Frigorífico aperta a pressão e produtor abre a porteira

O grande desafio do pecuarista e das indústrias no atual momento é conseguir quantificar até onde vai a atual oferta e como fica o consumo interno!

O mercado do boi gordo voltou a ter um dia mais travado, ou seja, nesta quinta-feira, 6 de maio, o mercado físico do boi gordo registrou baixa liquidez, e os preços da arroba ficaram estáveis na maioria das praças pecuárias do País. A pressão de baixa imposta pelas indústrias segue pautada na “melhoria da oferta de boi terminado”. Até onde vai a safra e qual o impacto do consumo interno?

Temos observado que o volume de animais ofertados aumentou de maneira consistente no decorrer da semana, permitindo que os frigoríficos consigam uma posição em suas escalas de abate, que agora atendem entre cinco e sete dias úteis de consumo, lembrando que elas trabalham com um terço da sua capacidade de abate e algumas ainda estão de férias coletivas.

Segundo a Scot Consultoria, o boi, vaca e novilha gordos foram negociados em R$308,00/@, R$288,00/@ e R$302,00/@, preços brutos e a prazo. Para bovinos mais jovens voltados à exportação, a cotação ficou apregoada em R$317,00/@, preço bruto e à vista

Em São Paulo, o valor médio para o animal terminado chegou a R$ 303,72@, na quinta-feira (06/05), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 283,94/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 294,21/@.

Os valores do Indicador do Cepea para o Boi Gordo, voltou a registrar leve valorização de 2,11% e fechou no patamar de R$ 309,60/@. Mesmo assim, os valores da arroba na praça paulista seguem firmes acima de R$ 310,00/@ e garantem melhor posição para o pecuaristas que ofertam animais a indústria.

Segundo o app, a melhor negociação do dia ficou para o pecuarista de Mirante do Paranapanema/SP, que informou o valor de R$ 315,00/@ com paramento à vista e abate programado para o dia 10 de maio. Lembrando que são animais padrão exportação.

Da porteira para dentro, as margens dos pecuaristas seguem bastante enfraquecidas, devido à escassez de pastagens neste período inicial de clima seco e à explosão nos custos de nutrição e da reposição.

“A expectativa de redução na safra de inverno de milho impulsiona o valor do grão e dificulta o confinamento para o segundo semestre, que só deve ser realizado por grandes confinadores, que desfrutam de grande poder de negociação”, observa a IHS

Mercado Futuro

Ontem, foi considerado o dia desta semana com maior liquidez para o contrato com vencimento agora em maio/21. Foram um pouco mais de 1 mil negociações durante o dia, encerrando o pregão cotado a R$ 303,85/@, acumulando queda pontual diária de 0,02%.

No mercado futuro, os contratos do boi gordo negociados na B3 seguiram em queda e o vencimento para outubro foi à mínima em 15 dias. O vencimento para maio passou de R$ 303,90 para R$ 303,85, o para junho foi de R$ 308,40 para R$ 307,75 e o para outubro foi de R$ 330,50 para R$ 328,70 por arroba.

“Para a entressafra a dinâmica de mercado tende a mudar completamente, avaliando a provável redução do confinamento de primeiro giro resultando em um ambiente pautado pela restrição de oferta. Ou seja, haverá espaço para retomada do movimento de alta”, assinalou Safras&Mercado.

Giro do Boi Gordo pelo Brasil

  • Em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou a R$ 307- R$ 308, ante R$ 308 na quarta-feira.
  • Em Goiânia (GO), a arroba teve preço de R$ 290, estável.
  • Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 295, ante R$ 294,00 – R$ 295.
  • Em Cuiabá, o preço do boi gordo foi de R$ 305, inalterado.
  • Em Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ 300 a arroba, estáveis.

Atacado

No mercado atacadista, os preços da carne bovina seguem acomodados. Conforme Iglesias, a tendência de curto  prazo ainda remete a reajustes, avaliando a boa reposição entre atacado e varejo durante a primeira quinzena do mês.

“Somado a isso, precisa ser considerando o Dia das Mães como um relevante motivador da demanda. É importante destacar também que cortes mais acessíveis ainda contam com a predileção do consumidor médio, avaliando as evidentes dificuldades macroeconômicas em 2021”, disse ele.

Com isso, o corte traseiro teve preço de R$ 20,45 o quilo. O corte dianteiro teve preço de R$ 18,00 o quilo, e a ponta de agulha permaneceu em R$ 17,95 o quilo.

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