Fruta brasileira é testada na luta contra o câncer

A fruta amazônica brasileira camu-camu será testada em 45 pacientes com câncer de pulmão e melanoma em combinação com imunoterapia.

Pesquisadores canadenses descobriram que a fruta brasileira camu-camu (Myrciaria dubia), já reconhecida por seus efeitos protetores contra obesidade e diabetes, também pode ajudar no tratamento do câncer. A castalagina, um polifenol presente no fruto amazônico, aumenta a eficácia da imunoterapia, modificando o microbioma dos pacientes – as pesquisas até agora foram feitas em cobaias.

“Com esta pesquisa, realizada com nossos colegas da Universidade Laval e da Universidade McGill, provamos que a castalagina, um polifenol que atua como prebiótico, modifica o microbioma intestinal e melhora a resposta à imunoterapia, mesmo para cânceres resistentes a esse tipo de tratamento,” disse o Dr. Bertrand Routy, da Universidade de Montreal.

“Nossos resultados abrem caminho para ensaios clínicos que usarão a castalagina como complemento de medicamentos chamados inibidores de pontos de verificação imunológicos em pacientes com câncer,” acrescentou sua colega Meriem Messaoudene. Não há pesquisadores brasileiros envolvidos no trabalho.

Busca por novas abordagens

Nos últimos anos, os inibidores de pontos de verificação imunológico trouxeram uma esperança renovada de que o sistema imunológico dos pacientes poderia superar a resistência do câncer, revolucionando as terapias direcionadas ao melanoma e ao câncer de pulmão. Esse tipo de imunoterapia ativa o sistema imunológico para matar as células cancerosas.

Apesar dessas esperanças, apenas uma minoria dos pacientes tem respostas duradouras à imunoterapia que se assemelhe a uma cura. Por isso os cientistas voltaram aos laboratórios em busca de novas abordagens terapêuticas. O objetivo agora é transformar um microbioma não saudável em um saudável, a fim de fortalecer o sistema imunológico. Entre essas estratégias está uma que emprega prebióticos, compostos químicos que podem melhorar a composição do microbioma intestinal.

“Nós descobrimos que a castalagina se liga a uma bactéria intestinal benéfica, a Ruminococcus bromii, e promove uma resposta anticancerígena,” disse o Dr. Routy. A descoberta será testada em breve em pacientes graças ao lançamento do primeiro ensaio clínico combinando o fruto do camu-camu com os inibidores de pontos de verificação imunológico. O recrutamento de 45 pacientes com câncer de pulmão ou melanoma começará este mês.

Fonte: Diário da Saúde

Siga o Compre Rural no Google News e acompanhe nossos destaques.
LEIA TAMBÉM