O glifosato é uma substância química que é ingrediente ativo de vários herbicidas e defensivos agrícolas utilizados no controle de plantas daninhas.
Os herbicidas à base de glifosato têm importante papel na agricultura. Não é à toa que eles são os mais utilizados no Brasil e no mundo no manejo das plantas daninhas.
Isso se deu principalmente após o desenvolvimento de culturas resistentes aos herbicidas. Além disso, o glifosato viabilizou o crescimento das áreas com sistema de plantio direto.
Confira no texto a seguir um pouco mais sobre o herbicida mais utilizado no controle de espécies invasoras. Boa leitura!
O que é glifosato?
O glifosato é uma substância química que é ingrediente ativo de vários herbicidas e defensivos agrícolas utilizados no controle de plantas daninhas. Ele é um composto organofosforado, e existem mais de 750 agroquímicos que a utilizam.
Ele não apresenta ação sobre as sementes presentes no solo. Os herbicidas formulados com glifosato são muito empregados na agricultura no controle de espécies anuais e perenes. Eles também são usados no manejo de plantas daninhas aquáticas.
Os produtos à base desse composto são aplicados em pós-emergência, têm ação sistêmica e não são seletivos. Ainda, eles têm grande capacidade de translocação nas plantas e apresentam ação em diferentes estágios de desenvolvimento das espécies-alvo.
Esses produtos são pulverizados sobre as plantas invasoras e absorvidos pelas folhas. O glifosato é, então, transportado por toda a planta e interfere em vários sistemas enzimáticos.
Após a aplicação do glifosato, as plantas daninhas morrem lentamente. Os efeitos podem ser observados em poucos dias ou semanas após a pulverização.
História do herbicida
A molécula do glifosato foi desenvolvida por acaso em 1950 pelo químico suíço Henry Martin. Ele trabalhava para a empresa farmacêutica Cilag.
A pesquisa de Henry Martin buscava compostos que pudessem ser utilizados na fabricação de medicamentos. No entanto, esse não era o caso do glifosato, que acabou sendo deixado de lado por duas décadas.
As propriedades herbicidas dessa molécula só foram descobertas por pesquisadores da empresa Monsanto em 1970. Em 1974, a Monsanto lançou no mercado o primeiro herbicida à base de glifosato desenvolvido para uso agrícola sob o nome Roundup.
Contudo, no ano 2000 a patente da Monsanto expirou. E desde então, herbicidas à base do ingrediente ativo glifosato são comercializados por diferentes empresas.
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Resistência das plantas daninhas ao herbicida
No Brasil, as plantas daninhas com resistência comprovada ao herbicida glifosato são:
- azevém (Lolium multiflorum);
- buva (Conyza bonariensis, Conyza canadensis, Conyza sumatrensis);
- capim-amargoso (Digitaria insularis);
- capim-arroz (Echinochloa crusgalli);
- capim-branco ou grama alta do moinho de vento (Chloris elata);
- capim-pé-de-galinha (Eleusine indica);
- caruru (tanto a espécie Amaranthus palmeri quanto a Amaranthus hybridus);
- amendoim-bravo (Euphorbia heterophylla).
A seleção de espécies invasoras é consequência do uso intensivo desse herbicida em lavouras de culturas transgênicas, como soja, milho e algodão.
A utilização do glifosato como única alternativa no controle químico das espécies daninhas aumenta a pressão de seleção. Ainda, ele aumenta a probabilidade de selecionar plantas resistentes a esse herbicida.
Por esse motivo, é muito importante fazer a rotação de herbicidas com diferentes mecanismos de ação. Essa medida, além de aumentar o número de plantas daninhas controladas, dificulta a seleção de espécies resistentes ao glifosato.
Reavaliação toxicológica do herbicida sistêmico glifosato
Muito tem sido discutido sobre o impacto que agrotóxicos podem causar ao meio ambiente, à saúde humana e dos animais. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) realizou a reclassificação toxicológica de alguns defensivos agrícolas recentemente.
A reavaliação concluiu pela manutenção do glifosato no Brasil. Não há evidências suficientes para considerar esse ingrediente ativo como sendo mutagênico, nem com potencial de causar câncer em seres humanos e animais.

(Fonte: Anvisa)
15 fatos sobre o glifosato que você precisa saber
O glifosato é um herbicida muito conhecido, é comum que surjam dúvidas sobre ele. Por isso, veja 15 fatos importantes sobre o glifosato:
- Ele não é seletivo: o glifosato acaba com plantas de folha estreita ou larga;
- Tem amplo espectro de controle: controla diversas plantas daninhas;
- O glifosato na fórmula Roundup Transorb e Zapp Qi apresentam penetração foliar mais rápida do que as demais existentes no mercado brasileiro;
- A morte da planta ocorre lentamente, entre 7 a 14 dias após a aplicação;
- É um herbicida sistêmico, que se movimenta das folhas para os pontos de crescimento da planta;
- Não apresenta atividade no solo, por isso é usado somente em pós-emergência das plantas daninhas;
- Água de pulverização com muito cálcio e magnésio reduz a atividade do glifosato;
- A classificação toxicológica é específica para cada produto comercial;
- Também é utilizado no controle de plantas daninhas em áreas não-cultivadas como rodovias, ferrovias, parques industriais, etc;
- O glifosato é o principal facilitador do plantio direto;
- Em culturas perenes, como café, as aplicações são dirigidas somente às entrelinhas;
- Ele só pode ser aplicado em culturas geneticamente modificadas resistentes ao herbicida;
- Pode ser usado como regulador de crescimento em cana-de-açúcar, arroz e algodão;
- O glifosato é pouco volátil;
- Ele é altamente solúvel em água.
Glifosato: como usar?
A aplicação de herbicidas é uma atividade complexa e que requer alguns cuidados. Para a aplicação do glifosato (e de qualquer outro herbicida) é preciso estar atento às condições ambientais.
Afinal, fatores como a velocidade do vento, umidade relativa do ar, formação de orvalho e temperatura influenciam na eficiência da pulverização. No caso da ocorrência de chuvas logo após a aplicação do glifosato, a operação deve ser refeita em outro momento.
A recomendação é um intervalo mínimo de 6 horas entre a pulverização do herbicida e a ocorrência de chuvas. Além disso, outros fatores interferem no manejo das plantas daninhas, como:
- qualidade da água;
- pressão de trabalho do pulverizador;
- uso de adjuvantes;
- tipo de bico;
- tamanho da gota.
O estágio de desenvolvimento da planta daninha também é um ponto que merece destaque. De modo geral, plantas jovens são mais facilmente controladas do que plantas adultas.
É importante lembrar que os herbicidas são produtos químicos perigosos à saúde. Por isso, sempre siga rigorosamente as orientações contidas no rótulo e na bula dos produtos.
Não se esqueça de utilizar equipamentos de proteção individual durante o manuseio e na aplicação dos produtos fitossanitários. Ao final da aplicação do glifosato, faça a limpeza do pulverizador e o correto descarte das embalagens vazias.
Em caso de dúvida, consulte a Norma Regulamentadora Nº 31 (NR – 31) ou procure um(a) engenheiro(a) agrônomo(a).
Número de aplicações e ação do glifosato na planta
Em geral, o controle da maioria das plantas daninhas é feito com somente uma aplicação de herbicida à base de glifosato.No entanto, a quantidade de aplicações depende das características da espécie a ser controlada.
No caso da tiririca (Cyperus rotundus), é necessário realizar mais de uma pulverização em intervalos pequenos. Isso se deve em razão da rede de tubérculos formados por essa planta daninha, o que dificulta o manejo.
Após a aplicação do glifosato, os principais sintomas causados pelos herbicidas à base de glifosato são o amarelecimento das folhas, seguido de murcha e necrose.
A morte das plantas tratadas com glifosato ocorre em dias ou semanas. Mas, é claro, alguns fatores interferem nesse processo, como:
- espécie-alvo;
- o estágio de desenvolvimento da planta daninha;
- dosagem do herbicida.
Em quais situações ele pode ser utilizado?
Os produtos à base de glifosato tem seu uso aprovado em determinadas culturas e situações. Confira quais são abaixo:
- Em pós-emergência das plantas daninhas, o glifosato pode ser utilizado em inúmeras culturas, como por exemplo:
- algodão;
- arroz;
- café;
- cana-de-açúcar;
- feijão;
- milho;
- soja;
- trigo.
- como maturador de cana-de-açúcar;
- para eliminação de soqueira no cultivo de arroz e cana-de-açúcar;
- em pós-emergência das plantas invasoras em florestas de eucalipto e pinus;
- para o controle da rebrota do eucalipto; e
- como dessecante nas culturas de aveia preta, azevém e soja.
Além do controle químico com o glifosato, é fundamental que sejam adotadas outras práticas no manejo das espécies infestantes. Veja algumas dicas para o manejo integrado de plantas daninhas: 
(Fonte: Febrapdp)
Vantagens e desvantagens do uso desse herbicida
Antes de utilizar qualquer defensivo agrícola é preciso conhecer suas características e também considerar suas vantagens e desvantagens. Quando comparado a outros herbicidas, o glifosato apresenta algumas vantagens, como:
- baixo custo;
- fácil aplicação;
- flexibilidade de uso;
- amplo espectro de ação, ou seja, controla diversas espécies invasoras;
- rapidamente degradado no solo.
No entanto, o glifosato é uma molécula que não atua sobre o banco de sementes. Isso pode ser considerado uma desvantagem desse herbicida. Além disso, qualquer herbicida utilizado de forma equivocada pode levar à seleção de biótipos de plantas resistentes.
Conclusão
O glifosato é o ingrediente ativo dos herbicidas mais utilizados no Brasil e no mundo. Ele tem importante relevância na expansão das áreas com sistema de plantio direto. Esse herbicida é não seletivo, sistêmico e controla um grande número de plantas daninhas.
Os efeitos do glifosato nas plantas incluem clorose foliar, murcha e necrose. As espécies invasoras morrem lentamente.
No manejo das plantas espontâneas, é essencial adotar várias estratégias e nunca utilizar somente herbicidas à base de glifosato como medida de controle.
Agora que você tem todas essas informações, com certeza seu manejo de plantas daninhas com glifosato será muito mais eficiente!
Fonte: BlogAegro
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