o NPK, para um complexo de fertilizantes especiais e formulados. A empresa mantém três centros próprios de pesquisa, um para café, outro para pastagens e um terceiro para desenvolvimento de novas técnicas agrícolas. É dona, também, de um laboratório em Paulínia (SP), com capacidade de cerca de 900 análises químicas por dia.
43) DSM Produtos Nutr.
Setor: Agroquímica e Insumos
Fundação: 1902, em Heerlen (Holanda). No Brasil desde a década de 1980
Receita: R$ 3,92 bilhões
Principal executivo: Mauricio Adade
A DSM é uma empresa global baseada em saúde, nutrição e biociência. Em 2003, adquiriu os negócios de vitaminas e produtos químicos da Roche, tornando-se líder em nutrição humana e animal na América Latina. Em 2013, adquiriu a brasileira Tortuga, assumindo a liderança em suplementos nutricionais para gado de corte e de leite. A DSM tem 2,3 mil colaboradores nos mercados latino-americanos, cerca de 10% da força de trabalho da organização. Em 2022, a operação brasileira adquiriu a Prodap, líder em nutrição e tecnologia animal no Brasil.
44) Citrosuco
Setor: Alimentos e Bebidas
Fundação: 1963, em Matão (SP)
Receita: R$ 3,60 bilhões
Principal executivo: Marcelo Abud
A Citrosuco, subsidiária do Grupo Votorantim, é a maior exportadora global de suco de laranja, respondendo por 40% das remessas brasileiras. No suco concentrado ela possui 20% de participação no mercado global. Vende, também, subprodutos industrializados da fruta, como ração animal e óleos essenciais. Os maiores mercados da companhia são os Estados Unidos e países europeus. Possui 28 fazendas de produção em São Paulo e Minas Gerais e cinco terminais marítimos, no Brasil, nos EUA, na Bélgica, no Japão e na Austrália.
45) Coplacana
Setor: Cooperativas
Fundação: 1948, em Piracicaba (SP)
Receita: R$ 3,22 bilhões
Principal executivo: Arnaldo Antonio Bortoletto
A Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo foi a primeira associação fundada no estado. Atualmente possui 34 unidades, 26 em São Paulo e as demais nos estados de Minas Gerais, Paraná, Goiás e Mato Grosso do Sul. Desse total, 29 unidades fornecem insumos agrícolas aos 14,4 mil cooperados. A cooperativa também tem três lojas concessionárias da Massey Ferguson, duas unidades de recebimento de grãos, uma unidade de confinamento e 45 silos parceiros, além de duas fábricas de ração.
46) Arauco do Brasil
Setor: Madeira, Celulose e Papel
Fundação: 1979, em Santiago (Chile). No Brasil desde 2007
Receita: R$ 3,21 bilhões
Principal executivo: Carlos Altimiras
Fundada no Chile em 1979, a Arauco é uma das maiores empresas de celulose e madeira do mundo, com 1 milhão de hectares de florestas, dos quais 110 mil no Brasil. Começou a investir aqui em 2007, quando adquiriu parte das atividades da finlandesa Stora Enso, que havia adquirido a empresa paranaense Inpacel. Está nos cinco continentes e atende 4.300 clientes. Está investindo US$ 2,35 bilhões em modernização e ampliação de suas unidades no Chile, que aumentará sua capacid